Outeiro fica em Bragança e é a única aldeia com uma basílica no nosso país.
A aldeia do Outeiro fica em Bragança, junto à fronteira com Espanha. Esta é a única aldeia do país com Basílica e das poucas com uma igreja com campanário em xisto.
Falamos da Basílica de Santo Cristo de Outeiro, um edifício seiscentista. Na sua origem está um milagre: numa capela, o Santo Cristo esteve uma semana a “suar gotas de água”. Este milagre foi testemunhado por um padre carmelita e um Juiz de Fora. E, na sequência dele, decidiu-se pela construção de uma igreja maior, uma basílica.
Este local de culto começou a ser erguido em 1648, na sequência da Restauração, depois de Portugal ter recuperado a soberania.
Outeiro é a única aldeia com uma basílica em Portugal
A origem e as caraterísticas da Basílica de Outeiro
Esta basílica, que é monumento nacional desde 1927, é um templo construído em estilo barroco, que possui uma fachada monumental e um interior repleto de pinturas e talha dourada. Este continua a ser um local de peregrinação.
A classificação deste edifício como basílica menor teve de passar pela aprovação do Vaticano, dada a riqueza deste edifício a vários níveis: arquitetónico, interior, altares, entre outros detalhes.
Esta basílica é, assim, a primeira da diocese transmontana e a única numa aldeia portuguesa com este estatuto.
O interior da basílica
Assim, a Basílica de Outeiro está dependente da Basílica de São Pedro de Roma. O seu interior é pleno de atrativos, como os altares em talha dourada. De destacar ainda os muitos símbolos de infinito presentes no interior do edifício.
Outro elemento-chave é a cruz de Cristo que se encontra no altar-mor e que terá sido a cruz que esteve na origem do milagre que terá ocorrido na Capela de Santa Cruz, existente ali bem perto.
Vale ainda a pena falar da rosácea existente no lado oposto e que permite uma entrada de luz singular e distinta. A rosácea é feita em pedra e bastante ornamentada.
A sacristia é ainda uma divisão repleta de riqueza e beleza.
Na entrada lateral da basílica, existe uma arca/baú que tem 7 chaves, pesa 785 kg e é feito de um tronco de árvore. Neste baú, eram guardados os donativos recolhidos para a igreja. Cada membro da confraria tinha uma chave e a arca só podia ser aberta com as 7 chaves.
As pinturas de Damião Bustamante
A adornar as paredes e o teto estão pinturas da autoria de Damião Bustamante, um pintor de Valladolid. Este pintor deixou ainda um auto-retrato, tendo inscrito em latim uma frase que significa: “O vinho alegra o coração dos homens.”.
Estas pinturas estão datadas de 1768, tendo sido restauradas em 2011. São cerca de 90 imagens emolduradas que representam cenas bíblicas com a vida de Cristo.
Usos da basílica
A Basílica de Santo Cristo do Outeiro serve vários fins religiosos. Lá realiza-se missa aos domingos e duas a três vezes por semana. Porém, esta não é a igreja paroquial. A igreja remonta ao tempo de D. Dinis e foi feita com materiais que sobraram da construção do castelo.
Este castelo está em ruínas, devido às guerras fronteiriças com Castela. Ele fica no alto de um monte, oferece vistas privilegiadas e, neste momento, está a ser alvo de escavações arqueológicas.
Tudo o que há para ver em Outeiro
Como já ficou claro, há muito para ver em Outeiro. Alguns exemplos disso são:
– Santuário do Santo Cristo de Outeiro, declarado Monumento Nacional pelo Decreto n.º 14615, publicado no Diário do Governo n.º 260 – Série I, em 24 de novembro de 1927;
– Cruzeiro, classificado de Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20 de outubro de 1955;
– Fortaleza de Outeiro, classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 40 361 de 20 de outubro de 1955;
– Pelourinho, classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 23122 de 11 de outubro de 1933;
– Igreja de Nossa Senhora da Assunção, classificada como Imóvel de Interesse Municipal pelo Decreto 67 de 31 de dezembro de 1997;
– Igreja Paroquial de Paradinha de Outeiro;
– Casa da Câmara, sem classificação.
Características da aldeia de Outeiro
Outeiro é uma aldeia e freguesia portuguesa do município de Bragança. Ela possui 40,93 km² de área e 301 habitantes, segundo números de 2011. A sua densidade populacional é de 7,4 hab/km².
Entre 1514 e 1853, foi vila e sede de concelho. No passado, também já se designou Outeiro de Miranda. À época, era constituído pelas freguesias de Milhão, Outeiro, Quintanilha, Rio Frio, Argozelo, Carção, Pinelo, Santulhão, Paçó, Paradinha do Outeiro e Veigas. Em 1801, tinha 4 302 habitantes.
Depois das reformas administrativas do início do liberalismo, foram-lhe anexadas as freguesias de Angueiras e Avelanoso. Em 1849, tinha 4 801 habitantes.
As suas festas e romarias mais típicas são:
- Santa Cruz (3 de maio), Nossa Senhora da Assunção (15 e 16 de agosto), S. Gonçalo (10 de janeiro) e Santo Estêvão (26 de setembro), S. Miguel (8 de maio), Nossa Senhora do Carmo (móvel — agosto) e a Peregrinação Diocesana do Coração de Jesus (1.º Domingo de julho).
- Em termos gastronómicos, destaca-se o fumeiro (derivados da matança do porco), botelo com cascas, roscas e vinhos maduros.
- Ao nível do artesanato, destacam-se os trabalhos de cobre, burel, couro e madeira, a tecelagem, a cestaria e a olaria.
- Entre as suas tradições estão: rezas praticadas a uma determinada hora do dia.
- Grande manifestação de crenças e superstições, muitas delas referentes à saúde.
- Matança do porco.
- Jogos tradicionais: jogo do cântaro, o jogo do ferro, o jogo do pino ou chino e o jogo do vintém ou da Raiola.
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Onde comer?
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