Há no nosso país diversas aldeias e vilas que proporcionam momentos bastante agradáveis. As escapadinhas, que muitas famílias realizam durante o ano, permitem que se fique a conhecer alguns tesouros espalhados pelo país. Na Serra da Estrela, podemos encontrar aldeias de Montanha que são destinos perfeitos para uma fuga, conjugando uma fantástica beleza natural e atrações que tornam a estadia particularmente agradável. Fique a conhecer os encantos de um destino imperdível. As Penhas Douradas foram procuradas por motivos de saúde.
O local que permitiu o tratamento da tuberculose, na Serra da Estrela
As Penhas Douradas encontram-se a 1500 metros de altitude, estando presentes no coração do Parque Natural da Serra da Estrela, no concelho de Manteigas, distrito da Guarda. Portanto, está localizada num dos locais mais frios de Portugal, uma região com a fama (e o proveito) de ter frequentemente neve.
Penhas Douradas é a designação atual da estância, cujo nome correto é Poio Negro.
Os encantos das Penhas Douradas só foram descobertos em finais do século XIX, altura em que se realizou uma expedição científica ambiciosa à Serra da Estrela, uma missão feita à imagem do que então se fazia no continente africano. Essa viagem exploratória foi pioneira em Portugal. A expedição científica foi liderada por Hermenegildo Pinto Capelo. Essa operação permitiu constatar que esta região apresentava condições climáticas excelentes para o tratamento da tuberculose.
Foi desta forma que esta expedição abriu portas ao turismo de montanha. Por isso, surgiram os chalés e estâncias termais, elementos que ainda decoram a região. As condições que tornaram Penhas Douradas ótimas para a saúde mantêm-se. Atualmente, as Penhas Douradas evidenciam-se como uma estância de referência no turismo de Natureza, desporto e aventura. Este espaço é convidativo para quem procura realizar uma fuga ao quotidiano.
As Penhas Douradas apresentam vistas panorâmicas sobre Manteigas e sobre o vale glaciar do Zêzere. Os grandes blocos graníticos destacam-se no cenário, existindo ainda bosques de pinheiro-silvestre. Por isso, é seguro dizer que as Penhas Douradas fazem bem à saúde.
Este é um dos pontos mais visitados da região da Serra da Estrela. Tornou-se um destino turístico popular, proporcionando uma experiência perfeita, ideal para quem pretende fazer uma escapadinha memorável. Por aqui, podemos encontrar unidades hoteleiras de excelência. A paisagem local é dominada por blocos de granito. A vista privilegiada sobre o Vale Glaciar do Zêzere revela-se uma das riquezas deste local. O glaciar apresenta 13 km de extensão. Trata-se mesmo de um dos maiores glaciares europeus.
As Penhas Douradas estão presentes numa das regiões mais frias de Portugal. É por aqui que se encontra o Observatório Meteorológico. Este Observatório realiza uma função determinante no estudo e prevenção da previsão do clima de montanha.
A praia fluvial do Vale do Rossim é uma das principais atrações deste local. Ela encontra-se bem perto das Penhas Douradas. Há nas proximidades outros destaques, nomeadamente o Poço do Inferno e o Covão d’Ametade.
Da Casa da Fraga, cresceu uma terra. A ideia estranha-se, inicialmente. Contudo, quando a compreensão surge, a fama revela-se pertinente e justifica-se. A Casa da Fraga está na origem de uma aldeia. Esta é uma construção fascinante, tendo sido erguida num ermo da Serra da Estrela. A construção da Casa da Fraga foi realizada no meio de nenhures. Foi ela que deu origem à aldeia Penhas Douradas.
Esta foi a primeira construção da povoação que a tornou num destino bastante popular. Por isso, a Casa da Fraga ficou com a fama de ser a casa mais saudável de Portugal. Tudo começou pela Casa da Fraga. Esta habitação foi construída sob um enorme fragão, no ano de 1882. Tal aconteceu devido ao santareno Alfredo César Henriques. Ele foi o primeiro tísico tratado na Serra. As Penhas Douradas encontram-se presentes no alto dos 1500 metros. Se não tivesse existido primeiro a Casa da Fraga, muito provavelmente as Penhas Douradas não existiriam.
A expedição realizada à Serra da Estrela foi organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa. O objetivo desta expedição era nobre: visava fundar sanatórios. O propósito da expedição era criar locais em Portugal que pudessem curar doenças do foro pulmonar. O mesmo já tinha sido feito noutros países, nomeadamente a Suíça.
Nesta expedição, chegou-se à conclusão de que neste local se encontravam condições climatéricas fantásticas. As condições deste lugar presente na encosta norte da serra, antes de chegarmos ao seu topo, eram simplesmente perfeitas para um tratamento bem-sucedido das patologias.
Sousa Martins foi o médico que decidiu enviar Alfredo César Henriques para este local. Este médico tinha conhecimento dos estudos otimistas que tinham sido realizados por vários cientistas.
Eles defendiam que os ares da Serra da Estrela eram “curativos”. Por isso, o médico enviou este homem para o local. Alfredo era um dos doentes do médico. Logo, Sousa Martins pretendia melhorar as condições de Alfredo César Henriques, que sofria de tísica pulmonar. Foi por causa da decisão desse médico que a lindíssima Casa da Fraga foi construída.
A casa apresentava-se camuflada na paisagem natural que a envolvia. O homem permaneceu nesta casa durante dois anos. As melhorias no estado de saúde de Alfredo César Henriques eram visíveis.
O reconhecimento dessa evidente melhoria deu alento a muitas pessoas que apresentavam problemas nos pulmões. A notícia da melhoria do estado de Alfredo espalhou-se. Desta forma, essas pessoas procuravam casa por aquela zona do país. Foi assim que um pedacinho de terra encantado se tornou no que hoje conhecemos como Penhas Douradas.
Este foi o destino escolhido para quem procurava curas em altitude, nomeadamente de doenças pulmonares. Foi realizada a construção dos «chalés», que atualmente constituem a estância de férias.
Emygdio Navarro foi o autor da obra intitulada “Quatro dias na Serra da Estrella”. Nesse livro, o autor refere o quão difícil foi reconhecer a Casa da Fraga, a Casa da Penha. A habitação estava disfarçada na pedra granítica. Por isso, passava facilmente despercebida. Se tivermos a oportunidade de ler parte do relato da época, em 1884, quase nada é reconhecível da casa que se encontra atualmente. Na época, era referida uma casa que foi destruída por causa do desgaste que o tempo naturalmente provoca.
Nesta casa houve outro elemento destrutivo, um raio que caiu sobre ela! Na obra “Quatro dias na Serra da Estrella” de Emygdio Navarro, a casa está descrita de forma relativamente pormenorizada. Nesse livro, aborda-se uma sala de entrada. Sendo descrita uma cozinha equipada com chaminé, sendo ainda revelada uma despensa, um quarto para dormir, um gabinete e até uma varanda. Há uma fotografia que apresenta a casa antiga.
Atualmente, dessa casa original apenas se preservam as paredes. Elas continuam a deixar-se confundir com a própria pedra onde tudo foi montado. As paredes são similares àquelas que se podem ver quer na aldeia de Monsanto, quer na vizinha Vir a Corça. Também há semelhanças com casas distantes, como os lares de Castro Laboreiro.
Ao vermos a casa, percebemos que a habitação abrigou alguém. No entanto, dificilmente alguém defenderia que se tratava da casa famosa que outrora ajudou Alfredo César Henriques a curar-se do seu grave problema de saúde.
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Onde ficar?
Casa das Penhas Douradas Design Hotel & Spa
Este hotel rural de 4 estrelas assegura todo o conforto. Este espaço apresenta quartos decorados com mantas de lã, tapetes e almofadas, elementos que foram produzidos na Burel Factory.
Casa das Penhas Douradas Design Hotel & Spa tem restaurante, SPA de montanha e piscinas interiores. Neste espaço, é possível usufruir de serviços de relaxamento, destacando-se a massagem do caminheiro ou a sessão de reflexologia, entre os luxos que poderá encontrar neste local.
Morada: Penhas Douradas, 6260-200, Penhas Douradas
Localização GPS: 40.4085058254, -7.56738176952
Contactos: +351 275 981 045 / +351 963 384 026 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Hotel Casa das Penhas Douradas – Burel Mountain Hotels
Morada: Penhas Douradas, 6260-200, Manteigas, Portugal
Contactos: (+351) 275 981 045 / (+351) 963 384 026 / [email protected]
Saiba mais informações, aqui.
Hotel Casa de São Lourenço – Burel Mountain Hotels
Morada: Estrada Nacional 232 – Penhas Douradas, Manteigas, Portugal, 6260-200
Contactos: +351 275 249 730 / [email protected]
Saiba mais informações, aqui.
Vale do Rossim Eco Resort
Este espaço é composto por 10 yurts (são tendas tradicionais da Mangólia). Estas tendas encontram-se equipadas com casa de banho privativa, existindo ainda outras qualidades, como coluna de hidromassagem e salamandra e chalés.
Nestas Yurts, há também cozinha equipada privativa, casa de banho e um terraço. No Vale do Rossim Eco Resort, existe ainda um parque de campismo, além de tendas de glamping, para quem gosta de acampar com todo o luxo. Tem casa de banho privada e lareira a lenha. Neste espaço, o restaurante dá a provar autênticos petiscos, pratos típicos da região.
Morada: Vale do Rossim, 6290-315 Gouveia
Localização GPS: 40.404134, -7.587819
Contactos: +351 275 981 029 / [email protected]