Todos nós já ouvimos dizer que dá azar abrir o guarda-chuva dentro de casa! Fique a conhecer as origens e crenças por trás deste curioso costume.
Já deve ter escutado alguém da sua família a dizer que deixar um guarda-chuva aberto dentro de casa dá azar. É o tipo de mensagem que o povo espalha, sendo algo que é partilhado de geração em geração.
Por isso, torna-se bem provável que já tenha ouvido alguém dizer isto, seja uma avó, uma tia ou outro elemento que também ouviu o mesmo durante a sua infância. Compreende-se que assim seja. Trata-se de uma ideia que é partilhada por diferentes povos há muito tempo…
Por que razão dá azar abrir o guarda-chuva dentro de casa?
Dizer que abrir o guarda-chuva no interior de casa dá azar é uma das superstições mais populares. Fazer a abertura destes objetos em ambientes internos de uma habitação representa o mesmo que quebrar um espelho ou passar por baixo de uma escada, entre outras superstições populares. No entanto, qual é a história desta expressão?
A origem no Egipto
A superstição é bastante antiga. Apesar de não ser algo comprovado, algumas teorias permitem indicar que se trata de uma ideia que começou há vários séculos.
1ª tese
Segundo alguns historiadores, a superstição terá surgido por volta de 1200 a.C. A primeira teoria sobre o azar da abertura de guarda-chuvas terá surgido em ambientes externos.
É verdade, segundo esta tese, terá surgido num contexto em que os antigos sacerdotes egípcios e a realeza local usavam guarda-chuvas feitos de penas de pavão e papiro no exterior. Trata-se de uma utilização que visava assegurar uma proteção do sol.
Nesse tempo, manter dentro de casa um desses artefactos aberto representava algo bastante negativo, pois manter o objeto longe dos raios solares poderia significar que se estaria a irritar o deus do Sol, Rá.
Ora, os egípcios tinham a crença de que perturbar essas entidades iria gerar consequências negativas para as suas vidas, o que implicaria a necessidade de se ter muito cuidado com tudo que era feito posteriormente.
2ª tese
Há historiadores a defenderem outra tese, também ligada ao Egito. A segunda tese envolve a divindade egípcia Nut, conhecida como a deusa do céu.
Segundo os investigadores, os primeiros guarda-chuvas foram criados para espelhar e homenagear a forma como a deusa do céu protegia a Terra, usando uma sombra sagrada.
Ora, se uma pessoa de sangue não nobre tivesse a ousadia de utilizar um desses artefactos, supostamente esse seria um gesto que levaria a um grande azar.
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Superstição na modernidade
A superstição terá permanecido até à atualidade? Se tal aconteceu, isso significa que foi uma ideia carregada pela humanidade ao longo de boa parte da sua história, tendo chegado à modernidade. A sociedade contemporânea ainda mantém a ideia de que dá azar abrir esses objetos em ambientes fechados.
É sensato manter os guarda-chuvas fechados. Como abertos ocupam muito espaço, convém não cair no erro de os deixar dessa forma, até para evitar ferimentos. Por isso, atualmente, é provável que essa ideia surja mais como proteção do corpo do que por medo da ira divina.
A popularidade dos guarda-chuvas modernos
Foi durante a Era Vitoriana que estes objetos apresentaram grande popularidade. Samuel Fox destacou-se nessa época. Ele foi o inventor da estrutura de aço que está na origem do guarda-chuva. Essa estrutura incluía um mecanismo de mola que possibilitava a rápida expansão do objeto.
Contexto
O mecanismo criado facilita a agilidade da utilização desse objeto em dias de chuva. No entanto, trata-se de algo que é bastante mais perigoso de se usar ao ter pouco espaço disponível. Por isso, dentro de casa, pode originar diversos acidentes.
Os perigos
É perigoso abrir um guarda-chuva, porque as suas hastes são rígidas. Se o objeto se abrir repentinamente (devido à mola) numa sala pequena não só pode derrubar e partir objetos (que até podem ter valor material ou sentimental), como podem acabar por ferir alguém gravemente, seja um adulto ou uma criança.
Sociedade atual
Assim, colocar em risco qualquer parafernália mais delicada que se tenha por casa revela-se a melhor das hipóteses do mal que pode acontecer. Desta forma, percebe-se a pertinência da continuidade deste tipo de superstição na nossa sociedade.
O propósito desse pensamento revela-se benéfico para o bem-estar das pessoas ou das coisas que são preservadas na residência.
Não é azar, é sensatez
A continuidade desta ideia na sociedade contemporânea permite impedir que as pessoas realizem esse perigoso ato, suscetível de criar acidentes.
O azar de abrir o guarda-chuva dentro de casa não significa necessariamente que se fica condenado a acidentes indesejados constantemente (como escorregar numa banana, pisar o jantar de ontem do cão, levar com “presentes” de pombas, esquecer-se da carteira no autocarro). Apenas quer evidenciar que o guarda-chuva aberto pode causar problemas.
Seguramente que não será agradável levar com uma ponta de metal no corpo ou derrubar um objeto estimado.