Um destino ligado a uma relação amorosa que ficou para a História pelo seu fim trágico. Saiba onde D. Pedro jurou que Inês era sua legítima mulher.
O nosso território é reduzido quando é comparado com outras nações europeias, nomeadamente as mais populares. No entanto, o nosso país tem uma riqueza invulgar em história, beleza natural, gastronomia, monumentos. Por isso, este é um destino bastante procurado por estrangeiros.
Enquanto estes visitantes se deslocam para os destinos mais famosos, há outras cidades que merecem ser visitadas, conhecidas, exploradas. Algumas delas encontram-se ligadas a curiosidades fascinantes. Uma dessas cidades é Cantanhede, um destino perfeito para uma escapadinha e que está ligada a uma história de amor que podia ter sido criada por um romancista.
Cantanhede: Aqui D. Pedro jurou que Inês era sua legítima mulher, no Centro de Portugal
Localização
Cantanhede é uma cidade que se encontra presente no distrito de Coimbra. Esta cidade está localizada na província da Beira Litoral, que integra a região do Centro. Cantanhede é uma terra de boas gentes, pessoas simpáticas e hospitaleiras, o que é particularmente benéfico numa cidade onde se encontra bons vinhos e espumantes…
Portanto, o convívio é sempre salutar. Em Cantanhede, encontramos o local perfeito para relaxar. Trata-se de um destino perfeito para uma escapadinha.
Quando visitar?
Esta cidade pode ser visitada ao longo de todo o ano. Cantanhede reúne um conjunto de caraterísticas que a tornam num local excelente para relaxar. No entanto, no verão, pode usufruir-se da melhor forma da beleza da praia da Tocha ou das lagoas do concelho.
D. Pedro I e Inês
Foi no dia 08 de abril de 1320 que D. Pedro I nasceu, em Coimbra. O filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Molina e Castela ficou conhecido pelo cognome de o “O Justiceiro”. O relacionamento de D. Pedro I com Inês de Castro ficou para a história como a relação de amor mais intrigante de sempre.
Inês era filha de um nobre galego (de Pedro Fernandez de Castro). Ela estava destinada a servir como dama de companhia de D. Constança Manuel, quando chegou a Portugal no ano de 1340. D. Constança Manuel era esposa do infante D. Pedro.
A beleza e a personalidade de Inês fez com que D. Pedro se apaixonasse. Ele seduziu-a e ela passou a ser amante de D. Pedro. D. Constança percebeu essa relação e convidou Inês para madrinha do seu segundo filho, D. Luís, com o objetivo de acabar com a relação deles. No entanto, o bebé morreu com poucos dias de vida. D. Constança também faleceu alguns anos mais tarde, em 1345, após dar à luz um menino. O seu nome era D. Fernando.
D. Pedro ficou viúvo e aproveitou esse momento para assumir a relação com Inês, o concubinato (estado em que duas pessoas mantêm uma relação amorosa e vivem juntas sem estarem casadas). Esse momento escandalizou a corte. Mesmo o povo estava contra ele. Como o país que estava assolado pela Peste Negra, parecia que ele não queria saber.
A relação entre D. Pedro e a fidalga galega foi amadurecendo, indiferente às críticas de todos. Eles tiveram quatro filhos. Um dos filhos morreu. Entre os três que sobreviveram encontravam-se dois varões (D. João e D. Dinis).
No entanto, este relacionamento estava condenado pela corte. Perspetivavam-se consequências políticas. O rei D. Afonso IV nunca apoiou a relação. O pai de D. Pedro estava insatisfeito com a decisão do seu filho. Por isso, queria colocar um fim na relação de D. Pedro com Inês.
Após ouvir os conselhos de Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco (este até era um inimigo dos Castros, familiares de Inês), D. Afonso IV mandou matar Inês.
Esses três conselheiros eram homens da confiança do rei e ficou acordado eles colocarem um fim à vida de Inês.
O assassinato de Inês aconteceu no dia 7 de janeiro de 1355. Ela foi degolada em Coimbra, numa altura em que D. Pedro andava à caça, hábito que era conhecido pelo rei.
D. Pedro viveu furioso durante anos, pois sabia o que o pai tinha orquestrado. Por isso, viveu em estado fúria até que o Rei morreu. Após a morte de D. Afonso IV, nesse ano, D. Pedro I herdou o trono. O novo monarca reinou entre 1357 e 1367, sem a mulher que tanto amou.
Em 1360, D. Pedro I fez algo surpreendente perante o povo e os nobres do reino. Ele jurou solenemente que a sua amada Inês de Castro era sua legítima mulher. Tal acontecimento é relatado numa crónica de Fernão Lopes. Ora, esse momento histórico aconteceu em Cantanhede!
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Principais atrações de Cantanhede
Igreja Matriz de Cantanhede
Esta Igreja Matriz é dedicada a São Pedro. Este templo encontra-se presente na Praça Marquês de Marialva. A Igreja Matriz de Cantanhede é uma referência da cidade. A sua construção é anterior ao século XI.
Segundo reza a lenda, este edifício teria sido erigido como templo islâmico, na calada da noite, durante o período da ocupação árabe na península.
Localização: Praça Marquês de Marialva
Edifício dos Paços do Concelho
Esta construção encontra-se presente na Praça Marquês de Marialva. Esta construção é impressionante. Quem visita a cidade de Cantanhede tem de fazer uma passagem por aqui, pelos Paços do Concelho que, originalmente, foi o Palácio dos Meneses, família que apresentava os títulos nobiliárquicos de Conde de Cantanhede e Marquês de Marialva.
Estátua equestre do 1º Marquês de Marialva
Esta imponente estátua equestre de D. António Luís de Meneses encontra-se presente na Praça Marquês de Marialva. A estátua visa homenagear o 1.º Marquês de Marialva e 3.º Conde de Cantanhede. D. António Luís de Meneses era um nobre dotado de apurada formação militar.
Esta estátua é da autoria de Alves André, um escultor prestigiado do Concelho de Cantanhede. Este escultor foi considerado um dos maiores especialistas na execução de estátuas em bronze. A obra de Alves André impõe-se pelo grande realismo, nas proporções e nos pormenores.
Ele notabilizou-se na Restauração de 1640. D. António Luís de Meneses esteve ao comando das tropas portuguesas nas batalhas das Linhas de Elvas e Montes Claros. D. António Luís de Meneses enfrentou os exércitos castelhanos, que impediram a entrada dos exércitos castelhanos em território nacional.
Os feitos militares de D. António Luís de Meneses valeram-lhe o título de Marquês de Marialva. Esse momento aconteceu por decreto de 11 de junho de 1661.
D. António Luís de Meneses exerceu os cargos de Conselheiro de Estado e de Guerra, Vedor da Fazenda Real, Ministro do Despacho, Governador das Armas de Lisboa, Setúbal, Cascais e Estremadura e Capitão-GeneraI da Província do Alentejo.
Em 1669, D. António Luís de Meneses foi nomeado Procurador das Cortes de Lisboa por uniforme sufrágio do povo e da nobreza.
Localização: Praça Marquês de Marialva
Museu da Pedra
Este espaço foi inaugurado a 20 de outubro de 2001. O museu encontra-se instalado num edifício que remonta ao século XVIII. Este local foi devidamente recuperado e preparado para as novas funções, com vista à sua utilização museológica.
O Museu da Pedra é uma atração imperdível da cidade de Cantanhede. Apresenta uma coleção de arqueologia que é constituída por artefactos arqueológicos e sílex. Tratam-se de itens datados do Paleolítico Médio e recolhidos em várias estações arqueológicas do concelho; destacando-se ainda uma coleção de Peças Artísticas que comprovam a vasta utilização da Pedra de Ançã, ao longo dos séculos.
Neste espaço, encontram-se mais coleções, nomeadamente: uma coleção de ferramentas tradicionais utilizadas na execução de trabalhos em pedra; uma coleção de Paleontologia (que é constituída por diversos fósseis em calcário de Ançã); uma coleção de geologia (que é composta por uma grande parte de litologias que afloram na região de Cantanhede).
Morada: Largo Cândidos dos Reis, nº 4
Horário: O museu está aberto de terça a sexta-feira das 10:00 às 13:00h e das 14:00 às 18:00h, sábado e domingo das 14:00 às 19:00h. À segunda-feira e feriados encontra-se encerrado.
O Cruel…uma história de amor e ódio.