Língua Portuguesa: 10 pleonasmos comuns que deve evitar
Diariamente escapam-nos mais pleonasmos do que imaginamos. Frases ou expressões redundantes que devemos corrigir. Conheça 10 pleonasmos comuns que deve evitar.
Nos media, no trabalho, no café,… diariamente, somos confrontados com frases de sentido redundante e que, de tanto serem ditas e ouvidas, quase deixam de ser detetadas como erro.
Por essa razão, é importante refletir sobre o que são os pleonasmos e conhecer 10 pleonasmos que deve evitar, para que torne a sua comunicação mais clara e objetiva, sem redundâncias.
O que é um pleonasmo?
Antes de partilhar consigo alguns dos pleonasmos mais comuns da Língua Portuguesa, importa explicar, antes de mais, o que é um pleonasmo.
De forma simplista, podemos dizer que um pleonasmo é uma repetição de uma ideia na mesma frase. Trata-se de uma figura de estilo que pode ser usada, inclusive por escritores, para realçar uma ideia, tornando-a mais expressiva. («Vi claramente visto.», Os Lusíadas, Camões)
Contudo, o pleonasmo pode, muitas vezes, ser utilizado no quotidiano, nomeadamente na comunicação oral, não intencionalmente, mas como erro, sem que quem o pronuncie dê conta de que, realmente, o está a fazer. («Sobe para cima do banco.») Trata-se do pleonasmo vicioso – tautologia – e é, essencialmente, sobre esses casos que vamos falar.
10 pleonasmos comuns que deve evitar
Acabamento final
Fazendo lembrar um outro pleonasmo já aqui analisado “Conclusão final”, também neste caso a palavra “final” é acessória, já que um acabamento de algo é uma finalização/ultimação. No fundo, este pleonasmo consiste na enumeração de dois sinónimos.
Últimos acabamentos
Se alguém nos disser, por exemplo, que a obra entrou na fase dos acabamentos, já ficamos a saber que a obra se encontra na fase final e, também, na última fase, já que a palavra acabamento remete para essa ideia de fim e de conclusão.
Regra geral
Provavelmente, um dos pleonasmos mais comuns é mesmo este e, à primeira vista, até podemos não perceber de imediato o porquê de se tratar de um pleonasmo.
Contudo, é simples. As regras ou normas são sempre indicações gerais.
Num regulamento, por exemplo, tudo o que não se enquadrar no global, faz parte não das regras, mas sim das exceções, isto é, daquilo que se aplica ao particular.
Novidade inédita
Uma novidade é sempre algo inédito; assim como algo inédito é sempre uma novidade.
Assim, a combinação destas duas palavras, desta forma, resulta sempre num pleonasmo, o qual se pode evitar optando pelo uso de apenas uma das palavras.
Surpresa inesperada
Quem não gosta de uma boa surpresa, certo? Contudo, sejam boas ou menos boas, uma coisa é certa: uma surpresa é sempre inesperada, caso contrário não é uma surpresa.
Assim, quando preparar uma surpresa para alguém, não se esqueça que, para ser realmente uma surpresa, ela tem de ser inesperada, imprevista e, claro, surpreendente.
Pequenos detalhes
Quando falamos em detalhes referimo-nos precisamente a coisas pequenas, pormenores. Logo, o uso do adjetivo “pequeno” nesta expressão torna-se absolutamente dispensável.
Monopólio exclusivo
Se dissermos que em nossa casa é o pai que tem o monopólio da televisão, por exemplo, tal significa que é ele, em exclusivo, que domina a TV e decide o que se vê nela.
Assim, a palavra “monopólio” já carrega em si essa carga de exclusividade, pelo que dizer monopólio basta.
Protagonista principal
Ser o protagonista de algo é ser a personagem principal, logo dizer protagonista é suficiente.
Já no caso da palavra personagem é diferente, pois podemos referirmo-nos a uma personagem como sendo principal, mas também secundária.
Já no caso da palavra protagonista, é certo que estamos sempre a falar da figura principal de uma história.
Elo de ligação
Certamente que todos já observámos os elos de uma pulseira e é fácil reparar que a sua designação – elos – se deve ao facto de eles se interligarem.
Assim, se eu disser, por exemplo, que o elo entre dois irmãos é o sangue, isso será suficiente para eu perceber que me refiro à ligação entre esses dois irmãos, evitando deste modo o pleonasmo.
Baseado em factos reais
Tudo o que é facto ou factual significa que é verdade, que aconteceu, que é real.
Deste modo, sempre que vemos um filme que diz ser baseado em factos reais ou verídicos, tal trata-se de um pleonasmo, pois não existem factos irreais ou falsos.
A palavra facto aponta sempre para um acontecimento verdadeiro.
Se gostou deste artigo também poderá gostar de:
Língua Portuguesa: 10 pleonasmos que deve evitar
Língua Portuguesa: 15 das palavras mais belas da nossa língua
Língua Portuguesa: escreve-se põe ou põem?
_
Excelente. São expressões usadas rotineiramente e a gente não se da conta das impropriedades