Ao longo dos anos, o estilo do Rei Carlos III evoluiu. Existem regras de estilo que o monarca segue e que podem servir-nos de guia…
O Rei Carlos III assumiu o trono recentemente, após o falecimento da sua mãe, a rainha Isabel II. É impossível superar o legado desta mulher fascinante. Foram 70 anos de reinado. Tinha apenas 25 anos quando sucedeu ao seu pai, o rei George VI (avô materno de Carlos).
A longevidade da rainha levou a que este ano tivesse a oportunidade de celebrar o seu Jubileu de Platina, relativo às sete décadas de reinado. O filho mais velho da Rainha Isabel II teve de esperar esses anos todos para assumir a coroa. Nunca nenhum herdeiro do trono necessitou de tanto tempo para se tornar monarca. Por isso, nenhum outro rei teve tanto tempo para se preparar para este momento.
O Rei Carlos III teve muito tempo para aprender a arte de reinar. Obteve conhecimentos em diversas áreas, até na moda. Por isso, podemos aprender muito com esta personalidade. Ao longo dos anos, o estilo do Rei Carlos III evoluiu. Existem regras de estilo que o monarca segue e que podem servir-nos de guia…
As 4 regras de estilo do Rei Carlos III
O ícone de estilo
O Rei Carlos III sempre foi um ícone de estilo. Enquanto esteve ao lado da princesa Diana, seguramente que não conseguia sobressair. Lady Di era uma mulher fascinante, elegante e deslumbrante.
Contudo, o seu olhar estético seguramente que ajudou o então Príncipe de Gales a aprimorar o seu estilo. Existe uma evolução desde esse tempo até à atualidade. Quem dedicar uns minutos a observar os looks que usava na época pode confirmar isso mesmo, além de poder constatar que se está perante um gentleman.
Modelos de referência
O rei Carlos III apresenta um elevado padrão de exigência nos seus looks. A roupa que veste é escolhida a dedo. O monarca adquiriu esta exigência com o vestuário como compete a alguém da sua posição. O gosto pela moda já é uma caraterística de alguns dos seus antecessores.
O rei Carlos II (segundo!) fez com que se tornasse moda usar um colete por baixo de casaco. Outro exemplo está no príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota (consorte), marido da rainha Vitória. Este homem tornou-se numa referência devido aos seus coletes em estilo espartilho. Estes elementos acentuavam a sua silhueta, por isso tornou-se num exemplo de elegância.
O rei Eduardo VII foi outra personalidade que apresentava um estilo sui generis. Este monarca tinha o hábito de deixar o último botão do colete desabotoado. Era a sua imagem de marca. Esta é a referência mais próxima do nosso tempo. Este homem teve a coragem de abdicar do seu título por amor a uma mulher americana, Wallis Simpson.
O rei Eduardo VII ou duque de Windsor tornou moda um determinado estilo. As calças com uma linha, bainhas e o morning suit (trata-se de um fato composto por calças, colete e casaco comprido por trás) foram trocadas pelo smoking, à custa deste homem.
O estilo do Rei Carlos III
O estilo do filho da Rainha Isabel II pode ser descrito como timeless. Não fica parado no tempo. É constantemente inspirador. O Rei Carlos III recorre a quatro regras importantes. É importante conhecê-las, pois podem servir como ensinamentos para o comum dos mortais. Agora que assumiu o trono, a sua influência como ícone de moda é ainda mais notória.
A conversa especial
O rei de Inglaterra confirmou que se rege pelo mantra “compra uma vez, compra com qualidade”. Numa conversa com Edward Enninful, diretor da Vogue britânica, o Rei Carlos III até incentiva que se compre roupa criada de forma mais ética.
O monarca defende que se comprem peças de elevada qualidade, peças de vestuário que nunca fiquem fora de moda. Estes artigos duram uma vida e são peças que nos acompanham regularmente e ficam presentes em momentos especiais.
Peças com longevidade
Esta visão de investimento em peças de qualidade que ficam para o futuro é colocada em prática com maior regularidade. O Rei Carlos III serve de exemplo para esse olhar, mais sensato sobre os investimentos em peças de vestuários.
O monarca usa fatos feitos à medida, sempre de marcas que conhece bem, como Gieves & Hawkes ou Anderson & Sheppard. As camisas do rei são da máxima qualidade, da Turnbull & Asser.
Os seus sapatos também são escolhidos criteriosamente. São Crockett & Jones, calçado feito à mão. Os fatos formais que o Rei Carlos III usa são da marca Eden & Ravenscroft. O filho da rainha Isabel II não tem o mesmo número de peças de roupa que a sua mãe. O monarca não muda o guarda-roupa frequentemente.
Não se deita fora peças que duram
O Rei Carlos revela-se assim uma personalidade que apresenta um estilo clássico, sóbrio. Por exemplo, no casamento de Harry com Meghan Markle, filho e nora, respetivamente, o então Príncipe de Gales usou um morning suit Anderon & Sheppard de 1984. Foi o mesmo que usou no casamento do príncipe Eduardo (seu irmão), evento que se realizou em 1999.
Na conversa que o monarca teve com o diretor da Vogue britânica, Edward Enninful, mostrou-se defensor da seguinte ideia: “Sou uma daquelas pessoas que odeia mandar qualquer coisa fora. Desde que as roupas sejam do meu tamanho eu prefiro mantê-las ou então arranjá-las, até colocar remendos, se for preciso”.
O monarca teve ainda a oportunidade de partilhar a sua visão sobre esta matéria, defendendo: “quando te tornas mais velho torna-se mais difícil encontrar roupas que te fiquem bem, e já não é tão fácil vestir o que estava fechado no guarda-roupa; quando esse tempo chegar eu comprarei roupa nova, mas até lá, vou arranjando as que tenho.” Esta não é a única prova das atitudes amigas do ambiente (e do setor têxtil) do rei.
Outras fontes
Rachel Tashjian escreveu na GQ que começaram a circular fotografias há uns meses que sugeriam que Sua Majestade só usava dois casacos desde 1988. Portanto, o agora monarca recorria há mais de três décadas a dois casacos Anderson & Sheppard, um de pelo de camelo e o outro tweed. Normalmente, pensar num fato tradicional é pensar num fato azul-marinho com dois botões em linha e uma lapela.
Contudo, o rei Carlos III não é um homem comum. Por isso, essa visão não se aplica ao monarca. Para o filho mais velho da Rainha Isabel II, os detalhes contam. São elementos que tornam os seus outfits aparentemente simples em algo sofisticado e elegante.
Para os fatos de verão, o monarca prefere fatos cinzentos ou fatos listados. A maioria dos fatos do monarca apresenta como peculiaridade o facto de serem itens trespassados, com alfinetes de lapela.
Quando o fato mostra o bolso das calças, o monarca recorre a um clip para o cinto. Estes são detalhes que fazem a diferença quando se usa um fato. São opções que asseguram elegância e que podem ser adotadas por todos.
A série The Crown
A série da Netflix The Crown tem apresentado muitos dos segredos da Família Real britânica. O ator Josh O’Connor revela ser alguém que conhece todos os maneirismos do Rei Carlos III. Este ator interpreta Carlos enquanto Príncipe de Gales.
A forma como o ator interpreta o seu papel revela que cada movimento de Carlos foi minuciosamente estudado. O ator revelou à revista GQ que a maior particularidade encontrada em Carlos está na forma como este costuma olhar para os respetivos botões de punho. Olha para o lenço e a seguir acena. Segundo o ator Josh O’Connor, são sempre os mesmos movimentos, sempre!
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O look
Se olharmos com toda a atenção para o look do Rei Carlos III, facilmente reparamos que as suas gravatas se encontram sempre apertadas, por duas vezes. O monarca não receia o uso de cores. No entanto, ele costuma optar por apresentar-se em tons mais discretos.
O Rei Carlos III gosta de combinar o seu look com um lenço de uma cor específica, embora não opte pelo mesmo padrão. O monarca também tem uma estratégia para o cachecol. Quando usa o cachecol, este item é intencionalmente colocado de forma casual. Nunca deve parecer perfeitamente colocado.
As camisas do monarca têm sempre botões de punho. Há ainda um alfinete de lapela nos casacos, sempre. O Rei Carlos III também usa sempre os mesmos óculos: os Ray-Ban Erika, na cor “Havana”, que apresentam lentes cinzentas. Este é o elemento que serve para finalizar o look. Trata-se de mais um detalhe que faz toda a diferença.
Versatilidade
O monarca apresenta na versatilidade uma das suas grandes virtudes. O Rei Carlos III tem grande capacidade de adaptação. Altera o seu estilo tendo em conta as circunstâncias. O monarca nem sempre é visto de fato.
Por exemplo, em 1977 (!), o então Príncipe de Gales realizou uma visita ao Canadá. Nesse contexto, ele optou por dar um toque pessoal ao estilo cowboy. Já anteriormente, em 1974, ele tinha mostrado a sua versatilidade nas Ilhas Fiji. Nessa visita, ele optou por usar uma camisa de seda que fazia lembrar o estilo havaiano, um elemento especial que combinava com as suas calças largas em tons bege.
Um homem com estilo
Mesmo numa partida de polo, este homem apresenta-se com estilo. Em 1975, o então Príncipe Carlos revelou um momento extremamente fashionable. Nesse momento, Carlos preferiu usar um casaco de safari (de mangas curtas, em azul-celeste) em vez da habitual t-shirt de desporto.
Na altura, Yves Saint Laurent considerou este modelo uma autêntica peça de luxo. Nas Olimpíadas de Montreal, que ocorreu no ano seguinte, em 1976, o então Príncipe Carlos voltou a usar este estilo. Em 1984, ele repetiu o look na visita à Papua Nova Guiné.
Conclusão
O Rei Carlos III já demonstrou várias vezes que com uma camisa de manga curta se pode apresentar elegante. Basta que se faça uma utilização estratégica, usando-a na ocasião adequada. Desta forma, todos podemos aprender com este monarca.
Há que investir em peças com qualidade, clássicas, que durem (tempo e que se mantenham na moda). Também é importante enriquecer o look com detalhes que fazem a diferença.