Fique a conhecer melhor o ex-libris de Alcobaça. O Mosteiro de Alcobaça é um monumento fascinante, ligado a muitos mitos. Ali, foi combinada a morte de Inês.
O nosso país tem diversos monumentos que cativam todos os que os contemplam, portugueses e estrangeiros. O Mosteiro de Alcobaça é uma construção fascinante, uma das mais interessantes do nosso país. Alia beleza, a importância histórica e a mitos. Existem lendas que tornam o mosteiro num monumento ainda mais emblemático.
Fique a conhecer melhor o Mosteiro de Alcobaça, o ex-libris desta cidade encantadora. Neste espaço, foi combinada a morte de Inês. Foi o fim de uma relação proibida que ficou para a história pelo fim trágico.
Mosteiro de Alcobaça, o guardião de histórias fascinantes
Localização
Alcobaça está situada nos vales dos rios Baça e Alcoa. Desta forma, facilmente se consegue compreender a origem do nome (Alcobaça surgiu da junção dos nomes rios Alcoa e Baça).
A cidade de Alcobaça integra o distrito de Leiria, estando localizada na histórica província da Estremadura. Esta cidade tem uma beleza encantadora. Além do património natural que permite que se contemplem paisagens deslumbrantes, existe um conjunto de monumentos fantástico que deixa rendidos todos os que visitam esta cidade.
No entanto, o seu mosteiro é uma atração imperdível, é o ex-libris de Alcobaça. Fique a conhecer melhor este monumento fascinante. O Mosteiro de Alcobaça além da beleza, da relevância histórica para a região, tem ainda a curiosidade de estar ligado a uma morte que levou ao nascimento de uma lenda irresistível: a rainha terá sido coroada depois de morta…
Um monumento que é uma Maravilha
O Mosteiro de Alcobaça foi considerado uma das Sete Maravilhas de Portugal. Existiram 7 monumentos que se destacaram entre um universo de 794 monumentos selecionados.
Posteriormente, foi realizada uma primeira seleção, realizada por peritos, que permitiu reduzir a lista para 77 monumentos. Seguiu-se outra redução da lista: os 21 monumentos finalistas foram o resultado de uma escolha realizada por um Conselho composto por personalidades de vários quadrantes.
Os sete monumentos preferidos dos portugueses foram eleitos após um espaço temporal de votação. Após a lista ser disponibilizada os portugueses tiveram a oportunidade de escolher o seu favorito a partir de 7 de dezembro de 2006.
7 monumentos maravilhosos
Ao longo de sete meses, os votos foram realizados por diferentes meios (internet, telefone e sms, entre outros). Os 350 mil portugueses escolheram como as 7 Maravilhas de Portugal os seguintes monumentos: Castelo de Guimarães (século X Guimarães, Distrito de Braga); Castelo de Óbidos, (1195 Óbidos, Distrito de Leiria); Mosteiro da Batalha (1385, Batalha, Distrito de Leiria); Mosteiro de Alcobaça (1153, Alcobaça, Distrito de Leiria); Mosteiro dos Jerónimos, (1502, Santa Maria de Belém, Lisboa); Palácio Nacional da Pena (1838, Sintra, Lisboa); Torre de Belém (1521, Santa Maria de Belém, Lisboa).
A relação de Pedro e Inês
D. Pedro I nasceu em Coimbra, no dia 08 de abril de 1320. Ele ficou conhecido pelo cognome de “O Justiceiro”. D. Pedro I era filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Molina e Castela.
Primeiro, D. Pedro I uniu-se a D. Branca e, posteriormente, casou-se com D. Constância de Castela. Foi um casamento por conveniência, como era comum fazer-se naquela época. Durante o seu casamento, D. Pedro I apaixonou-se por uma das aias da sua mulher.
Inês, uma jovem galega, era descendente da nobreza do noroeste peninsular. O amor vivido entre D. Inês de Castro e D. Pedro ficou para a história como uma relação de amor impossível, que teve um fim trágico.
O relacionamento contra o povo
D. Constança chegou a convidar Inês para madrinha de D. Luís, seu segundo filho, com a intenção de acabar com a relação estabelecida entre Inês e o seu marido, D. Pedro I. No entanto, o bebé D. Luís morreu com poucos dias de vida. D. Constança acabou por falecer um pouco mais tarde, em 1345, após dar à luz D. Fernando (que viria a ser o sucessor de D. Pedro e também o último rei da Dinastia Afonsina). Após o falecimento de D. Constança, D. Pedro e D. Inês assumiram a relação proibida e viveram o seu amor com toda a intensidade.
Esta relação ardente era muito mal vista pelo rei, pela alta aristocracia e pelo povo. Existia a preocupação de que este relacionamento colocasse em risco as boas ligações estabelecidas entre o reino de Portugal e de Castela.
Família criada
D. Pedro assumiu o concubinato após ficar viúvo. Essa decisão escandalizou a corte. O país encontrava-se assolado pela Peste Negra por isso, essa decisão de D. Pedro era vista como uma manifestação de desinteresse do futuro rei para com os assuntos do governo.
A relação entre Inês e D. Pedro prosseguiu, apesar de toda a polémica criada. O casal teve quatro filhos (um deles morreu e três sobreviveram). Entre estes estavam dois varões. Eram eles: D. João e D. Dinis.
Reação (in)esperada do Rei
O pai de D. Pedro nunca apoiou a relação do seu filho com Inês. D. Afonso IV receou que a relação do filho com Inês colocasse em perigo os direitos de D. Fernando, filho de D. Pedro. Este seu e legítimo herdeiro do trono, após D. Pedro assumir a coroa. Ora, a influência exercida pelos irmãos de Inês representava uma séria ameaça para Portugal, podendo ficar em perigo a correta sucessão do trono.
Após ouvir os conselhos de três homens da sua confiança, D. Afonso IV decidiu mandar matar Inês, que vivia com o seu filho e com os seus netos. Os 3 conselheiros do D. Afonso IV eram Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco (este era um inimigo dos Castros, irmãos de Inês).
O Mosteiro de Alcobaça foi o local onde surgiu a decisão de matar Inês, uma decisão que iria ficar para a história. Inês foi degolada em Coimbra, no dia 7 de janeiro de 1355, num momento em que D. Pedro andava à caça. Foi o fim trágico de um amor proibido, que representou o início de vários mitos.
As consequências do assassinato
D. Pedro I percebeu o que o seu pai tinha feito e originou uma guerra civil. O reino encontrava-se num cenário de guerra. Os dias negros prolongaram-se no nosso país entre fevereiro de 1355 e agosto de 1356.
Neste ano, D. Afonso IV morreu e D. Pedro I assumiu a coroa. Por isso, teve o poder de que necessitava para fazer a sua vingança. O rei português queria apanhar os homens responsáveis pela morte da mulher que tanto amou. D. Pedro I realizou um acordo de extradição com o rei de Castela (que era seu primo). Desta forma, D. Pedro I recebeu Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho. Estes homens foram trocados por dois nobres castelhanos que se encontravam exilados no nosso país.
Vingança
O rei português conseguiu ter consigo os dois assassinos. Após estes terem sido levados para Santarém, eles tiveram a sua punição. Fernão Lopes referiu as instruções dadas pelo D. Pedro, “a Pêro Coelho mandou arrancar o coração pelo peito e a Álvaro Gonçalves pelas espáduas. E tudo o que se passou seria coisa dolorosa de ouvir. Finalmente el-rei mandou-os queimar.
E tudo foi feito diante dos paços onde ele estava, de maneira que, enquanto comia, olhava o que mandava fazer”. Diz-se que o rei defendia que os homens que matam uma mulher inocente não podiam ter coração. No entanto, a vingança de D. Pedro não foi completa, Diogo Lopes Pacheco salvou-se destas dores agonizantes. O terceiro assassino de D. Inês conseguiu escapar à punição após fugir para França.
A inspiração
Esta história trágica foi marcante e encantou sucessivas gerações. O povo nunca a esqueceu. Artistas, poetas ou romancistas tiveram esta história como uma referência. Este relacionamento foi cantado por poetas. A relação foi descrita por cronistas e biógrafos. Há diversas obras da literatura e de artes plásticas que ajudaram a perpetuar o mito de Inês de Castro.
Além dos factos que se conhece, há mitos a enriquecer a história. O relacionamento de Pedro e Inês foi recontado diversas vezes, A imaginação popular, por vezes, superava a realidade. A imaginação criativa dos autores fez com que a história fosse contada com alterações. Assim, a lenda foi surgindo, sendo frequentemente renovada e atualizada, o que fez com que perdurasse até ao nosso tempo. Luís de Camões escreveu n’ Os Lusíadas sobre os “amores de Inês”, tendo dito que “depois de morta foi rainha”.
A lenda
O nascimento da Lenda da Coroação da Rainha depois de morta do beija-mão à rainha cadáver é verdadeiramente fascinante. O Rei D. Pedro exigira perante a corte que todos deveriam considerar que D. Inês era Rainha de Portugal. De facto, o rei confirmou que se tinha casado em segredo com Inês de Castro. Em julho de 1360, D. Pedro surpreendeu a corte ao afirmar que tinha casado secretamente com Inês de Castro, em 1354.
O interesse do Rei era tornar os seus filhos com a amante legítimos, tornando-os assim aptos a participar da linha sucessória, legitimando assim toda a relação com Inês. Posteriormente, D. Pedro I mandou trasladar os restos mortais da amada, tendo o corpo de Inês sido destinado ao Mosteiro de Alcobaça. A imaginação do povo procurou amplificar a homenagem simbólica de D. Pedro, tornando a coroação da rainha morta num evento real. Segundo a lenda, numa cerimónia formal em que estava presentes as três ordens do Estado (clero, nobreza e povo) o Rei exigiu que todos beijassem a mão à “Rainha Morta”.
A cerimónia solene da coroação da Rainha teria ocorrido no Mosteiro de Santa Clara. O cadáver, depois de desenterrado, encontrava-se sentado num trono. Todos os elementos presentes foram obrigados a beijar a mão do cadáver.
Os túmulos
Os túmulos de D. Pedro e de Inês encontram-se ambos no Mosteiro de Alcobaça. No Túmulo de D. Pedro I, a decoração é predominantemente preenchida por edículas góticas, apresentando passagens da vida de São Bartolomeu. A figura jacente de D. Pedro I surgiu a segurar a espada com a mão esquerda. Existem quatro anjos que amparam a cabeça e os ombros do rei aos quais se seguem dois anjos turiferários. Aos pés da figura do rei, encontra-se um cão, no sentido transversal.
O Túmulo de D. Inês está presente no Mosteiro de Alcobaça. Ele está assente em seis suportes que apresentam figurações que remetem para seres híbridos de rostos humanos e corpos de animais. Existem cenas do Novo Testamento que rematam com a figuração do Calvário, no facial da cabeceira.
O Juízo Final encontra-se no facial dos pés e está organizado em três registos ao longo de uma linha sinuosa que parte da boca de Leviathan. No túmulo, destaca-se a figura jacente de D. Inês de Castro. Ela encontra-se coroada. Na peça, quatro anjos acompanhados de dois anjos turiferários amparam-lhe a cabeça e o manto.
A coroação da rainha
Os dois túmulos são verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal. O Mosteiro é o local onde Inês foi mesmo coroada no túmulo. Nestes túmulos, D. Pedro e Inês estão coroado. São rei e rainha e encontram-se rodeados por anjos que lhes levantam a cabeça, para assim poderem levá-los para o céu.
O rei pretendeu mostrar que ambos têm um lugar no Paraíso. Os túmulos encontram-se frente a frente, de modo que quando ambos ressuscitarem possam levantar-se e nesse momento verem-se um ao outro.
Mosteiro de Alcobaça
Todos os guias de viagens, todos os itinerários turísticos e informações sobre a região colocam o Mosteiro de Alcobaça como o grande destaque da região. Este monumento tem como nome completo Abadia de Santa Maria de Alcobaça.
A sua construção está ligada à fundação de Portugal. Após a conquista de Santarém, D. Afonso Henriques ofereceu o terreno da edificação à ordem de Cister. Foi no século XII que este monumento foi construído. O Mosteiro de Alcobaça foi erguido segundo o modelo da casa da ordem em Claraval, na França.
Características
Esta construção foi a primeira obra da arquitetura portuguesa inteiramente gótica. O Mosteiro de Alcobaça trata-se de um edifício com mais de 200 metros de comprimento. O Mosteiro encontra-se dividido numa tríade de corpos. Existe uma Igreja com uma fachada que apresenta mais de 40 metros de altura.
Além disso, existem duas alas, uma a Norte, na qual o rei e a sua corte moravam quando visitavam o local, outra encontra-se a Sul, onde moravam os monges dirigidos pelo seu abade.
Classificações
Mosteiro de Alcobaça, classificado como Monumento Nacional através dos decretos DG nº14, 10-01-1907;1DG, nº 136, 16-06-1910. Este monumento foi classificado como zona especial de protecção DG (II série), nº 190 de 16-08-1957.
Informação Útil
Mosteiro De Alcobaça
Morada: Praça 25 de Abril, 2460 – 018 Alcobaça
Localização GPS: 39° 32′ 54″ N, 8° 58′ 48″ W
Contactos: +351 262 505 120 / [email protected]
Como chegar
É muito simples visitar este monumento. Para aceder ao Mosteiro de Alcobaça através da autoestrada partindo de Lisboa ou de Leiria, deve seguir-se a A8 e escolher a saída para Alcobaça/Nazaré/Valado dos Frades.
Posteriormente, deve seguir a Estrada Nacional 8-5 até Alcobaça. Para quem parte do Norte, deve seguir pela A1 e, em seguida, deve sair para Leiria. Quem parte do Sul, deve optar por percorrer a A1, escolhendo a saída para Aveiras. Outra opção é fazer pelo percurso pelo IC2.
Horário de funcionamento
Pode visitar o Mosteiro de Alcobaça em qualquer época do ano, mas convém conhecer os horários de funcionamento, já que a disponibilidade varia ao longo do ano. Tome nota!
Entre outubro e março: das 09h00 às 18h00 (última entrada 17h30)
Entre abril e setembro: das 09h00 às 19h00 (última entrada 18h30)
Nota: Tenha em conta que a bilheteira encerra 30 minutos antes do fecho do monumento.
O Mosteiro de Alcobaça encontra-se encerrado nos seguintes dias: 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 20 de agosto e 25 de dezembro.
Preço dos bilhetes
O preço do bilhete normal, de adulto, é de 6€. No entanto, existem vários descontos de que pode usufruir se reunir alguns requisitos, nomeadamente:
– Comprovar ter idade igual ou superior a 65 anos – 50%;
– Comprovar ter cartão de Estudante – 50%;
– Comprovar ter cartão Jovem – 50%;
– O bilhete Família (2 adultos + mínimo 2 filhos, menores de 18 anos) – 50%.
A visita pode ser gratuita, nas seguintes situações:
– aos domingos e feriados (só para cidadãos residentes em território nacional);
– para crianças com 12 anos ou menos;
– visitantes que se encontrem em situação de desemprego (que sejam residentes na União Europeia).
Quer saber onde por comer em Alcobaça?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
Origens Restaurante
Morada: Rua Alexandre Herculano, 18, Alcobaça 2460-022 Portugal
Contactos: +351 913 588 455 / [email protected]
Pratu’s Restaurante Bar&Tapas
Morada: Rua Doutor Maur Cocheril No 6, Alcobaça 2460-032 Portugal
Contactos: +351 910 205 312 / [email protected]
Meat-Hamburgueria, Pregaria e Companhia
Morada: Rua Frei Brandão N, 49 Entre a Pensão Corações Unidos e o Café Paris, Alcobaça 2460-047 Portugal
Contactos: +351 968 447 189
O Cabeço
Morada: Rua Dona Elvina Machado, 65, Alcobaça 2460-521 Portugal
Contactos: +351 914 500 202 / [email protected]
Tasca O Zé da Loja
Morada: Rua Afonso Albuquerque 8, Alcobaça 2460-020 Portugal
Contactos: +351 262 598 160
Informação útil
Posto de Turismo de Alcobaça
Localização: Rua Araújo Guimarães, 28, 2460-025 Alcobaça
Localização GPS: 39.549615, -8.978705
Contactos GPS: (+351) 924 032 615 / [email protected].
Quer saber onde pode dormir em Alcobaça?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Your Hotel & Spa Alcobaça
Morada: Manuel Rodrigues Serrazina S/N, Fervença, Vestiaria, 2460-743 Alcobaça
Contactos: 262 505 370
Challet Fonte Nova
Morada: Rua da Fonte Nova, nº 8, 2460 – 042 Alcobaça, Portugal
Contactos: +351 262 598 300 [email protected].
Hostel Rossio Alcobaça
Morada: Praça 25 de Abril, nº 15, 2460-018 Alcobaça, Portugal
Contactos: 262 598 237 / 919 333 868 / [email protected]
Hotel Santa Maria
Morada, Dr. Francisco Zagalo 20-22, 2460 – 041 Alcobaça, Portugal
Contactos: 262 590 160 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Real Abadia, Congress & Spa Hotel
Morada: Rua da Escola, Alcobaça 2460-492 Portugal
Contactos: +351 262 580 370 / +351 915 827 012 / [email protected]
Mais informações, aqui.