Embarque connosco numa viagem fascinante pelo reino animal do nosso país e descubra os animais mais venenosos de Portugal! No nosso país, podemos encontrar muitos animais. No entanto, felizmente, são poucos os animais que estão em Portugal que têm veneno e que constituem um verdadeiro perigo para os portugueses.
Entre os animais venenosos que existem, há algumas espécies de répteis, destacando-se ainda aracnídeos, peixes e até cnidários. Tratam-se de animais aquáticos encontrados em água doce e salgada. No nosso país, podemos encontrar alguns exemplares perigosos. Iremos apresentar os mesmos numa breve lista.
Os animais mais venenosos de Portugal
O nosso país não apresenta muitas espécies de animais venenosos que representam um perigo real para nós. Noutros países, nomeadamente nas latitudes tropicais, podemos encontrar vários exemplares.
Em Portugal, há muito poucos animais venenosos que podem colocar a nossa vida em risco. A perigosidade desses animais advém sobretudo dos seus arsenais químicos. É nas substâncias venenosas, nas suas toxinas que incide o seu perigo.
No geral, as mordeduras e picadas destes animais apenas representam breves momentos de dor. São meros sustos. No entanto, em alguns casos, podem surgir consequências mais graves, nomeadamente uma reação anafilática.
Caravela-portuguesa
Comecemos pelo exemplar mais belo, a caravela-portuguesa. Contudo, não se deixe seduzir pela sua beleza. Trata-se de um ser perigoso. Segundo o Centro Ciência Viva, a caravela-portuguesa integra o grupo dos cnidários. No entanto, não se trata mesmo de “um animal”. Consiste antes numa colónia de quatro pólipos distintos da família Physaliidae.
A distribuição da caravela portuguesa acontece nas bacias do Atlântico, Pacífico e Índico, especialmente nas águas mais quentes. No nosso país, a caravela-portuguesa marca presença nas ilhas dos Açores e da Madeira, existindo aparecimentos pontuais junto à costa do Continente.
Caravela-portuguesa é o nome popular deste ser encantador, mas que deve ser temido. O ser Physalia physalis tem este nome devido ao formato da parte flutuante. A aparência é muito parecida com a das caravelas portuguesas usadas na Época dos Descobrimentos, sendo também similar ao chapéu frequentemente usado pelos marinheiros portugueses. A caravela-portuguesa alimenta-se de pequenos organismos marinhos que andem mais desatentos, nomeadamente os peixes, mas também o plâncton.
Este ser apresenta uma vesícula com gás, uma prorrogativa que lhe permite flutuar. A cor das caravelas-portuguesas pode apresentar diferentes tonalidades, variando entre o azulado, rosa ou arroxeado. Os tentáculos da caravela-portuguesa podem atingir até 50 metros. Embora em média tenham cerca de 10 metros. O seu veneno é muito semelhante ao do da viúva-negra, originando dores bastante fortes e queimaduras. A caravela-portuguesa pode originar queimaduras de terceiro grau.
Escorpião
Este animal, também conhecido por lacrau (Buthus occitanus), apresenta um comprimento médio de 5/6 cm. Geralmente, o escorpião tem uma cor amarela. Este é um ser de hábitos noturnos, maioritariamente. No entanto, já começa a ficar ativo ao entardecer.
O escorpião é um aracnídeo que está presente em Portugal continental. A sua predominância geográfica surge nas regiões do Alentejo e do Algarve. Este animal não costuma surgir em habitações. Por isso, não tema.
O veneno do escorpião é neurotóxico. Após se sofrer uma picada do escorpião, os sintomas decorrentes não são agradáveis… Geralmente, representam dor muito intensa, edema, paralisia parcial do membro afetado, destacando-se ainda outros efeitos, nomeadamente ansiedade, arrepios, cãibras musculares, hipotensão, aumento da pulsação cardíaca e diminuição da temperatura corporal.
Os sintomas gerados em crianças e idosos revelam-se mais intensos, especialmente se as picadas forem realizadas em determinadas zonas do corpo, nomeadamente na cabeça, pescoço, tórax ou abdómen.
Após se ser picado por um escorpião, o tratamento deve ser realizado com aplicação local de anestésico, analgesia e soro antiescorpiónico. Geralmente, as picadas do escorpião não são fatais, nem costumam deixar sequelas.
No entanto, quando se trata de picadas em crianças muito pequenas ou em pessoas com hipersensibilidade, existe maior risco de ocorrer sensação de choque pelo corpo e, sem tratamento, pode ocorrer a morte.
Fique a conhecer mias artigos sobre animais:
- 10 melhores animais de estimação para ter num apartamento
- Peixe-Bolha: Conheça o animal mais feio do mundo
- Os 8 melhores animais de estimação para crianças
Aranhas
Duas das espécies mais venenosas de aranhas presentes no nosso país são a tarântula europeia (Lycosa tarantula) e a viúva negra europeia (Latrodectus tredecimguttatus).
A tarântula europeia é bastante comum. Este é o representante da família Lycosidae ou “aranhas-lobo” que se apresenta em Portugal com maior tamanho. Ela consiste numa aranha de tamanho médio. O seu tamanho total pode atingir 6/7 cm. A tarântula europeia é uma das espécies mais belas da nossa fauna.
Como acontece na maioria das espécies de aranhas, a tarântula europeia usa o seu veneno quase exclusivamente com um propósito: imobilizar as respetivas presas e só o usam para defesa em casos extremos.
Esta espécie tende a permanecer imóvel e camuflada no solo, quando que se sente ameaçada. Noutros casos, opta por fugir. A tarântula só tenta picar, quando não há fuga possível.
O veneno da tarântula europeia apresenta uma toxicidade reduzida para os seres humanos. Contudo, a sua picada não é beijo nenhum. Ela irá gerar dor local, edema. Em casos mais raros, pode até gerar necrose local.
A viúva negra europeia é um animal distinto. O seu corpo tem cerca de 1 cm de comprimento. Apesar de ser escura, existem nela algumas linhas brancas. A viúva negra contém ainda 13 manchas vermelhas vivas no abdómen.
O macho desta espécie não representa perigo algum. Somente a fêmea desta espécie parece ser perigosa para a nossa espécie. A gravidade da picada da viúva negra europeia fêmea pode variar consoante a estação do ano e também a sensibilidade da vítima.
O nome desta espécie deve-se ao facto de a viúva negra europeia matar o macho após a cópula. O veneno desta espécie de aranha é considerado pelos especialistas como sendo mais tóxico do que o da maioria das serpentes venenosas.
Contudo, devido às dimensões reduzidas desta espécie, a quantidade de veneno que a viúva negra produz é ínfima. Por isso, não costuma ser fatal com adultos. No entanto, em crianças com peso inferior a15 kg, a picada pode gerar perigo de morte.
A viúva negra europeia é comum em Portugal continental, surgindo principalmente no Alentejo e Algarve. No entanto, ela encontra-se especialmente em áreas rurais. As aranhas desta espécie são frequentemente confundidas com outras aranhas, nomeadamente a Steatoda grossa ou a Steatoda nobilis (também designadas de falsas viúvas-negras), que podem surgir em habitações. As manchas laranja/vermelho pálido ou vivo das viúvas negras fazem com que elas se tornem inconfundíveis.
Cobras
Entre as dez espécies de ofídios (cobras e víboras) que são realmente venenosas há duas que se destacam no nosso país, a víbora-de-seoane (vipera seoanei) e a víbora-cornuda (vipera latastei).
A víbora-de-seoane uma espécie endémica do norte da Península Ibérica. Os dentes inoculadores de veneno destas espécies localizam-se na região anterior dos maxilares superiores e são bastante eficazes na sua função.
A víbora-cornuda apresenta uma cabeça triangular destacada. Esta espécie tem pupilas verticais, destacando-se ainda a ausência de placas cefálicas. A linha dorsal desta espécie é escura, apresentando-se em ziguezague ou ondulada. O corpo da víbora-cornuda é robusto (grosso), estende-se até 70 cm de comprimento, apresentando cauda curta.
A víbora-cornuda apresenta um focinho proeminente, específico desta espécie. Trata-se de um elemento que faz lembrar um corno. Por isso, tem o nome que tem. Geralmente, a picada desta espécie não representa um perigo substancial, não havendo grande risco de ser fatal em adultos saudáveis.
No entanto, a mordedura das víboras revela-se bastante perigosa, quando ocorre em crianças ou em adultos vulneráveis, nomeadamente idosos ou doentes crónicos.
Se a picada for realizado na cabeça, pescoço ou tórax, a gravidade do envenenamento é bem mais perigosa. Noutras zonas, a gravidade é variável. Os sintomas iniciais são os seguintes: dor local, edema, taquicardia, sudorese.
Posteriormente, os sintomas podem evoluir para edema progressivo, podendo originar equimose, hipotensão, hemorragia e, mais tarde, desenvolver para linfangite, síndrome compartimental e morte. A fatalidade é rara de acontecer. Contudo, pode surgir por infeção secundária ou discrasia hemorrágica com falência multiorgânica.
Quando há uma picada, o tratamento consiste em repouso, lavagem da ferida, aplicação de gelo, analgesia e soro antiveneno. Não há um antídoto específico para ser utilizado com picadas destas espécies.
As centopeia de grandes dimensões, cerca de 10 cm também podem picar e o veneno não é pera doce.
Escorpiões existem em todo o território nacional.
Nessa lista falta o peixe aranha que pica veraneantes todos os anos principalmente no Algarve!