É uma das mais “picantes” feiras que o país tem e o seu cartaz já foi apresentado. O Cartaz Oficial da Feira da Foda 2023 já foi exibido e é muito cativante…
O nosso país tem diversos eventos espetaculares. De norte a sul de Portugal Continental e nas ilhas, não faltam Festas e Feiras que atraem a atenção de milhares de pessoas que fazem questão de repetir a presença, ano após ano.
Um desses eventos destaca-se por ter um nome pecaminoso, alusivo a uma tentação gastronómica. Esse evento é a Feira da Foda e é tão bom que todos os que marcam presença fazem questão de voltar…
Fique a conhecer os atributos de um evento especial: a Feira da Foda atrai milhares de pessoas até Monção.
Feira da Foda 2023: cartaz e receita
Localização
Este evento é marcante para a região. A Feira da Foda está prestes a regressar à aldeia de Pias, que está presente no concelho de Monção.
A data
Já existem datas para a próxima edição da famosa Feira da Foda. Este evento dedicado a um prato de cordeiro típico irá realizar-se no mês de março. Monção prepara-se para dar a conhecer uma maravilha gastronómica.
A Feira da Foda 2023 já está agendada. Este ano acontece de 17 a 19 de março. Ninguém vai querer perder a oportunidade de visitar a freguesia de Pias e de conhecer os encantos da Feira da Foda que é uma experiência imperdível.
O nome
O nome picante do evento destaca-se pela ousadia. Pode dizer-se que é mais picante que uma malagueta ou wasabi. A origem do nome Feira da Foda está relacionada com o nome do prato mais típico do concelho.
O prato especial é de Cordeiro à Moda de Monção. Este prato típico foi elevado a uma das 7 Maravilhas de Portugal à Mesa. Ora, este prato típico é conhecido pelos locais como Foda à Monção. Por isso, foi este prato que inspirou o nome de Feira da Foda.
A lenda
Segundo reza a lenda local, a denominação peculiar de Foda à Monção teve origem nas feiras que se destinavam à compra de animais. Naquela zona do País, realizavam essas feiras com frequência.
No entanto, os vendedores menos honestos davam sal aos rebanhos para que estes animais se enchessem de água e assim pudessem parecer mais gordos. Posteriormente, quando os compradores percebiam que tinham sido enganados, expressavam a sua desilusão: “Que grande foda!” E foi assim que surgiu a Foda à Moda de Monção.
A origem
Este evento teve o seu início no ano de 2017. Desde o primeiro ano que a Feira da Foda demonstrou ter agradado às pessoas. Rapidamente, tornou-se num dos principais eventos culturais e gastronómicos do concelho de Monção.
Desde o momento da sua criação que a Feira da Foda alcançou sucesso, apresentando um crescimento gradual que confirma o interesse das pessoas. Este mediatismo levou a um aumento do investimento, tornando o evento cada vez maior.
Mudança
A Feira da Foda é o nome de um evento inspirado no prato típico de Monção. Até 2017, só os moradores daquela região é que se referiam à Feira da Rês (evento anterior, com a mesma finalidade) como a Feira da Foda.
No entanto, tudo mudou quando a organização do evento decidiu assumir de vez o nome que acabou por atrair mais visitantes à feira.
Sons do Minho – Vamos à foda
Vídeo de: Espacial Música
Programa
O programa da iniciativa deste ano ainda não foi divulgado. Por isso, desconhece-se para já o programa da Feira da Foda. Será necessário aguardar mais uns dias.
O evento
Este evento assume a função de promoção dos recursos endógenos e diferenciadores do concelho, sendo esta uma das estratégias do executivo monçanense. A finalidade deste evento assenta na manutenção da qualidade e a garantia da autenticidade deste prato emblemático, histórico e tradicional do concelho de Monção.
A organização
Este evento conta com a organização da Confraria da Foda em colaboração com a Junta de Freguesia de Pias, com o apoio da Câmara Municipal de Monção. Além disso, o evento tem ainda o patrocínio de diversas empresas da região.
Quer saber tudo o que se encontra na Feira da Foda? Neste evento com nome sugestivo, há espaço para muitas apresentações do que melhor se faz em Portugal. Há artesanato, tasquinhas com especialidades regionais ou vinhos. Além disso, neste evento também há música popular.
O programa deste evento reserva espaço para a degustação do “Cordeiro à Moda de Monção”. Há espaços onde se pode contactar com expositores com vinhos da região e artesanato regional. Além disso, existem ainda espaços para os produtores de rés e máquinas agrícolas.
Neste evento, também decorrem demonstrações de tosquias e muita animação popular. Há música e diversão com ranchos folclóricos, grupos de bombos e concertinas.
O momento mais solene do evento é realizado com a entronização da Confraria da Foda, na qual, em cada capítulo, entram elementos novos e instituições locais e nacionais.
A receita: Cabrito assado à moda de Monção
Ingredientes
– 4 dentes de alho
– 1 ramo de salsa
– 1 folha de louro
– 1kg de cabrito (cortado em pedaços)
– 3 dl vinho branco
– 0,5 dl de azeite
– 1 c. de chá com pimentão-doce
– Pimenta q.b.
– Sal q.b.
Para o arroz
– 2 Dentes de alho
– 1 Cebola
– 500g de arroz
– 60g de presunto
– 0,5 dl de azeite
– 1 Cubo de caldo de carne
– 1 c. de sopa com açafrão em pó
– Pimenta q.b.
– Sal q.b.
Modo de Preparação
– Comece por colocar todos os ingredientes listados próximos de si, à disposição.
– Primeiro, coloque o cabrito (cortado em pedaços) num tabuleiro.
– Em seguida, faça o tempero do cabrito com os dentes de alho picados.
– No imediato, adicione o pimentão-doce, o sal e a pimenta.
– Posteriormente, adicione o azeite, a folha de louro e um ramo de salsa.
– Em seguida, regue com o vinho branco.
– Depois, envolva bem todos os ingredientes.
– Posteriormente, deixe a marinar no tabuleiro por 30 minutos.
– Em seguida, coloque o tabuleiro por 45 minutos no forno (pré-aquecido a 180°C).
– Ocasionalmente, vire os pedaços de carne.
– Se achar necessário, junte água, aos poucos.
Prepare o arroz:
– Primeiro, descasque a cebola e pique-as em pequenos cubos.
– Depois, retire a pele dos dentes de alho e pique-os de imediato.
– Posteriormente, remova a gordura ao presunto.
– Em seguida, corte-o em pequenos cubos.
– Depois, leve a ferver em 1 litro de água temperada com sal e pimenta.
– Posteriormente, adicione-lhe o caldo de carne e o açafrão.
– Em seguida, quando estiver pronto, reserve.
– Depois, num outro tacho, aqueça o azeite.
– No imediato, refogue os dentes de alho e a cebola.
– Em seguida, acrescente o presunto.
– Depois, adicione o caldo anterior.
– Posteriormente, acrescente o arroz.
– Depois, mexa o preparado e tape.
– Em seguida, leve ao forno por 20 minutos.
– Posteriormente, retire do forno.
– Depois, coloque por cima o cabrito.
– Está pronto a servir.
– Bom proveito!
Principais atrações em Monção
Castelo de Monção
Esta construção é o ex-libris local. Como aconteceu com qualquer castelo, há uma história marcante neste edifício.
A sua proximidade com “nuestros hermanos” (Espanha encontra-se do outro lado do rio Minho) fez com que este castelo desempenhasse um papel importante durante muitos séculos.
Esta fortificação serviu de defesa do território português. A origem do Castelo de Monção remonta aos alvores da nacionalidade portuguesa. No entanto, desconhece-se a data exata do início da construção do castelo.
Há notícias de obras que visaram aumentar o castelo já no reinado de D. Dinis. A fortaleza abaluartada terá sido mandada edificar em 1640, após a Declaração da Independência.
Palácio da Brejoeira
Este palácio é considerado um dos principais destaques de Monção. Esta construção é encantadora. O Palácio da Brejoeira apresenta-se em estilo neoclássico. Esta é uma construção datada do início do século XIX.
Esta casa senhorial encontra-se circundada por muros altos. Outro destaque do palácio vai para o seu frondoso parque de essências arbóreas incomuns, que constitui um conjunto notável que deslumbra qualquer pessoa que visita a propriedade.
O jardim é um espaço maravilhoso. No entanto, os 18 hectares de vinha da famosa casta Alvarinho revela-se outro elemento formidável da propriedade. Estas vinhas estão na base de um vinho de eleição. Esse doce néctar apresenta o nome Palácio da Brejoeira no seu rótulo.
Museu do Alvarinho
Por toda a região, encontramos referências ao vinho Alvarinho: ele está omnipresente. Por isso, não se estranha a existência de um Museu do Alvarinho. Este espaço situa-se na Casa do Curro.
O Museu do Alvarinho é um espaço merecedor de uma visita. Este espaço permite-nos ficar a conhecer as especificidades de uma casta única. O Museu do Alvarinho disponibiliza informação interativa sobre a origem e desenvolvimento de empresas ligadas a este vinho tão especial para a região. Além disso, no museu também pode comprar algumas das melhores garrafas de Alvarinho.
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Quer saber onde pode comer Cabrito assado à moda de Monção em Monção?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas especialidades gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
Restaurante Recanto d’Avó
Morada: Estrada nacional 304 S/n, Monção, Portugal, 4950-310
Contactos: (+351) 966 713 810 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Restaurante Taberna da Travessa
Morada: Rua Sá da Bandeira Número 125 rés do chão direito, 4950-509 Monção
Contactos: (+351) 925 656 390 – [email protected]
Mais informações, aqui.
Restaurante Sete a Sete
Morada: Rua Conselheiro João da Cunha, s/n, Monção
Contactos: (+351) 251 652 577 / +351 968 307 626 – [email protected]
Mais informações, aqui.
Restaurante O Rosal
Morada: R. Dom Pedro V 5, N°80, 4950-497 Monção
Contactos: (+351) 251 656 372 / +351 966 487 085 – [email protected]
Mais informações, aqui.
Restaurante Lagoa Verde
Morada: Lugar da Gandra, 4950-850 Monção
Contactos: (+351) 251 648 285 / +351 961 852 708 – [email protected]
Mais informações, aqui.
Quer saber onde pode dormir em Monção?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Hotel Fonte da Vila
Morada: Antiga Estrada De Melgaço Avenida Porta De São Bento nº891, 4950-483 Monção
Localização GPS: 42.027618º N / 8.161468º W
Contactos: (+351) 251 640 050 / +351 933 437 012 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Hospedaria Muralhas
Morada: Endereço: Largo do Rosal 45, 4950-508 Monção
Contactos: (+351) 251 656 424
Mais informações, aqui.
Solar de Serrade
Morada: Apt. 85 – Mazedo, 4950-280 Monção
Localização GPS – N 42.05774º W 8.47913º
Contactos: (+351) 251 654 008 / [email protected]
Hotel Rural Convento dos Capuchos
Morada: Qta. do Convento dos Capuchos, 4950-527 Monção
Contactos: (+351) 251 640 090 / +351 962 166 046 / [email protected]
COORDENADAS GPS: 42.077316, -8.477865
Mais informações, aqui.
Hotel Termas de Monção
Morada: Avenida das Caldas, s/n, 4959-442 Monção
Contactos: (+351) +351 251 030 092 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Uma “foda” à maneira de Monção
Recentemente, habitantes do concelho de Monção saíram à rua para promover um festival gastronómico, à volta daquilo que os círculos mais instruídos do concelho tinham prurido em designar com o nome que tradicionalmente se dava ao artigo promovido: uma “foda de cordeiro” à maneira de Monção. Mal foi que ninguém se desse a estudar as origens do nome e que os aprendizes de jornalistas e localistas alinhassem com toda a ingenuidade numa história “ad hoc”, inventada na hora, a partir da homofonia do vocábulo, para lhe dar uma explicação. Ora a “foda” à maneira de Monção nada tem a ver com a rebuscada explicação, onde há muito de boçal, mas sim com uma origem etimológica, mais ancestral. É o que, para ilustração de todos e para serenar os ânimos das inocentes almas de muitos habitantes de Monção, e de outros, mais puristas, aqui lhes vimos dizer.
A “foda” de Monção é uma palavra de origem “germânica” (escrevemos entre aspas, para dizer que o significado desta palavra vai além do que tem quando se referem coisas da actualidade), a mesma que está na origem de “food” actualmente usada nos países de língua inglesa e bem conhecida na expressão “fast food” difundida em todo o mundo, naturalmente empregada no significado genérico de “comida”, embora inicialmente, segundo parece, estivesse mais ligada à carne. Em inglês antigo, a palavra usada era “fōda”.
Concretamente, o seu ponto de partida é o vocábulo germânico de ascendência indo-europeia “fodjan”, que significa “alimentar”. Para melhor elucidação, encaminham-se os leitores interessados para o Dicionário Etimológico da Universidade de Oxford:
A época a que se deve a introdução deste termo na linguagem local deve ser a mesma de outros vocábulos também considerados de origem germânica. Lembro, no séc. V, os suevos e depois os visigodos (e é apenas uma hipótese). Aos novecentos ingleses (300 lanceiros e 600 archeiros, segundo as “Chroniques de Sire Jean Froissart”) que no final do século XIV faziam parte da comitiva de Jean de Gant que celebrou festivamente o acordo com D. João Mestre Avis proclamado Rei de Portugal (também ele acompanhado por 600 lanceiros), não seria estranho falar desse “food” de cordeiro e/ou de outras carnes com que então se refastelaram junto à ponte do rio Mouro. Foi a maior “foda” a que aí se assistiu em todos os tempos!
Assim fica reposta a verdade das coisas, para sossego dos mais puristas. Sem esgares boçais, nem outros pruridos, apreciem uma boa “foda” à maneira de Monção!
Não discordo da tese etimológica detalhada aqui. Longe disso!
No entanto, parece-me, que o nome da Feira enveredou, propositalmente, para algo mais mundano, picante e contemporâneo, logo, (comercialmente) distante da narrativa apresentada.