Saiba como identificar um agueiro. É uma das situações mais perigosas e mortais nas praias. Saiba como agir ao deparar-se com esta situação! Nas férias, temos tendência a procurar destinos de praia, marítima ou fluvial. O calor dos dias de verão faz-nos querer refrescar. No entanto, antes de se procurar a diversão, deve-se tentar conhecer o local.
Os agueiros representam uma ameaça invisível. São perigos escondidos no mar. É preciso saber como reconhecê-los para sobreviver aos agueiros. Reunimos um conjunto de informações valiosas e iremos partilhar consigo algumas dicas essenciais para identificar e evitar os agueiros, porque compreendendo os riscos será mais fácil proteger a sua segurança e a dos seus familiares.
Agueiro: entenda o fenómeno perigoso nas praias e evite-o!
Nas praias, há um perigo silencioso que muitos desconhecem. Os agueiros são uma ameaça aquática que merece ser encarada com seriedade. Para evitar acidentes indesejados, convém ficar alerta e saber identificar os agueiros.
Ao reconhecer os sinais poderá tomar medidas preventivas e manter-se a segurança na praia. Muitas pessoas desconhecem que esta é mesmo uma das situações mais perigosas e mortais nas praias.
Morrem várias pessoas por ano afogadas em zona de agueiro. Por isso, é mesmo muito importante compreender este fenómeno e saber que comportamentos adotar para evitar ser “apanhado” num agueiro.
Os números das mortes por afogamento são reveladores. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, morrem 372.000 pessoas por afogamento em todo o mundo.
Tragicamente, mais de metade dessas mortes ocorrem em pessoas jovens, com idades inferiores aos 25 anos. A morte por afogamento é uma das 10 principais causas de morte no mundo para pessoas até essa idade.
A probabilidade de afogamento é duas vezes superior em pessoas do sexo masculino. No que diz respeito aos fatores de risco, as taxas de afogamento mais elevadas encontram-se entre as crianças de 1-4 anos.
No entanto, no caso das crianças, os locais mais comuns de afogamento são as piscinas (28%), seguem-se as praias (22%), seguindo-se tanques e poços (22%) e, depois, os rios ribeiros e lagoas (22%).
Vídeo de: Associação de Surf de Aveiro
Os agueiros são correntes, geralmente fortes. Correntes formadas por uma massa de água que é trazida pelas ondas para a costa e que retorna para o mar pelo local que lhe oferece menos resistência; corrente de retorno.
Existe o agueiro fixo que consiste numa corrente marítima forte que se forma habitualmente no mesmo local. Existe o agueiro móvel, que consiste numa corrente marítima forte e de localização variável, geralmente determinada pelo ritmo das marés.
Há ainda o agueiro súbito, que consiste numa corrente marítima forte que se forma após um conjunto de ondas, desaparecendo antes que surja outro.
Os agueiros são um grande problema de segurança, a nível nacional e transnacional. Daniel Meco, que é coordenador-geral e presidente da Associação de Nadadores-Salvadores da Nazaré, defendeu que os agueiros são uma das situações “mais perigosas” a ter em conta nas praias. Este fenómeno é responsável pela maioria das mortes por afogamento em mar (cerca de 80%)!
É importante saber como identificar este tipo de corrente marítima. Olga Marques, subtenente do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), defendeu que um agueiro é um “fenómeno natural identificado” que faz com que a corrente marítima fique demasiado forte para lutar contra ela. Desta forma, é essencial reconhecer a situação e evitá-la ou, caso não se consiga, tentar nadar ao longo da costa ou flutuar e pedir ajuda.
Segundo a subtenente do ISN, “o problema é que, num agueiro, mal as pessoas levantam os pés, são logo arrastadas. O perigo é maior para quem não sabe nadar porque, normalmente, a pessoa entra em pânico e esquece-se de pedir ajuda. O importante é flutuar e pedir ajuda. Quanto a quem sabe nadar, a tendência das pessoas é nadar contra a corrente, o que é impossível num agueiro e a pessoa acaba por perder as forças”, alertou Olga Marques.
A subtenente admite que lidar com este fenómeno é uma tarefa delicada e não é algo que habitualmente se explique em aulas de natação para quem quer aprender a nadar. No entanto, devia.
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É possível identificar um agueiro. A tarefa começa, desde logo, pela “mudança da tonalidade da água”, alerta Olga Marques, porque nos sítios onde os agueiros se formam. A água apresenta-se com uma “tonalidade acastanhada e com espuma”. Tal acontece, devido à “agitação das areias”.
O agueiro é uma zona onde “a ondulação é quase nula”, quando mesmo ao lado se encontram mais ondas, o que gera uma “falsa sensação de acalmia”, algo que leva a que o local seja visto como o ideal, onde há “a tentação de a pessoa entrar”.
Segundo Olga Marques, “Quando as ondas rebentam e fazem o retorno ao mar, formam uma espécie de canal com uma corrente muito forte para o mar. A tendência das pessoas é nadar contra a corrente, o que é impossível”.
Desta forma, quando tal acontece, a melhor opção é “deixar-se levar pela corrente porque, à medida que se vão distanciando da costa, a corrente vai perdendo intensidade”. A responsável do ISN alerta que os banhistas “devem nadar paralelamente à costa para fazer o retorno para a praia”.
Olga Marques alerta para a existência de “agueiros súbitos, sobretudo em alturas de troca de marés e, nesses casos, é muito difícil identificá-los”.
Segundo a subtenente do ISN, eles são imprevisíveis. Por isso, podem surgir em sítios onde a bandeira vermelha não está hasteada. Há também os agueiros fixos, que “podem ou não estar no mesmo local” da praia. No entanto, a responsável do ISN acrescenta “nas praias vigiadas existe sinalética própria para os identificar”.