Num mundo onde os céus parecem, por vezes, traiçoeiros — com notícias de incidentes aéreos a ecoar como trovões nas últimas semanas —, a segurança ao voar tornou-se uma obsessão para muitos. Quem não sentiu já aquele frio na espinha ao imaginar o próximo voo? Mas há esperança a brilhar no horizonte. A Airline Ratings, uma referência mundial na avaliação de companhias aéreas, acaba de revelar a sua tão aguardada lista das transportadoras mais seguras para 2025. E, entre os nomes que reluzem, há um orgulho português que nos enche o peito: a TAP Portugal destaca-se como uma das estrelas mais brilhantes da Europa.
Com o coração apertado por manchetes alarmantes, saber em quem confiar para nos levar pelos céus é mais do que uma curiosidade — é uma necessidade visceral. Esta classificação anual, meticulosamente elaborada, é um farol para os passageiros que buscam paz de espírito.
Baseada em fatores como a idade das frotas, a formação rigorosa das tripulações e o historial de incidentes, a lista é um mapa para escapar às dúvidas e abraçar a confiança. Vamos mergulhar neste ranking que promete acalmar os nervos e inspirar viagens sem receios.

Air New Zealand reina, mas a Europa não fica atrás
No topo do pódio global, pelo segundo ano consecutivo, ergue-se a Air New Zealand, uma verdadeira rainha dos céus em 2025. Com um historial impecável e uma dedicação feroz à segurança, esta companhia neozelandesa continua a duelar com a australiana Qantas, sua eterna rival, que já lhe roubou a coroa em anos passados (2024 e 2022).
As primeiras 11 posições são dominadas por gigantes da Ásia-Pacífico e do Médio Oriente, mas a Europa não se deixa intimidar: sete das 25 companhias aéreas mais seguras do mundo ostentam raízes europeias, provando que o velho continente ainda sabe voar alto.

As campeãs da Europa: Turkish Airlines e TAP lideram com garra
Entre as asas europeias, quem brilha mais intensamente é a Turkish Airlines, posicionada como a companhia mais segura da Europa e 13.ª a nível mundial. É um feito colossal para uma transportadora que conecta mais destinos do que qualquer outra no planeta.
Desde 2009, quando um trágico acidente em Amesterdão ceifou nove vidas, mas poupou 126, a Turkish não voltou a conhecer a sombra de uma fatalidade. Este historial é uma prova de resiliência, mas também de um compromisso inabalável com a segurança.
E não é só nos céus que impressiona: em 2024, arrecadou prémios pelo catering de excelência e entretenimento a bordo, sendo coroada “Melhor Companhia Aérea da Europa” pela Skytrax. Um gigante que voa com a força de um titã e o coração de um anfitrião.
Logo atrás, em 14.º lugar global e segunda na Europa, surge a nossa TAP Portugal, um símbolo de orgulho nacional que nos faz erguer a cabeça. Há quase meio século, desde 1977, que a TAP não perde um único passageiro — um registo que fala por si.
Mais do que uma companhia aérea, a TAP é uma guardiã dos céus, oferecendo até cursos para vencer o medo de voar, em parceria com a Unidade de Cuidados Integrados de Saúde (UCS). É um abraço reconfortante a quem treme só de pensar em subir a bordo, um lembrete de que, com a TAP, voar é sinónimo de segurança e cuidado. A lista europeia continua com nomes sonantes: a SAS (16.º), a British Airways (17.º), a Iberia (18.º), a Finnair (19.º) e o grupo Lufthansa, incluindo a SWISS (20.º). Destaque especial para a Iberia, que entra pela primeira vez no top 25, num ano de glória marcado por distinções em pontualidade, serviço de bordo e catering. São asas que carregam não só passageiros, mas também a promessa de um voo tranquilo.

As Low-Cost que desafiam o medo: Ryanair e easyJet no pódio
Para quem procura voar sem esvaziar a carteira, as companhias de baixo custo também têm o seu próprio panteão de segurança. E aqui, a Europa volta a brilhar com força avassaladora. No topo está a Ryanair, um colosso que conquista o 3.º lugar global entre as low-cost e o título de mais segura da Europa.
Nos seus 40 anos de história, nunca registou um acidente fatal — um feito que ecoa como um grito de vitória. “A segurança é a nossa alma”, afirma a Ryanair, e os números provam-no: é uma fortaleza voadora que protege funcionários e clientes com unhas e dentes.
A seguir, em 4.º lugar global, surge a easyJet, a segunda low-cost mais segura da Europa. Com 30 anos de operações imaculadas, sem uma única perda, esta companhia britânica é um porto seguro nos céus. “A segurança não é negociável”, dizem, e cada avião é inspecionado com rigor antes de levantar voo, enquanto a tripulação treina incansavelmente para garantir o nosso conforto. É uma promessa que acalma o coração de qualquer viajante.
A Wizz Air, em 7.º lugar global, completa o trio europeu de elite entre as low-cost. Jovem e audaz, com uma frota moderna de Airbus com menos de cinco anos em média, nunca perdeu um passageiro.
Mais abaixo, nomes como a Norwegian (12.ª), a Vueling (13.ª), a Jet2 (14.ª), a Eurowings (20.ª) e a airBaltic (25.ª) reforçam a presença europeia. A Jet2, com um salto impressionante na classificação, e a airBaltic, que estreia no top 25, são provas de que a segurança não conhece fronteiras nem orçamentos. “Este reconhecimento é o nosso orgulho”, diz Martin Gauss, líder da airBaltic, sublinhando um compromisso que transcende os céus.
Como se mede a segurança nos céus?
Mas o que torna uma companhia aérea digna de confiança? A Airline Ratings não deixa nada ao acaso. Cada classificação é um puzzle complexo, montado com dados como a idade das frotas, o treino dos pilotos, o historial de incidentes e até a saúde financeira das empresas — sim, porque uma companhia em dificuldades pode hesitar em investir no que realmente importa.
A análise vai mais longe, verificando se o país da companhia passou na auditoria da ICAO e se a transportadora cumpre os padrões da IATA. É uma ciência rigorosa, temperada com a sabedoria de pilotos e especialistas, que nos dá a certeza de que estas asas são feitas para nos proteger.
Voar com o coração leve
Num tempo em que as notícias nos fazem duvidar, esta lista é mais do que um ranking — é uma âncora para os nossos medos. Da TAP à Ryanair, da Turkish à easyJet, estas companhias provam que os céus ainda podem ser um lugar de confiança e maravilha.
Então, da próxima vez que segurar um bilhete na mão, respire fundo: com estas asas, o seu destino está em boas mãos. Que venham as nuvens, os sonhos e as aventuras — o medo fica em terra.
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