Em 2025, o hino nacional de Portugal celebra 135 anos de existência. Conheça a história d’ A PORTUGUESA Hino Nacional Português na sua arrepiante versão integral.
A história de “a portuguesa”: o hino nacional de Portugal
“A Portuguesa” foi tocada pela primeira vez em público há exatamente 135 anos, no dia 1 de fevereiro de 1890. esta canção tornou-se um dos mais importantes símbolos nacionais de Portugal, carregando consigo uma forte carga histórica e patriótica.
A origem e o contexto histórico
“A Portuguesa” nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico de 1890, que exigia que Portugal abandonasse as suas posições em áfrica no território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola, incluídas no denominado “Mapa cor-de-rosa”. Este incidente representou um enorme golpe no orgulho nacional, despertando uma onda de revolta entre os portugueses.
Composição e primeiras apresentações
Composta em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, a canção rapidamente ganhou popularidade entre a população.
Desde cedo, foi adotada como símbolo patriótico e tornou-se especialmente relevante entre os republicanos, que viam nela um hino à resistência e à identidade nacional.
Ligação ao movimento republicano
Pouco tempo depois, a 31 de janeiro de 1891, durante a tentativa falhada de golpe de estado no porto que pretendia instaurar a república em Portugal, “A Portuguesa” foi entoada como a canção de luta dos revoltosos. A sua forte mensagem de resistência e patriotismo consolidou-a como a principal escolha dos republicanos para hino nacional.
Adoção oficial como hino nacional
Após a Instauração da República, a 5 de outubro de 1910, a assembleia nacional constituinte decidiu consagrar “A Portuguesa” como hino nacional. Esta decisão foi oficializada no dia 19 de junho de 1911, substituindo assim o anterior hino monárquico, “Hino da Carta”.
Impacto e legado
Atualmente, “A Portuguesa” continua a ser um símbolo de identidade e unidade nacional, sendo entoada com orgulho em momentos de grande significado para o país.
A sua origem, ligada a um dos momentos mais delicados da história portuguesa, reforça a sua importância e o papel fundamental que desempenha na memória coletiva do povo português.
Arrepiante! A PORTUGUESA Hino Nacional Português (versão integral)
Vídeo de: Deivid H.
Hino Nacional ‘A Portuguesa’
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d’amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Data: 1890 (adaptado em 1957)
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil

Bandeira Nacional
Após a implantação da República, a 19 de junho de 1911, a Assembleia Nacional Constituinte emitiu um decreto que também aprovava uma nova Bandeira Nacional.
A bandeira divide-se na vertical, exibindo duas cores principais – o verde escuro e o vermelho –, ficando o verde do lado do mastro. Ao centro, exibe-se um escudo com as armas nacionais, orlado de branco, sobre a esfera armilar, em amarelo e avivada de negro.
Simbologia
O branco do escudo representa singeleza, harmonia e paz, sendo acompanhado pela fé, simbolizada na cruz vermelha de Cristo. Esta é uma alusão a uma época marcante da história portuguesa, falamos dos Descobrimentos. A esfera armilar remete, igualmente, para a epopeia marítima portuguesa. Os sete castelos demonstram a integridade e a independência nacionais.
O vermelho remete para o sangue e para o combate, mas também para a vitória e para a alegria.
Já o verde remete para a esperança, para a superação, para a capacidade de ultrapassar obstáculos e desafios, como aconteceu na Revolta de 31 de janeiro de 1891, em que o povo começou o seu combate contra a Monarquia.
A bandeira antes da República: características e símbolos principais

Afonso Henriques (1143-1185): escudo branco com uma cruz azul;
Sancho I (1185-1211), D. Afonso II (1211-1223), D. Sancho II (1223-1248): cinco escudetes de azul em campo de prata, dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao centro. Alusão às cinco feridas recebidas por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique ou às cinco chagas de Cristo.
Afonso III (1248-1279), D. Dinis (1279-1325), D. Afonso IV (1325-1357), D. Pedro (1357-1367), D. Fernando (1367-1383): as armas do reino receberam uma bordadura de vermelho, com um número indeterminado de castelos de ouro.

João I (1385-1432), D. Duarte (1433-1438), D. Afonso V (1438-1481): armas reais de prata, com cinco escudetes/quinas de azul dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao do centro. Bordadura de vermelho, com castelos de ouro e pontas da cruz verde floretada da Ordem de Avis.
João II (1481-1495): as quinas laterais no escudo são colocadas verticalmente e bordadura de vermelho com 7 a 8 castelos de ouro.
Manuel I (1495-1521), D. João III (1521-1557): armas reais em fundo branco.

Sebastião (1557-1578), D. Henrique (1578-1580), Filipe I (1580-1598), Filipe II (1598-1621, Filipe III (1621-1640): coroa real fechada, com um, três ou cinco arcos à vista.
João IV (1640-1656), D. Afonso VI (1656-1683), D. Pedro II (1683-1706), D. João V (1706-1750), D. José (1750-1777), D. Maria I (1777-1816), D. Pedro IV (1826), Regências (1826-1828), D. Miguel I (1828-1834): bandeira branca com o escudo nacional, encimado pela coroa real fechada com os cinco arcos em vista.
João VI (1816-1826): colocada por detrás do escudo uma esfera armilar de ouro em campo azul.

Maria II (1834-1853), Regência (1853-1855), D. Pedro V (1855-1861), D. Luís (1861-1889), D. Carlos (1889-1908), D. Manuel II (1908-1910): bandeira bipartida verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste e as Armas Reais ao centro.
Regime Republicano (desde 1910): após a instauração do regime republicano, a Bandeira Nacional passou a ser bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.