Durante anos, o maior receio de quem estacionava na rua era deixar uma mala à vista ou algumas moedas no porta-copos. Essa realidade mudou. Em 2025, os furtos automóveis tornaram-se mais silenciosos, mais seletivos e, sobretudo, mais lucrativos. Já não se trata de vandalismo ocasional ou de pequenos roubos de oportunidade: hoje, muitos carros são alvo porque escondem componentes específicos, altamente valorizados no mercado paralelo.
A escassez global de peças, o aumento dos custos nas oficinas oficiais e a sofisticação das redes criminosas transformaram veículos perfeitamente funcionais em autênticos “armazéns” de peças valiosas. Em muitos casos, um carro estacionado na rua vale mais desmontado do que inteiro. Conhecer o que está atualmente na mira dos ladrões tornou-se, por isso, uma questão de prevenção — e não apenas de curiosidade.
Alerta aos condutores: o que está na mira dos ladrões em 2025
1. Volantes e airbags: o novo ouro
O roubo de volantes e módulos de airbag tornou-se uma das práticas mais frequentes, sobretudo em marcas premium como BMW, Mercedes-Benz ou Audi. Estes componentes, em especial os volantes desportivos multifunções, atingem valores superiores a 1.000 euros quando adquiridos novos na marca.
No mercado paralelo, são fáceis de revender e altamente procurados. A sofisticação é tal que, em muitos casos, os ladrões conseguem remover o volante em menos de dois minutos, sem disparar alarmes volumétricos, deixando o interior do carro intacto… à exceção do essencial.
2. Catalisadores: um problema que persiste
Apesar de ter desaparecido das manchetes, o roubo de catalisadores continua ativo, sobretudo em veículos híbridos. Estes componentes contêm metais preciosos como ródio, paládio e platina, cujo valor permanece elevado.
Nos híbridos, o menor desgaste do motor de combustão torna os catalisadores ainda mais valiosos. Trata-se de um roubo rápido, barulhento, mas extremamente eficaz, que pode acontecer em poucos segundos.
3. Eletrónica “invisível”: detetada por tecnologia
Partir um vidro para roubar um portátil visível é coisa do passado. Atualmente, muitos furtos recorrem a scanners simples que detetam sinais Bluetooth ou baterias de lítio no interior do veículo.
Um computador portátil, tablet ou câmara deixados na bagageira — mesmo fora de vista — podem ser identificados se estiverem em modo de suspensão. Esta evolução tecnológica reduziu o acaso e aumentou a precisão dos furtos.
4. Comandos de garagem: a porta para outro crime
Um comando de garagem deixado no interior do carro pode transformar um furto automóvel num acesso direto à habitação. O risco aumenta quando existem documentos no porta-luvas que revelem a morada do proprietário. Este tipo de situação é especialmente preocupante, pois o roubo do veículo passa a ser apenas o primeiro passo de uma cadeia criminosa mais grave.
5. Jantes e pneus: um clássico que regressa
Com o aumento do preço das jantes de liga leve e dos pneus de grandes dimensões, regressaram os furtos que deixam carros apoiados em blocos ou tijolos. Apesar de as porcas de segurança ajudarem, não são um obstáculo definitivo para grupos organizados.
Como reduzir o risco de furto
Não existem soluções infalíveis, mas dificultar a ação criminosa continua a ser a estratégia mais eficaz:
- Estacionar em locais bem iluminados e movimentados
- Não deixar qualquer objeto visível, nem mesmo cabos de carregamento
- Evitar guardar documentos com dados pessoais no veículo
- Desligar completamente dispositivos eletrónicos, evitando o modo de suspensão
- Utilizar bloqueadores mecânicos, como trancas de volante, que continuam a ser um forte dissuasor
Os furtos modernos privilegiam rapidez e discrição. Sempre que um carro exige mais tempo, ruído ou risco, tende a deixar de ser o alvo escolhido.
Conclusão
Em 2025, o maior perigo não está no que se deixa à vista, mas no que o carro transporta sem que muitos condutores se apercebam. De acordo com a Leak, volantes, airbags e eletrónica tornaram-se bens valiosos num mercado clandestino cada vez mais profissional. A prevenção começa pela informação — e termina em hábitos simples que podem evitar prejuízos elevados.




