Conheça um pouco da história de um símbolo nacional tão característico. A calçada portuguesa já é Património Cultural Imaterial Nacional.
A calçada portuguesa é uma invenção nacional que adorna os pavimentos portugueses e além-fronteiras. Apesar de ser uma “dor de cabeça” para quem gosta de usar calçado de salto alto, a calçada portuguesa é absolutamente encantadora e uma verdadeira obra de arte.
Embora haja cada vez menos mestres calceteiros, esta continua a ser uma arte apreciada e reconhecida por todos os que passeiam pelas ruas e praças adornadas por esta arte. Fique, agora, a saber um pouco mais sobre este Património Cultural Imaterial Nacional.
A Calçada Portuguesa já é Património Cultural Imaterial Nacional
A iniciativa foi da Associação da Calçada Portuguesa que propôs a inscrição da arte e saber-fazer da calçada portuguesa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Bastaram 4 meses para esse pedido ter sido aceite e registado em Diário da República. “A No Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, é dito:
“A arte de calcetar é milenar, mas a produção de calçada portuguesa inicia-se como uma técnica específica na primeira metade do século XIX, em Lisboa, onde se desenvolve e ganha expressão em quantidade e qualidade extraordinárias, expandindo-se por todo o país e por vários continentes, como um traço indiscutivelmente marcante da matriz não só lisboeta como nacional.”
Essa inscrição pretende ajudar a proteger uma arte e um saber que estão em “vias de extinção”, apesar das suas caraterísticas distintas, como caráter pré-industrial, beleza, durabilidade e sustentabilidade económica e ecológica. Perceba porquê.
As ameaças à calçada portuguesa
A Associação da Calçada Portuguesa considera que esta arte se encontra ameaçada de várias maneiras, nomeadamente devido: à redução do número de mestres calceteiros existentes; da fraca manutenção dos pavimentos; das calçadas de fraca qualidade; da concorrência de outro tipo de pavimentos; e da diminuição do número de indústrias de extração e de transformação da pedra.
Os números
Para termos uma ideia mais exata do que está em causa, o secretário-geral da Associação da Calçada Portuguesa, António Prôa, explica que se nos anos 20 do século XX havia na capital aproximadamente 400 calceteiros, cerca de um século volvido não existem mais de 18, sendo que apenas 11 se encontram em atividade.
A explicação para esta redução dos trabalhadores do setor deve-se ao fraco reconhecimento social da profissão e, também, a sua baixa remuneração.
Candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO
Neste momento, a Câmara Municipal de Lisboa encontra-se à espera de saber se a calçada portuguesa é ou não aceite pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, depois de ter apresentado a sua candidatura.
Origem
Com origem no século XV, a calçada portuguesa como a conhecemos remonta ao século XIX, altura em que um grupo de prisioneiros, chamados de “grilhetas”, fizeram no Castelo de São Jorge, em Lisboa, onde estavam presos, uma calçada em calcário que maravilhou tudo e todos.
Corria o ano de 1842. Depois dessa obra, seguiu-se a obra da Praça do Rossio, concluída em 1848, e chamada de Mar Largo, em homenagem aos Descobrimentos Portugueses. Por isso, esta calçada está repleta de motivos associados ao mar, nomeadamente caravelas, rosas-dos-ventos, conchas, peixes, estrelas e ondas do mar.
Conclusão
Se está tão habituado a pisar a calçada portuguesa que já nem repara nas suas características, talvez esteja na hora de olhar um pouco melhor para o chão que percorre diariamente, já que pode ser agradavelmente surpreendido.
A calçada não é toda igual e há sempre formas e motivos novos capazes de surpreender e de maravilhar quem gosta desta que já faz parte do Património Cultural Imaterial Nacional.
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