A história de Portugal é rica em momentos incríveis. Sabia que o Infante D. Pedro foi chacinado por instrução do rei que era seu familiar?
Ao longo dos quase 900 anos de existência de Portugal, foram vários os episódios insólitos que surgiram na história da nação. O tempo em que o país teve reis na sua liderança foi particularmente propício a episódios caricatos.
Ao longo das últimas semanas, temos vindo a publicar artigos que revelam muitos desses momentos. No presente artigo, centraremos a nossa atenção no Infante D. Pedro. Quer saber mais?
Infante D. Pedro: mandado chacinar pelo rei (seu sobrinho e genro)
Quem foi D. Pedro?
D. João I reinou entre 1385 e 1433, tendo ficado conhecido pelo cognome de “O de Boa Memória”. Sob o seu reinado, Portugal viveu sete anos de paz e de prosperidade. Enquanto esteve no trono, D. João fez uma aposta na política de exploração marítima e comercial. Por isso, contribuiu para dar um forte impulso aos Descobrimentos.
Da sua união com D. Filipa de Lencastre, nasceu aquele que veio a ser o seu sucessor. D. Duarte, “O Eloquente”, foi filho do Rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, tendo reinado entre 1433 e 1438. O Infante D. Pedro também era filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre.
Momentos históricos
D. Pedro acompanhou o pai na conquista de Ceuta, no ano de 1415, tendo sido feito cavaleiro, após a tomada da cidade, logo no dia seguinte. Nessa altura, o ducado de Coimbra foi conferido a D. Pedro.
A regência
A nobreza senhorial não costumava ser meiga, não tendo perdoado ao infante a humilhação sofrida nas Cortes de Lisboa, em 1439.
Nessa época, o povo amotinou-se em várias cidades do reino e forçou a atribuição da regência a D. Pedro pois, desde a morte de D. Duarte, que acontecera no ano anterior, encontrava-se nas mãos da rainha D. Leonor, que era mãe de D. Afonso V, o herdeiro legítimo, mas que então era apenas um menino de 7 anos.
D. Afonso V, nascido a 15 de janeiro 1432, ficou conhecido pelo cognome de “O Africano” e reinou entre 1438 e 1481.
A viagem
O infante D. Pedro realizou uma longa viagem pela Europa, entre 1424 e 1428, tendo percorrido os Estados mais importantes da época. Essa experiência permitiu que ele tivesse entrado em contacto com os principais centros comerciais e financeiros do seu tempo.
Por ter vivido esta experiência, D. Pedro ficou com o cognome de Infante das Sete Partidas do Mundo. Depois desta importante e longa viagem, já em 1429, D. Pedro casou com a princesa D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel.
A decisão
O destino do irmão D. Fernando (que ficou conhecido como o Infante Santo) estava nas mãos do reino. D. Fernando encontrava-se refém dos mouros que pretendiam trocá-lo por Ceuta, que tinha sido anteriormente conquistada pelos portugueses.
Quando foi chamado a pronunciar-se sobre esta importante decisão, D. Pedro defendeu a entrega da praça marroquina e a salvação do seu irmão, D. Fernando.
Ele recebera o apoio do povo, dos ricos mercadores e da plebe de Lisboa e do Porto.
Afonso V, sobrinho e genro
D. Pedro governou cuidadosamente, de forma a não afrontar a nobreza. Ele concedeu ao irmão D. Henrique grandes privilégios. O mesmo fez com o seu meio-irmão D. Afonso (que era conde de Barcelos), pessoa que viria a revelar-se seu inimigo mortal.
Ele casou o jovem rei D. Afonso V com Isabel, a sua filha, e nomeou condestável (comandante supremo do exército) Pedro, outro filho. D. Afonso V fez 14 anos em 1446, atingindo assim a maioridade para reinar.
Relação com D. Afonso V
D. Afonso V deixou-se influenciar pelos nobres que o rodeavam e, nos dois anos seguintes, foi constantemente influenciado pelas intrigas feitas contra o ex-regente, D. Pedro. Este sentia-se magoado com a ingratidão do sobrinho (e genro) D. Afonso V.
Assim, D. Pedro abandonou a capital em 1448, muito desiludido com o sobrinho por dar ouvidos aos caluniadores. D. Afonso V foi viver para os seus domínios de Coimbra.
Afastamento
Os caluniadores aproveitaram o facto do D. Pedro se encontrar fora da corte. Eles voltaram à carga, tendo até acusado D. Pedro de ter envenenado a rainha-mãe.
Nessa época circularam cartas falsas, que eram “assinadas” ou por D. Pedro ou pelo rei D. Afonso V. Essas cartas e mentiras tornaram a relação entre ambos ainda mais gélida.
O momento
D. Afonso V chamou o duque de Bragança à corte no princípio de abril de 1449, sendo que o duque saiu de Trás-os-Montes com três mil homens armados. Ora, no caminho para Lisboa, o duque e os seus homens deviam ter atravessado as terras de D. Pedro.
O duque de Bragança aproximou-se dos limites do ducado de Coimbra. D. Pedro enviou-lhe um emissário, intimando-o a alterar o caminho, senão teria de enfrentar as suas tropas. O duque de Bragança viu-se assim obrigado a fazer o desvio, tal como pedido por D. Pedro.
No entanto, mal chegou à capital, ele queixou-se ao rei D. Afonso V. Ora, este, mal soube, reuniu o seu conselho, tendo considerado D. Pedro rebelde e desleal. Por isso, o seu exército real pôs-se em marcha.
O fim
D. Pedro foi informado e dirigiu-se a Lisboa com os seus homens. Foi já junto à ribeira de Alfarrobeira, que os dois exércitos se encontraram no dia 20 de maio, nas cercanias de Alverca.
Como as tropas do rei eram muito superiores, facilmente esmagaram os partidários de D. Pedro, sendo que este morreu no combate, tinha 56 anos. D. Afonso V, que tinha apenas 17 anos, revelou a sua crueldade adolescente, tendo até recusado dar sepultura ao corpo do Infante que era seu tio e sogro.
O papel do Infante D. Henrique nesta armadilha não é muito claro
Aconselho vivamente a lerem uma tese de mestrado (dos antigos) chamada ” A maldição da memória ” sobre este tema. Talvez fosse importante mais um bocadinho de pesquisa.
De acordo com as storias que sao contadas, E falsa a missiva de D Afonso V: ter mandado matar?! Nao. Foi o D Pedro que veio confrontar o Rei ( apos ter sido declarado rebelde por DAfonso V, falsamente) e com poucos soldados foi intersectado pelo maior exercito do Rei, em Alfarrobeira, arredores deVila Franca de Xira; afinal, o Conde era o representante do povo, desde a incumbencia de sua defesa por sua mae D Filipa Lencastre. Nao era aplologista de Guerras, mas era leal e temeroso perante todos, inclusive o seu sobrinho e genro, mal aconselhado e manipulado, de forma traicoeira, pelos nobres mesquinhos e amantes de pouco fazerem e muito invejarem. Os reis pagavam com terras quando eram ajudados pelos senhores feudais com seus exercitos; a ponto de serem mais ricos que os proprios reis. Tambem o D Henrique beneficiou com as riquezas do clero em geral e o enoeme condado de Viseu, embora o usasse de forma Universal para os futuros e presentes/ da actualidade, nas Descobertas vindouras. Ceuta, so nos trouxe a perda de homens e dinheiros importantes. Outras cidades africanas foram tomadas e perdidas num ror de lastima, pelo D Afonso V.