Antigas e encantadoras Livrarias, Papelarias e Tabacarias de Lisboa
Espaços com memória, antigos e de referência na capital. Venha conhecer as antigas e encantadoras Livrarias, Papelarias e Tabacarias de Lisboa.
Os lisboetas têm a sorte e o engenho de contar com algumas lojas extremamente antigas. Espaços com história – e, certamente, muitas estórias – que encantam toda a gente que as visita.
Entre as muitas lojas antigas que estão distribuídas pelas ruas de Lisboa, há algumas livrarias, papelarias e tabacarias que, além de serem uma referência na cidade, representam uma viagem no tempo, proporcionando memórias de uma época em que o negócio prezava mais o cliente, onde o contacto com as pessoas era bem mais próximo.
Venha daí conhecê-las.
Livraria Ferin (1840)
Morada: Rua Nova do Almada, 72
José Pinho, proprietário da livraria Ler Devagar, viu na Ferin uma oportunidade única de investimento. O potencial de crescimento de uma marca com mais de um século é interessante.
Hoje, a nova Ferin possui uma secção infantil, além de ainda ter um bar, tornando o espaço mais familiar e acolhedor.
Esta é a segunda livraria mais antiga da capital, sendo apenas superada pela famosa marca Bertrand (sendo esta a livraria – ainda em funcionamento – mais antiga do mundo).
Mais informações, aqui.
Tabacaria Mónaco (1875)
Morada: Praça Dom Pedro IV, 21
A Tabacaria Mónaco possui uma beleza incomum nos dias de hoje. A sua singular decoração naturalista possui um toque encantador, fruto do talento de um nome incontornável na história da arte em Portugal – Rafael Bordalo Pinheiro -, cujo trabalho está presente em azulejos e, até, em pinturas que a Tabacaria Mónaco apresenta com orgulho.
É, realmente, outro caso de rara longevidade, tendo já superado a marca histórica de um século de existência e adivinha-se que as celebrações sejam para continuar.
O nome escolhido visou honrar a visita efetuada pelo príncipe, que terá ficado encantado com o espaço. Esta tabacaria funciona como um bilhete para uma viagem no tempo, onde se pode ver muito do que eram as tabacarias do século XIX.
Hoje, o seu ramo de serviços é, naturalmente, mais abrangente do que em 1875. Além de tabaco, esta tabacaria vende revistas, jornais e outros artigos do género.
Au Petit Peintre (1909)
Morada: Rua de São Nicolau, 104
O nome é interessante e cativante, tendo como significado “no Pequeno Pintor”. O nome ainda hoje possui toda a pertinência, uma vez que este espaço funciona também como uma galeria de arte.
O nome também revela a sua pertinência noutros aspetos. Por exemplo, o proprietário deste espaço é José Dominguez, que é também um talentoso criativo que aproveita para expor os próprios trabalhos neste emblemático espaço da capital.
Ao longo dos tempos, muitos foram os nomes importantes da sociedade portuguesa que tiveram a oportunidade de se tornarem clientes regulares deste espaço. Entre eles, o protagonismo recai em Real Bordalo ou Cesariny.
Foram sendo recolhidos tesourinhos que estão na base do sonho de José Dominguez em formar um museu, onde eles possam ser expostos. E há um vasto espólio para conhecer que poderá vir a ser contemplado, caso esse sonho se concretize.
Tabacaria Martins (1916)
Morada: Largo do Calhariz, 4
“Vendem-se estampilhas e mais fórmulas de franquia de correios e telegraphos”, esta é a mensagem presente numa placa de metal exposta na fachada da loja e que espelha bem como o tempo muda…
Mas não é apenas nas inscrições que tal está espelhado, todo o espaço é uma fotografia de tempos idos, uma vez que a proprietária atual (Ana Martins) é neta do dono original do espaço. E, desde esse momento da abertura, o espaço não sofreu grandes alterações, pois o interior permanece em madeira.
Tal como a Tabacaria Mónaco, acima mencionada, também a Tabacaria Martins foi-se adaptando aos novos tempos, o que implica fidelizar os clientes com artigos que vão muito além do tabaco.
Na Tabacaria Martins, pode encontrar postais para os turistas que enchem a cidade, mas também artigos vários de imprensa e uma diversidade de artigos de papelaria, além de bilhetes para espetáculos da ZdB.
O Mundo do Livro (1946)
Morada: Largo da Trindade, 11-13
O Mundo do Livro é uma aventura incomum em forma de livraria que se dedica à venda de gravuras. João Rodrigues Pires fundou a loja e até há bem pouco tempo demonstrou uma garra incomum, estando presente no estabelecimento e informando: “Tenho 99 anos e meio.”
Uma casa que, além de uma rica história, possui uma rara riqueza de estórias encantadoras. São cerca de 400 gravuras originais presentes numa sala, mas o Mundo do Livro possui muito mais que gravuras, pois nos seus 3 andares há imensas preciosidades.
Uma das mais interessantes está relacionada com a obra O Livro do Menino Deus, de Aquilino Ribeiro.
Ora, esta obra sofreu uma correção feita pela própria mão do carismático autor, o que veio a culminar numa edição especial do Mundo do Livro, intitulada Sonho de Uma Noite de Natal (1956).