Embrenhe-se na magia da Floresta Laurissilva, uma joia natural que adorna a ilha da Madeira. Experiencie um reino de serenidade e beleza intocada. A Floresta Laurissilva é uma atração imperdível da Ilha da Madeira. Este autêntico paraíso esconde um património natural de grande beleza e de enorme riqueza.
Todas as pessoas que visitam a Floresta Laurissilva encontram um lugar quase mágico que nos remete para uma viagem aos contos infantis. Pode não ser uma floresta encantada, mas é seguramente uma floresta que encanta miúdos e graúdos.
Floresta Laurissilva: a joia natural da Madeira
A maioria da área que pertence à floresta Laurissilva encontra-se inserida no Parque Natural da Madeira, área protegida que abrange cerca de dois terços da ilha. A floresta Laurissilva da Madeira está presente na encosta norte, na zona de Porto Moniz, São Vicente e Santana.
Contudo, podem ser encontradas manchas de floresta Laurissilva da Madeira noutras zonas da ilha, nomeadamente em Calheta, Ponta do Sol e Machico, áreas de difícil acesso entre os 700 e os 1200 metros de altitude.
Riqueza
A Floresta Laurissilva, no seu todo, encontra-se entre os 300 e os 1300 m de altitude. Esta floresta que esconde inúmeros segredos apresenta a maior mata de louros do mundo. Noutros tempos, esta árvore de folhas persistentes chegou a cobrir 60% da ilha. Contudo, a área foi reduzida para 20% com as queimadas realizadas, com a agricultura e com o povoamento humano. Essa área atual corresponde a 15000 hectares. A maioria encontra-se na costa norte.
As características
A Floresta Laurissilva foi classificada pela UNESCO como Património Natural da Humanidade em 1999. A classificação acontece devido à riqueza, importância e especificidade desta atração madeirense singular. Este espaço singular é uma réplica das florestas que cobriam grande parte da Europa até à última glaciação. A sua riqueza é notável. Ela apresenta uma enorme diversidade biológica.
História
No século XV, quando os navegadores portugueses chegaram à ilha, o nome de “Madeira” foi atribuído ao local devido ao seu extenso e denso arvoredo. Na época, segundo relatos históricos que remontam ao século seguinte, a floresta Laurissilva da Madeira estava dispersa em toda a ilha, estendendo-se desde o mar até às montanhas: “não tinha palmo de terra que não fosse cheio de árvores grandíssimas…”.
No entanto, a ocupação do território teve consequências naquela região que sofreu oscilações ao longo dos 5 séculos de ocupação e atividade humana. Essas transformações que surgiram na área da floresta Laurissilva ocorreram devido à procura de materiais (nomeadamente a madeira e o carvão), a introdução de espécies exóticas, entre outros fatores.
Valorização antiga
A madeira da Floresta Laurissilva é uma das diversas razões pelas quais esta floresta foi muito valorizada noutros tempos. Tratava-se de uma matéria-prima imprescindível para a construção. Contudo, ela também serviu como fonte de recursos para a medicina, culinária ou até como combustível. A Floresta Laurissilva foi valorizada ao longo do tempo devido à sua riqueza singular. Ela encontra-se espelhada em espécies variadas e únicas no mundo. Desde há vários séculos que ela é valorizada pelas diferentes utilizações.
Embora possam ser encontradas espécies da floresta Laurissilva noutros arquipélagos, incluindo em diversas ilhas dos Açores, é na ilha da Madeira que se pode encontrar a maior e mais bem conservada área da floresta indígena madeirense.
A consciencialização da importância deste património natural foi mais evidente a partir de 1970. O reconhecimento do valor intrínseco da floresta, aliado à implementação de legislação adequada, levaram a uma crescente recuperação da área da floresta Laurissilva da ilha da Madeira, uma relíquia autóctone que merece todos os cuidados.
O nome
A floresta Laurissilva da Madeira apresenta uma percentagem elevada de espécies exclusivas da região da Macaronésia. Contudo, as espécies que pertencem à família das Lauráceas – Laurus têm maior domínio.
A floresta chama-se Laurissilva devido à sua riqueza. Ela recebeu o nome da espécie predominante, o louro. Laurissilva é o nome atribuído a esta floresta. Através do latim, é possível compreender o nome dado a este paraíso (laurus – loureiro + silva – floresta).
O louro da cozinha
O loureiro da floresta Laurissilva da Madeira (Laurus novocanariensis) revela-se uma espécie endémica macaronésica. No entanto, as folhas de louro que habitualmente se utilizam para cozinhar em Portugal Continental pertencem à Laurus nobilis, uma espécie mediterrânica.
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Diversidade
Neste território, existe diversidade. Há uma riqueza imensa com diversas espécies que fazem da floresta Laurissilva uma relíquia do período Terciário, que abrange um espaço temporal bastante antigo, desde há cerca de 65 milhões de anos até há 1,8 milhões de anos.
O património natural vai além do género Laurus (loureiro, Laurus novocanariensis), destacando-se a presença de espécies dos seguintes géneros:
- Ocotea (til, Ocotea foetens)
- Appolonias (barbusano, Apollonias barbujana),
- Clethra (folhado, Clethra arborea)
- Myrica (faia, Myrica faya)
A vegetação Laurissilva
A floresta Laurissilva apresenta uma vegetação organizada em três comunidades, nomeadamente a Laurissilva do barbusano, a Laurissilva do til e a Laurissilva do vinhático, que estão presentes em “andares” bioclimáticos distintos na ilha da Madeira, os quais espelham as unidades climáticas regionais, mediante a forma como exercem a sua influência na vegetação.
Enquanto a Laurissilva do barbusano se apresenta em altitudes mais baixas, as comunidades Laurissilva do til e a Laurissilva do vinhático encontram-se presentes mais acima na paisagem.
Os animais da floresta Laurissilva
Existe uma variedade de espécies neste paraíso que revelam a imensa riqueza da fauna da floresta Laurissilva da Madeira, espécies endémicas e introduzidas.
Devido ao isolamento geográfico da ilha surgiu naturalmente o desenvolvimento de espécies particulares e possibilitou a ocorrência de numerosos endemismos. Por exemplo, pela floresta, poderá encontrar quase 3 mil espécies de insetos, cerca de 20% são endémicas.
Espécies especiais
Existem endemismos interessantes, nomeadamente a lesma Phaenacolimax madeirovitrina ruivensis. Esta lesma encontra-se presente nos locais mais húmidos, sobre as pedras dos ribeiros e regatos. O único réptil nativo da Ilha da Madeira é a lagartixa Lacerta dugesii.
O pombo torcaz (Columba trocaz) é outra espécie fascinante. Este emblemático animal está associado à Laurissilva. Este pombo prefere vales escarpados e profundos abaixo dos 900m de altitude onde pode encontrar o til e outras espécies. Por isso, tem tudo o que precisa para se alimentar, nomeadamente os respetivos frutos.
O Bis-bis (Regulus madeirensis) é outra das aves endémicas da Madeira. Esta ave é a espécie mais pequena da avifauna que se alimenta de insetos. Por isso, o Bis-bis revela-se um importante regulador do equilíbrio do ecossistema.
Destaca-se ainda a presença de uma subespécie endémica desta ilha, o colorido Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis). O fogo-de-artifício madeirense também vive na Laurissilva da Madeira. Trata-se da menor ave da ilha e uma das mais pequenas da Europa.