Após a chegada dos romanos à Península Ibérica o quotidiano dos povos alterou-se, assim como toda a organização da sociedade. O que era antes um aglomerado desorganizado de povos de origem celta, tornou-se, com a sua chegada, numa província com estradas, edifícios de apoio e com uma toponímia organizada.
Os romanos eram guerreiros e ambiciosos. A partir de Roma conquistaram toda a Península Itálica. Depois, derrotaram os Cartagineses e passaram a dominar o comércio do mar Mediterrâneo. Por fim, passados mais de três séculos de guerras, passaram a dominar muitos povos e um extenso território incluindo a Península Ibérica, ou seja, formaram um Império.
O povo que, na Península Ibérica, resistiu mais tempo à ocupação romana foram os Lusitanos. Os Romanos lutaram quase 200 anos pelo domínio da Península Ibérica devido às suas riquezas naturais.
Os romanos em muito contribuíram para o desenvolvimento da economia da Península Ibérica. Na agricultura aumentaram a área cultivada, nomeadamente com trigo, vinha e oliveira. Desenvolveram a pesca, intensificaram a exploração de metais, pedra, barro e sal e desenvolveram o artesanato: ourivesaria, olaria e salga de peixe.
A sua herança ainda hoje é visível. Na língua, o latim, que deu origem à língua portuguesa. No urbanismo, iniciaram a construção de cidades à semelhança de Roma, com ruas traçadas em ângulos retos, muralhas, estradas, pontes, aquedutos, templos, termas, teatros, circos, fóruns ou praças públicas, habitações (Domus e Insula) e esgotos.
Na Arquitetura, construíram elementos arquitetónicos tais como arcos de volta perfeita, abóbadas de berço e de aresta, cúpulas, arcadas, colunas. Utilizaram como materiais de construção a pedra, a mármore, o tijolo cerâmico e de betão, a telha, a madeira, o betão e os mosaicos.
Os seus jardins eram cercados por muros altos e os caminhos tinham ladrilhos. As sebes de buxo e de murta, com formas de animais, formando canteiros geométricos.
Tinham vasos com flores, potes de barro e estátuas (da mitologia e de personagens da História). Plantaram ervas aromáticas como o louro, manjericão, anis, orégãos, salsa, coentros. E a água estava presente nos repuxos e nas fontes.
Ao organizar as antigas províncias da Ibéria, os romanos atribuíram nomes às povoações e, alguns desses nomes, ainda hoje são muito parecidos aos atuais.
Confira a lista de cidades romanas e o seu nome atual:
Aeminium (Coimbra)
Ammaia (São Salvador da Aramenha)
Acoutínio (Alcoutim)
Aquae Flaviae (Chaves)
Arábriga (Alenquer)
Aranis, talvez Arandis (Santa Bárbara de Padrões, Castro Verde)
Arécio (Alvega)
Aruci ou Civitas Arucitana Nova (Moura)
Alavário (Aveiro)
Avêntela (Arrentela, freguesia da cidade do Seixal)
Bésuris; Esuri (Castro Marim)
Balatucelo (Bobadela, Oliveira do Hospital)
Balsa (Perto de Luz de Tavira)
Balto (Albufeira)
Bevipo (Alcácer do Sal)
Bracara Augusta (Braga)
Cale (Vila Nova de Gaia)
Cetóbriga (Setúbal)
Calípolis (Vila Viçosa)
Castra Leuca (Castelo Branco)
Cilpes (Rocha Branca, Silves)
Cinético Jugo (Cabo de Sines)
Civitas Aravoro (Marialva)
Civitas Igeditanoro (Idanha-a-Velha)
Centum Cellae; Centum Celas (Colmeal da Torre, Belmonte)
Colipo (Leiria)
Conímbriga (Condeixa-a-Velha, Sul de Coimbra)
Conistorgis (localização desconhecida no Algarve ou Baixo-Alentejo)
Dúmio (Dume)
Ebora, Ebora Cerealis, Liberalitas Júlia (Évora)
Eburobrício (Óbidos)
Egitânia (Idanha-a-Velha)
Aquabona (Coina, Barreiro)
Ipses (Alvor)
Lacóbriga (provavelmente na zona de Lagos)
Lancóbriga (Fiães, Santa Maria da Feira)
Lameco (Lamego)
Lorica (Loriga, Seia)
Longóbriga (Longroiva, Mêda)
Malateca (Marateca, Palmela)
Métalo Vispascense (Mina de Aljustrel)
Miróbriga Celticoro, ou Miróbriga (próximo de Santiago do Cacém)
Mondóbriga (Alter do Chão)
Moron (próximo de Santarém. Também apontado como Chões de Alpompé)
Mírtilis (Mértola)
Olisipo Felicidade Julia, Olisipo, Ulissípolis, Felicidade Júlia Olisipo, Ulisseia (Lisboa)
Opidana ou Lância Opidana (Guarda)
Ossónoba (Faro)
Pax Júlia, Pax Augusta, Colónia Pacense (Beja)
Porto Alacer (Portalegre)
Portus Cale (Porto)
Portus Hannibalis ou Porto de Aníbal (Portimão. Nome associado ao general Aníbal Barca.)
Salácia (Alcácer do Sal)
Sáurio (Soure)
Escálabis (Santarém)
Segóbriga (Segóvia, Campo Maior)
Sélio (Tomar)
Sirpe (Serpa)
Talabara (Alpedrinha, Fundão)
Talábriga (Marnel, Águeda)
Tongóbriga (Marco de Canaveses)
Trício (Covilhã)
Tubucci Aurantes (Abrantes)
Valécula (Valhelhas)
Veniatia (Vinhais)
Vila Cardílio (Torres Novas)
Villa Euracini (Póvoa de Varzim)
Vispasca (Aljustrel)
Verúrio (Viseu)
Bom dia amigo! Sou brasileiro e resido em Portugal a vários anos sou descendente dos romanos e tbm de portugueses, AFICIONADO pela história romana e assuntos da época e a pergunta é:
Onde encontro registros históricos e fontes literárias sobre esse assunto aqui em Portugal? Há algum site que recomenda?
Belíssima reportagem
Cumprimentos
Maxwell Santos
Oculis Callidarum = Caldas de Vizela
Visite Chaves, verificará dois monumentos em pleno uso, a saber:
– ponte de Trajano
– complexo termal piscinas e circuitos termais,
Poderá ainda estar em plena vi XVII que liga Braga a Astorga