Fique a conhecer alguns dos momentos mais marcantes da carreira do melhor jogador de futebol de sempre, Pelé.
Edson Arantes do Nascimento morreu. Faleceu vítima de um cancro no cólon no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Um triste fim para uma vida gloriosa que deixou o mundo do futebol de luto. No entanto, Pelé, não morre. É eterno.
O Rei Pelé foi ídolo do Santos e da Seleção Brasileira. No entanto, o astro acabou por se tornar num Deus do Futebol mundial. O bebé que nasceu em Três Corações, em Minas Gerais, construiu um enorme legado, insuperável, colocando o nome de Pelé como o mais popular no universo futebolístico.
Ele conquistou três dos cinco Campeonatos do Mundo conquistados pelo Brasil. Existem vários acontecimentos marcantes na história do Rei. Relembre alguns dos momentos mais marcantes da vida deste Deus do Futebol!
Os 13 grandes momentos da vida de Pelé
1 – Promessa de ser campeão
Em 1950, Edson Arantes do Nascimento tentava consolar o seu pai na sala de casa, após a Seleção Brasileira ter perdido o Campeonato do Mundo para o Uruguai, em pleno Maracanã.
Edson Arantes do Nascimento tinha apenas 9 anos, ainda era um menino, mas fez a seguinte promessa ao seu progenitor: “Não se preocupe, pai, eu vou ganhar a Copa do Mundo para nós.”
A promessa foi cumprida e com juros… A sua carreira foi simplesmente brilhante. Pelé tinha 17 anos quando foi convocado para participar na Copa de 1958, na Suécia. Em território europeu, Pelé conquistou o seu primeiro título na maior competição mundial de futebol. Ele até marcou golo na final.
Mais tarde, repetiu o feito em 1962, no Chile, quando conquistou o segundo Campeonato do Mundo. Pelé conquistou o Olimpo dos Deuses de Futebol em 1970, no México, ano em que voltou a subir à parte mais elevada do pódio. Pelé tornou-se num tricampeão mundial pelo Brasil.
2 – Rei desde jovem
Desde muito jovem que a qualidade técnica de Pelé se destacava. Era algo incrível. A excelência técnica evidenciava-se em cada momento, não só na finta que superava os adversários, mas também na violência do remate que parava constantemente nas redes.
Logo no início da sua carreira, era evidente que Pelé conseguia jogar futebol como nenhum outro atleta no mundo havia conseguido. Muitos dos seus dribles ainda são usados atualmente.
Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo popular no Brasil, meses antes do Campeonato do Mundo de 1958, colocou-o no patamar de “rei do futebol”.
Numa crónica feita sobre uma partida disputada entre Santos e o América, Nelson Rodrigues relatou da seguinte forma: “O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento.”
3 – Uma explosão de golos
Pelé foi o atleta mais vitorioso da Seleção Brasileira. Além das vitórias que ajudou a conquistar, Edson Arantes do Nascimento marcou inúmeros golos. Pelé fez 1.363 jogos, tendo a maioria sido realizada ao serviço do Santos, clube pelo qual marcou grande parte: 1.281 golos.
Por isso, Pelé é considerado o maior artilheiro da história do futebol mundial. O seu talento era reconhecido por todos. Pelé até chegou a ser aplaudido pelos adeptos da equipa adversária. O golo número mil terá sido o mais simbólicos de todos.
O Rei tinha apenas 29 anos quando alcançou essa marca incrível. O golo foi marcada num jogo realizado no dia 19 de novembro de 1969. Nesse jogo, houve vitória para a equipa de Pelé, naturalmente. Ficou 2-1, vitória do Santos sobre o Vasco, no gigante palco do Maracanã.
4 – Ausência de passaporte
Edson Arantes do Nascimento concedeu uma entrevista à revista Playboy em 1993. Pelé foi entrevistado pelo jornalista Juca Kfouri. Nessa entrevista, Edson Arantes do Nascimento afirmou ter cerca de 20 passaportes com ele.
O rei afirmou que esse número poderia ser ainda maior, mas perdeu vários pelo caminho. Contudo, Edson Arantes do Nascimento também afirmou que esses documentos eram muito mais pedidos dentro do Brasil do que fora do país.
Para a surpresa do jornalista, o Rei do Futebol chegou a afirmar que entrou nos Estados Unidos da América (e também no Vaticano) sem passaporte. Ora, normalmente, nestes lugares, a fiscalização costuma ser bastante rígida, mas Edson Arantes do Nascimento não era uma pessoa qualquer.
Nessa entrevista, Pelé afirmou o seguinte: “Nos EUA, o fiscal perguntou-me se eu tinha alguma foto minha para autografar e dar-lhe. Eu tinha. O homem deixou que eu passasse e ainda disse que tinha uma filha que me adorava e que esteve na clínica de futebol que montaram na Pelé Soccer Camp.”
5 – A sua carreira nos EUA
Edson Arantes do Nascimento jogou pelo Santos quase toda a sua carreira, embora tenha passado pelos Estados Unidos da América. Pelé despediu-se do seu clube do coração em 1974. No Santos, colecionou títulos e prémios pessoais.
Nesse ano, Edson Arantes do Nascimento deixaria a sua estimada Vila Belmiro para se aventurar numa nova jornada. Pelé assinou pelo New York Cosmos. A sua presença no campeonato americano visava tornar o futebol num desporto mais popular nos Estados Unidos da América. Pelé jogou na Liga Norte-Americana de Futebol (NASL), ao longo de cerca de 2 anos.
A presença do Rei do Futebol permitiu ao campeonato americano aumentar a média de público, substancialmente. Antes da chegada do GOAT (Greatest Player of All Time, o melhor jogador de sempre), a média era inferior a 10 mil pessoas por partida. Com Pelé, passou a ser superior a 34 mil espetadores por jogo.
Em Nova Iorque, Pelé tornou-se numa verdadeira celebridade. Atualmente, existem mais campos de futebol espalhados pelos EUA, naturalmente. A presença de Pelé nesses anos ajudou muito nessa mudança. O futebol passou a ser mais respeitado pelos norte-americanos.
6 – O poder de parar a guerra
No ano de 1969, a Nigéria enfrentava uma guerra civil. Havia um conflito entre dois grupos étnicos. Eram eles: Ibo e Hausa. A Guerra da Biafra, como ficou designada, durou entre 1967 e 1970. Isto não foi um pequeno conflito. A guerra originou a morte de mais de 2 milhões de pessoas.
Por várias vezes, pessoas importantes (como o Papa Paulo VI) e autoridades internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) tentaram conter a guerra, sem sucesso. Nesse ano, 1969, o governo local convidou o Santos de Pelé para disputar um amigável contra a seleção da região do centro-oeste da Nigéria, em Benin City. A delegação do Santos aceitou o convite sem saber o que acontecia na região.
Segundo os relatos da época, o governo local acabou por decretar um cessar-fogo para que todos os nigerianos tivessem a oportunidade de ver Pelé de perto. Assim, assegurou-se que a equipa do Santos chegava ao estádio em segurança e, posteriormente, regressava ao local onde se encontravam hospedados.
Por isso, Pelé e toda a equipa do Santos foram responsáveis por interromper um conflito armado inteiro. No entanto, foi um efeito que apenas durou algumas horas.
7 – Um ano magnífico
Em 1962, Pelé participou no seu segundo Campeonato do Mundo. Apesar de se ter magoado na segunda partida do torneio, ele fez parte da equipa que conquistou o bicampeonato mundial.
Nesse mesmo ano, Pelé ajudou o Santos a conquistar a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1962.
8 – Outro ano maravilhoso
Na temporada seguinte, em 1963, o Santos do Rei Pelé repetiu o feito. A equipa do Santos conquistou o bicampeonato da Libertadores e repetiu a conquista do Mundial de Clubes.
9 – O golo 1000
Foi em 1969 que o Rei Pelé alcançou a histórica marca de 1000 golos. Ele tinha apenas 13 anos de carreira profissional. O milésimo golo surgiu na conversão de um penálti. A já referia partida contra o Vasco realizou-se no estádio do Maracanã.
Pelé rematou para o canto esquerdo do guarda-redes Andrada, que ainda tocou na bola ao de leve antes dela balançar as redes. Com este golo, a partida ficou paralisada por 20 minutos para celebrar o grande feito de Pelé.
10 – O Tri
Pelé fez história em 1970. Nesse ano, consegui o feito de alcançar o tricampeonato mundial com a Seleção Brasileira. Pelé tornou-se no único atleta a ganhar três vezes o Campeonato do Mundo como jogador. Nessa edição, Pelé foi eleito o melhor jogador. Ele marcou o primeiro golo na final na vitória sobre a Itália por 4 a 1.
11 – A retirada
No ano de 1977, Pelé retirou-se dos relvados. Antes de pendurar as chuteiras, realizou um amigável em que colocou em confronto as equipas Santos e Cosmos que ficaram ligadas ao astro brasileiro. Pelé jogou uma parte por cada equipa.
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12 – O melhor do século XX
Quatro anos mais tarde, Pelé foi eleito pelo jornal francês L’Équipe como o melhor atleta do século XX. Em 1999, o craque brasileiro foi eleito pela FIFA como o melhor jogador do século XX.
Portanto, Pelé superou a concorrência de grandes nomes do universo do futebol, nomeadamente:
- Johan Cruijff (Países Baixos);
- Franz Beckenbauer (Alemanha Ocidental);
- Alfredo Di Stéfano (Argentina e Espanha);
- Diego Maradona (Argentina);
- Ferenc Puskás (Hungria);
- Michel Platini (França);
- Garrincha (Brasil);
- Eusébio (Portugal);
- Bobby Charlton (Inglaterra);
- Stanley Matthews (Inglaterra);
- Marco van Basten (Países Baixos);
- Gerd Müller (Alemanha Ocidental);
- Zico (Brasil); Lothar Matthäus (Alemanha Ocidental);
- George Best (Irlanda do Norte);
- entre outros.
13 – A Bola de Ouro
Pelé nunca venceu a Bola de Ouro. Este prémio foi criado pela “Revista France Football” em 1956. O seu propósito era eleger o melhor jogador do mundo. No entanto, a France Football tinha como regra apenas premiar jogadores europeus que atuavam na Europa.
Por isso, na época em que Pelé jogava, ele simplesmente não podia ganhar esse prémio. Essa regra estendeu-se até 1995. Nesse ano, a “Revista France Football” passou a permitir que qualquer atleta que atuasse na Europa pudesse vencer o prémio.
Só em 2007, é que a revista abriu o prémio para o mundo. Desta forma, todos os jogadores de qualquer nacionalidade, atuando em qualquer campeonato, podem vencer o cobiçado troféu da Bola de Ouro.