A aldeia de Algoso é conhecida por ter muitas lendas, mas também tem outros encantos. Explore a riqueza deste destino surpreendente!
O nosso país tem diversas aldeias que são merecedoras de uma visita. Há em muitas das nossas aldeias mais antigas castelos, igrejas, capelas e pontes medievais que, por isso, proporcionam uma viagem no tempo. Há nessas aldeias um encanto particular que permite revelar parte do que era a vida noutros tempos. Elas representam experiências verdadeiramente fascinantes.
Algoso serve de exemplo de uma aldeia merecedora de uma visita da nossa parte. Este destino rural alia aos seus encantos uma riqueza particular, o número de narrativas fabulosas, as chamadas lendas. Uma lenda é tradição oral ou narrativa escrita que assenta num facto real, mas revela sucessos duvidosos, fantásticos ou inverosímeis.
Algoso: a aldeia, as lendas e o castelo
Localização da aldeia
Algoso é um destino fantástico para qualquer português viver uma experiência única. Esta aldeia transmontana está presente no concelho de Vimioso, que se situa no distrito de Bragança.
Algoso abrange as localidades de Algoso e Vale de Algoso. A aldeia está integrada na União das freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva. A antiga vila de Algoso chegou a ser sede de concelho até ao ano 1855. Nessa altura, a antiga vila foi extinta e incorporada no município de Vimioso.
Lendas da aldeia de Algoso ou arredores
A lenda da Senhora do Castelo
Segundo diz o povo, enquanto um lavrador andava no campo, pousou o bebé que tinha ao colo. Após contemplar as vistas, foi surpreendido com a ausência da criança. Quando foi à procura do filho, não o encontrou.
Após dar umas voltas no local, um crocodilo apareceu-lhe e engoliu o pequeno. No entanto, o homem deu um golpe no animal com uma machada, um ataque que obrigou o animal a vomitar a criança, que foi recuperada intacta.
Após matar o crocodilo, o homem retirou a pele do animal, algo que se encontra atualmente pendurado numa parede da capela que se situa junto do castelo de Algoso.
A lenda do Saca-Unhas
A população de Algoso sempre foi apreciadora de uma boa história. O recurso a factos reais misturados com lendas imaginadas servia também para estimular determinados comportamentos.
Assim, para evitar que as crianças de Algoso subissem à torre da igreja local, foi criada a lenda do Saca-Unhas. Segundo o povo, existia uma casinha pequena no meio da torre. Nesse espaço, encontrava-se um bicho muito mau e muito feio, era o temível “Saca-Unhas”, conhecido por esse nome por sacar as unhas às pessoas. Ora, como muitas crianças acreditavam que a história era verdadeira, deixavam de subir à torre por medo.
As crianças mais irreverentes e corajosas continuavam a subir à torre, nomeadamente as que não acreditavam na lenda. A lenda do “Saca-Unhas” continua a ser contada em Algoso, isto apesar de já ninguém acreditar na história do temível bicho…
A lenda do Castelo de Algoso
O castelo pode ter dimensões reduzidas. No entanto, desempenhou um papel importante na aldeia. Existem lendas associadas a esta construção. Segundo a lenda, o castelo de Algoso foi habitado por um rei mouro. Era este homem que regia as povoações da zona. Ao fazê-lo, ele revelava toda a sua tirania.
O Rei vivia com uma filha. A jovem apaixonou-se por um fidalgo cristão. A filha do rei mouro ajudou os cristãos, quando estes tentaram reconquistar o castelo da aldeia. Após os cristãos terem vencido o rei mouro, este ficou a descobrir a traição da filha. O Rei mouro lançou um feitiço e encantou-a na figura de uma serpente, como castigo e, depois, deixou-a nos subterrâneos do castelo a guardar um tesouro valioso que por lá se encontrava.
O Rei mouro fugiu de seguida por uma mina presente no local, com a esperança de regressar um dia de forma a recuperar o valioso tesouro que era seu. Segundo o povo, a mina entra pelo Monte da Penenciada dentro.
Pelo que consta, em noites de São João, pode ver-se uma bela donzela com os cabelos soltos. Ela primeiro encontra-se a chorar, permanece sentada sobre uma fonte que se encontra por lá e, depois, vai desaparecendo aos primeiros alvores da madrugada.
No lugar da donzela, aparece uma serpente enorme que apresenta uma grande cabeleira. Ela surge a rastejar, até que desaparece num instante. Por isso, ninguém da aldeia se atreve a entrar no interior da mina para procurar o tesouro que o rei mouro por lá deixou.
Principais atrações
Algoso é um destino fascinante, repleto de monumentos. A aldeia tem um passado encantador e reúne um conjunto de atrações fabuloso. A aldeia de Algoso é também conhecida por ter diversas lendas. Explore a riqueza deste destino surpreendente e imperdível!
Igreja Matriz de Algoso
A Igreja Matriz é também conhecida como Igreja de São Sebastião. Esta é uma construção religiosa do Século XVI. Embora a sua construção se tenha iniciado no final do século XVI, só foi inaugurada no segundo ano do século XVII.
O templo apresenta uma planta longitudinal. A igreja matriz é composta por uma nave única e tem uma capela-mor, ambas retangulares. As fachadas da nave são marcadas, ritmadamente, por contrafortes, que é um elemento característico da arquitetura religiosa da região envolvente de Miranda do Douro.
Na igreja, destacam-se os retábulos em talha dourada e policroma, maneirista (colateral do lado do Evangelho).
Capela de São João Baptista
A Capela de São João Baptista (Séc. XVII) e o corpo anexo da sacristia e da fonte apresentam uma planta retangular. A fachada principal da capela está implantada sobre um embasamento que a destaca em altura.
A escadaria com 6 degraus permite o acesso ao pórtico que se encontra ladeado por pilastras. O arco triunfal está suportado por duas pilastras simples, que não apresentam qualquer decoração.
Capela de São Roque
Esta construção é do século XVII. A Capela de São Roque é um monumento de estilo maneirista e rococó. Este monumento de arquitetura religiosa apresenta uma planta longitudinal com átrio no seu exterior. A Capela de São Roque não revela qualquer elemento arquitetónico relevante no seu interior.
Convento de Algoso
As ruínas de um antigo convento estão presentes entre a aldeia e o castelo de Algoso. No local, estão presentes alguns troços de paredes em xisto.
Uma das paredes chega a medir 37 metros de comprimento, o que permite constatar parte do que seria a dimensão do convento. Dado a intensa vegetação presente no local, a perceção do conjunto destas ruínas encontra-se dificultada!
Castelo de Algoso
Esta construção do século XIII é considerada um Imóvel de Interesse Público (conferir Decreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955). O Castelo é o ex-libris de Algoso está presente no monte da Penenciada e está debruçado sobre o rio Angueira, que por sua vez vai confluir a oeste com o rio Maçãs.
O Castelo de Algoso encontra-se a uma altitude de cerca de 600 metros, sensivelmente. O castelo desta encantadora aldeia foi mandado edificar por Mendo Rufino, no reinado de D. Afonso Henriques, tendo sido depois oferecido a D. Sancho I, que como recompensa lhe deu o senhorio de Vimioso.
Centro de Acolhimento do Castelo de Algoso
O Castelo de Algoso também dispõe de um Centro de Acolhimento a visitantes e de um Núcleo Interpretativo e Museológico. Estes elementos estão presentes no Largo do Pelourinho da aldeia.
Horário de terça a domingo: No inverno está aberto das 09h às 12h30 e das 14h às 17h30. No verão está aberto das 10h às 12h30 e das 14h às 18h30.
Contactos: [email protected] / 273 569 041
Castelo dos Mouros de Algoso
Povoado fortificado sobranceiro ao rio Angueira que apresenta boas condições naturais de defesa. No local, ainda subsistem troços significativos do sistema defensivo, que apresentava duas linhas de muralha em xisto.
No interior do recinto, podemos ver algumas acumulações de pedra. Provavelmente, são o resultado do desmantelamento da antiga muralha. As acumulações de pedra poderão também ser resultantes de eventuais construções aqui existentes. Há raros fragmentos de cerâmica de fabrico manual cuja cronologia será da Idade do Ferro.
Ponte e Calçada Medieval de Algoso
Esta ponte de Algoso é seguramente uma das estruturas medievais mais interessantes do Nordeste Transmontano. A ponte medieval está presente sobre o apertado vale formado pelo rio Angueira.
A Ponte apresenta um tabuleiro horizontal que se destaca pela rampa em curva do lado da margem direita. A ponte medieval está assente sobre três arcos redondos de iguais proporções. Os arcos apresentados revelam buracos que serviram para apoio dos agulheiros.
Ao longo do tempo, a ponte foi alvo de algumas intervenções. Por isso, esta ponte apresenta um tabuleiro com perfil tendencialmente horizontal, ao contrário do formato rampante (em cavalete) que era sistematicamente usado durante a Idade Média.
Outro dos destaques da ponte encontra-se no pavimento. Apesar de ser de terra batida, maioritariamente, ainda é possível identificar no pavimento alguns elementos da calçada primitiva. A partir da ponte, é possível ver uma vista magnífica que tem o Castelo de Algoso como um dos grandes destaques.
Pelourinho de Algoso
O Pelourinho é uma construção do Séc. XVI. Este monumento é considerado Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-10-1933). O Pelourinho de Algoso está assente sobre quatro degraus quadrados.
O último deles permite compensar o declive de 10 cm. Ele assenta na base que também é quadrada e apresenta uma altura mais elevada que a apresentada pelos degraus. No cimo do Pelourinho, encontra-se uma cruz grega que apresenta rostos humanos entre os braços e está sobrepujada por um corpo cónico com as armas de Portugal. A esfera armilar é outro elemento importante que está presente no monumento.
Outros pontos de interesse
Na aldeia, existem outras atrações. Entre elas estão: o Antigo Paços do Concelho; a Casa Senhorial – Antigo Palácio dos Távoras; Igreja da Misericórdia de Algoso (Séc. XVII); Capela de Nossa Senhora da Assunção.
Festividades em Algoso
- As Festas em Honra de São João são realizadas no dia 24 de junho.
- As Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo são realizadas no dia 15 de agosto.
- As Festas em Honra de São Roque são realizadas no dia 16 de agosto.
Quer saber onde comer em Algoso ou nas proximidades?
Reunimos alguns dos espaços onde pode saborear autênticas especialidades gastronómicas. Estes são restaurantes que colocam na mesa o melhor da gastronomia local.
Restaurante Imperial
Morada: Largo Da Cruz, 18 Palacoulo, Bragança 5225-032 Portugal.
Contactos: +351 919 850 711.
A Vileira
Morada: Av de Alcaniçes nº 1, 5230-308, Vimioso Portugal.
Contactos: +351 273 518 200.
Pizzaria Juventude
Morada: Rua Eng Adelina Amaro da Costa, Vimioso 5230-331 Portugal.
Contactos: +351 273 405 568.
Restaurante “O Bléu”
Morada: Rua Abade Baçal, Vimioso 5230-304 Portugal.
Contactos: +351 967 603 928.
Restaurante do Hotel Rural Sra. de Pereiras
Morada: Lugar de Pereiras – Estrada Nacional 219, Vimioso 5230-286 Portugal.
Contactos: +351 273 518 000 / +351 934 404 392/ [email protected].
Mais informações, aqui.
Quer saber onde pode dormir em Algoso ou nas proximidades?
Eis algumas sugestões de qualidade:
Autentisereia (Alojamento Local)
Localização GPS: 41.474723, -6.576004
Morada: Estrada Nacional 219, 5230-010 Algoso
Contactos: 273 569 106 / [email protected]
Mais informações, aqui.
Turismo Rural Casa dos Pimenteis
GPS: 41.497798, -6.539096
Morada: Rua do Fundo do Povo, 6, 5230-100 Vale de Algoso.
Contactos: 273 569 269 / 964 011 817
Hotel Rural Sra. de Pereiras
Morada: Lugar de Pereiras – Estrada Nacional 219, Vimioso 5230-286 Portugal.
Contactos: +351 273 518 000 / +351 934 404 392/ [email protected].
Mais informações, aqui.
Residencial Centro
Morada: R. Abade de Baçal 7 5230, Vimioso.
Contactos: 969 213 939.
Curral D’Avó Turismo Rural
Morada: Rua de Santo Cristo nº 12, 5230-090.
Contactos: 935 407 945.
Mais informações, aqui.