Existem muitas estórias em locais históricos do Porto, desconhecidas pela generalidade das pessoas. Estórias que relatam tragédias, momentos de vergonha, de orgulho e até de glória.
Os locais históricos do Porto são referências de uma cidade que se encontra na ribalta, pois nos últimos anos tornou-se numa referência do turismo internacional. O Porto é uma cidade que tem sido descrita como um destino de sonho por entidades ligadas ao universo das viagens, colecionando diversos prémios e elogios.
Na cidade, há vários espaços históricos. Muitos deles escondem estórias que são desconhecidas pela generalidade das pessoas. Descubra-as!
Locais históricos no Porto que muitos nem suspeitam

A Praça Carlos Alberto
A Praça Carlos Alberto encontra-se na freguesia da Vitória. Esta praça teve diversos nomes antes de ser conhecida como Praça Carlos Alberto.
Foi “Largo dos Ferradores”; chegou a ser conhecida como “Feira das Caixas”, tendo sido o local onde se faziam as caixas de bagagem para os emigrantes que viajavam para o Brasil.
Mas, afinal, quem foi Carlos Alberto? Foi um rei, sendo ele que deu origem ao nome desta praça do Porto.
O rei Carlos Alberto de Piemonte e da Sardenha foi destronado em 1849, tendo sido no Porto que ele encontrou o seu refúgio, ficando alojado numa habitação sita nesta praça.
O rei Carlos Alberto faleceu três meses depois de ter chegado à Invicta. A praça foi nomeada Praça Carlos Alberto em sua homenagem.

Miradouro da Vitória
O miradouro da Vitória atrai diariamente diversos visitantes, pois trata-se de um dos miradouros mais emblemáticos da cidade Invicta. No Largo da Bataria da Vitória, há histórias que merecem ser contadas.
Tendo sido mandado construir nos finais do século XVIII, pelo empreendedor João de Almada, o espaço serviu como defesa das tropas liberais, que foram espartilhadas em 1832-1833, durante o longo, duríssimo e célebre cerco.
Encontravam-se no local os canhões das tropas de D. Pedro IV (que se tornou no 1º imperador do Brasil). Encontra-se no coração do antigo quarteirão judaico. O bairro judeu seguiu com uma certa autonomia desde que o rei D. João I (no século XIV) determinou a área como o local em que todos os judeus deveriam morar.
Servir como uma cidade presente dentro da própria cidade do Porto. Havia uma saudável convivência entre judeus e cristãos. Esse período durou uns 100 anos, até a Inquisição chegar a Portugal e ao Porto.

Informação:
Morada do Miradouro da Vitória – Porto: R. de São Bento da Vitória 11, 4050-018 Porto, Portugal.
Latitude: 41.143163 | Longitude: -8.615812.
Horários de visita: Pode ser visitado durante todo o dia.

Centro Português de Fotografia
O Centro Português de Fotografia encontra-se num edifício emblemático da cidade, a Cadeia da Relação. O edifício granítico é de 1582, tendo sido reedificado no ano de 1767, num estilo neoclássico. O projeto foi da responsabilidade do arquitecto Eugénio dos Santos.
A distribuição dos presos obedecia a determinados critérios, sendo que o tipo de crime cometido ou o tipo de estatuto social do detido (bem como a capacidade para este pagar a carceragem) eram variáveis tidas em consideração.

Os Regulamentos existentes nem sempre foram respeitados e a sobrelotação do espaço ocorreu com frequência. A cadeia da relação acolheu alguns dos presos mais conhecidos da época, destacando-se Camilo Castelo Branco, um dos grandes nomes da literatura portuguesa, e Zé do Telhado (o famoso Salteador).

A Ponte Luís I (ou Ponte Luiz I)
A ponte Luiz I encontra-se no local onde ocorreu o desastre da ponte das barcas. As pontes das barcas (existiram várias) permitiam a circulação de pessoas e de mercadorias, facilitando o movimento e a passagem entre as cidades. O nome “ponte das barcas” deve-se à sua constituição. Era feita por 20 barcaças que se encontravam unidas por cabos.
A Ponte das Barcas em questão foi construída em 1806, mas não durou muito, pois em 1809 (mais precisamente em março) ocorreu uma tragédia. A segunda invasão francesa, quando ocorreu, encontrava-se a família real portuguesa no Brasil. As tropas francesas entraram no Porto no dia 29 de março. A população fugiu em direção ao rio Douro, pois conhecia a fama da crueldade das tropas francesas.

Ora, a ponte das barcas não teve capacidade para sustentar o peso de milhares de fugitivos. O dia foi trágico, pois terão morrido 4.000 pessoas nas águas do rio Douro.

Museu Militar do Porto (antiga sede da PIDE)
O Museu Militar do Porto encontra-se na zona do Bonfim. Durante décadas, aquele edifício serviu como sede da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), mais precisamente entre 1940 e 1974.

A Pide foi o braço armado da ditadura salazarista. Existe na fachada lateral do edifício uma placa de louvor aos que sofreram às mãos da PIDE.
Endereço: Rua do Heroísmo 329, 4300-096 Porto.

Hotel Teatro (antigo Teatro Baquet)
Neste emblemático edifício, deflagrou um incêndio de grandes proporções. Foi na noite de 20 de março de 1888.
Na época, o Teatro Baquet era uma das grandes casas de espetáculo do Porto. O número de mortos terá sido de 90 a 130 pessoas.
Endereço: R. de Sá da Bandeira 84, 4000-427 Porto

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Adorei este post! já conhecia alguns desses lugares mas não conhecia as histórias.