A história está repleta de efemérides que vale a pena ficar a conhecer. Descubra a história da Batalha de Ourique, quando D. Afonso Henriques se tornou rei.
Em 1139, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, enfrentou 5 reis mouros. Essa batalha ficou conhecida como a Batalha de Ourique e teve um papel essencial na independência e na afirmação do nosso país enquanto nação soberana.
Para a história, esta batalha serviu de prova divina de que Portugal merecia a independência, pois era reconhecido dessa forma por Deus. Perceba melhor os contornos deste confronto que ocorreu há 885 anos.
Batalha de Ourique: quando D. Afonso Henriques se tornou Rei
A Batalha de Ourique terá tido lugar nos campos de Ourique (daí o seu nome), na região a que hoje chamamos Castro Verde, no Alentejo. Há quem defenda que este confronto tenha ocorrido a 25 de julho de 1139, data tida como o aniversário de D. Afonso Henriques, visto como figura maior da luta contra os mouros (existia até quem o chamasse de mata-mouros).
Porém, há também quem afirme que esta batalha nunca ocorreu, pelo menos não da forma que se pensa.
O que diz a história?
Aquilo que é narrado é que esta batalha terá de facto acontecido no dia 25 de julho de 1139, na zona de Ourique (Aulic, Oric, Ouric), à época zona dominada pelos muçulmanos. Nesta batalha, D. Afonso Henriques enfrentou os exércitos de cinco reinos muçulmanos (taifas), os quais vieram de localidades como Sevilha, Badajoz, Elvas, Beja e Évora para defenderem aquele território.
Esta batalha terá tido lugar no contexto das chamadas “correrias”, as quais eram feitas entre a primavera e o verão e visavam atacar os reinos muçulmanos da Península Ibérica que se encontravam mais divididos.
O que diz a lenda?
Reza então a lenda, que embora os exércitos muçulmanos fossem em maior número do que os portugueses, D. Afonso Henriques tinha tido no dia anterior ao da batalha uma visão em que um eremita e Jesus Cristo profetizavam que D. Afonso Henriques se tornaria rei e que o seu reino se expandiria, de modo a divulgar a fé cristã por cada canto do mundo.
Assim, munido dessa fé e dessa crença, D. Afonso Henriques e o seu exército foram capazes de vencer as forças muçulmanas, passando ele a intitular-se como “Rex” (rei).
Conclusão
Mesmo que a batalha de Ourique tenha tido outros contornos, talvez não tão românticos ou heroicos, certo é que este foi um episódio histórico da máxima importância para o rumo de Portugal.
É com base no resultado desta batalha que D. Afonso Henriques, mais tarde, invoca o direito de se declarar rei de Portugal, conseguindo que, finalmente, Portugal se autonomize do Reino de Leão.
IN HOC SIGNO VINCES
Esta é outra referência que vale a pena fazer, pois remonta a esta batalha a referência à frase que Cristo terá proferido perante Constantino, Imperador de Roma, e que é normalmente utilizada sempre que alguém invoca que Cristo prometeu a vitória a todos os que defendem a Cruz.
IN HOC SIGNO VINCES significa “com este sinal vencerás” e terá sido uma das frases ditas por Cristo a D. Afonso Henriques naquela visão que ele teve. É, por isso, que as armas e o escudo armorial português mantêm até aos nossos dias os cinco escudetes que formam uma cruz, os quais simbolizam os cinco reinos derrotados nesta batalha.
Sobre estes cinco escudetes, há ainda besantes, os quais simbolizavam que foi por direito divino que D. Afonso Henriques se tornou no primeiro rei de Portugal e que, por isso, podia cunhar moeda.
Inicialmente, os besantes eram 11, mas depois passaram a 5 (um sobre cada um dos escudetes), sendo que estes deveriam ser contados mais do que uma vez, de modo a resultar no número 30, em referência às 30 moedas pelas quais Judas vendeu Cristo.
Biografia de D. Afonso Henriques
A 1ª Dinastia, chamada de Dinastia Afonsina ou de Dinastia Borgonha, teve início com D. Afonso Henriques. O primeiro rei de Portugal nasceu no dia 25 de junho de 1111, em Guimarães, que é, por isso, considerada até hoje o “berço da nação”.
D. Afonso Henriques era filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa e ficou para a história com o cognome de “O Conquistador”, precisamente por ter sido fundador do reino e por ter conseguido alargar o seu território. O seu reinado prolongou-se de 1143 a 1185.
Para a história, também ficou popularizado como “o rei que bateu na mãe”, devido à batalha de São Mamede que o opôs à mãe, D. Teresa, que ficou do lado espanhol, junto a Fernão Peres de trava, com quem teria um romance
D. Afonso Henriques casou com D. Mafalda de Sabóia e teve como filho D. Sancho I, que viria a ser o seu sucessor no trono e que ficou conhecido para a história como “O Povoador”. D. Sancho I reinou de 1185 a 1211.
A Dinastia Afonsina continuou com mais reis de nome Afonso, como foi o caso de D. Afonso II, neto de D. Afonso Henriques, e que ficou para a história com o cognome pouco abonatório de “O Gordo”. D. Afonso II era filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão e reinou o país entre 1211 e 1223.
Minha admiração pela história de Portugal ajuda compreender minhas raízes e do povo brasileiro.
Vc tem o meu respeito e admiração por ver a história desta forma,pois nem todos os brasileiro pensam tao inteligentemente e com tanta sabedoria como vc.Sou Português moro a dois anos no Brasil e fico de boca aberta de ver tanta falta de cultura neste país.Forte Abraco.
Sou brasileiro e professor de História, adorei ler sobre o primeiro Rei de Portugal. Muito interessante.
Amei a narrativa, muitíssimo obrigada, amo história, amo o povo português e tive a felicidade de conhecer Lisboa e a alameda D. Afonso Henriques!
Um abraço Lisboa querida!
A batalha de Ourique é uma marca indelével na história de Portugal. A bravura do povo português vem dos seus antepassados e é transmitida de geração a geração.
BATALHA DE OURIQUE É UMA BATALHA MAIS COMHECIDA DO MUNDO
Essa batalha nunca ocorreu, segundo José Hermano Saraiva.
Márcio, tem a imagem do brazão de Portugal?
Em especial com a referência as moedas?