A mais famosa sanduiche portuguesa e uma das melhores do mundo. Descubra a fascinante história por detrás do nome “Francesinha”, o icónico prato português. Conheça a curiosa história do nome Francesinha!
Todos os portugueses já se deixaram cair em tentação pela francesinha. Quem visita a cidade Invicta sabe que tem de pedir este prato num dos muitos restaurantes espalhados pela cidade. Este prato típico da cidade do Porto pode hoje estar presente em diversos estabelecimentos de norte a sul do país, mas só se prova a verdadeira francesinha na cidade onde ela nasceu.
A típica francesinha nortenha é uma iguaria inimitável, uma sande repleta de sabor, rica em carnes, bem acompanhada pelo molho tradicional e por outros ingredientes que permitem enriquecer o seu sabor, contribuindo para o caráter único da francesinha. É um prato calórico, ideal para um jantar de fim de semana, devendo ser comida de longe a longe.
Mas porque será que ela se chama francesinha? Esta gulosa tentação tem uma história interessante, que merece ser conhecida.
A curiosa história do nome Francesinha
Impacto global
Anthony Bourdain tornou-se num nome poderoso da gastronomia mundial. O apresentador que partiu de forma precoce realizou diversos programas destinados a dar a conhecer o melhor do mundo da cozinha.
Alguns deles foram feitos em Portugal. Sobre a francesinha referiu: “Carne, queijo, gordura e pão: a combinação imortal! Já foi elogiada e criticada internacionalmente, sendo certo que ninguém lhe fica indiferente. A jornalista Rachel Rigby, no The Times of Malta, descreve a francesinha como uma “combinação mortal (…) uma sande com pão, presunto, linguiça, salsicha e bife cobertos de queijo derretido e molho de cerveja e tomate. Esta combinação mortal chega a ser servida até com batatas fritas.”
O site de viagens Big Seven Travel colocou a Francesinha entre as sanduíches épicas da Europa, tendo posteriormente colocado a mesma entre as 50 melhores sanduíches do mundo.
O nome
Quer saber como foi batizada a mais famosa sande portuguesa e a melhor iguaria portuense? Júlio Couto é o nome do autor da sugestão que veio a dar o nome à francesinha.
Após comer a sande com o molho delicioso que, na época, era um prato que nem sequer tinha nome, o homem ficou tão maravilhado com o que tinha acabado de comer que, de súbito, fez uma sugestão tão sagaz e pertinente que acabou por contribuir para a essência deste prato imperdível.
O momento
Júlio Couto gostava de se juntar com os amigos e ir visitar diversas tascas e restaurantes do Porto. O restaurante Regaleira era um desses espaços. Foi no restaurante Regaleira que ele entrou num dia que marcou a sua existência, tal como ele contribuiu para o nome de um prato que se tornou típico do Porto.
Daniel David de Silva era o nome do proprietário do espaço. Daniel viveu na Bélgica, país onde trabalhou no ramo da restauração. Regressou a Portugal com a ideia de abrir um espaço. O croque monsieur foi uma inspiração para ele e tentou servir cá esse prato, mas não obteve grande retorno.
No entanto, não desistiu e experimentou fazer algo diferente, uma proposta nova. Daniel pretendia que alguns dos jovens provassem a sua sanduíche especial. Júlio foi logo um dos primeiros a provar a generosa sanduíche, coberta de queijo derretido e banhada com o molho alaranjado delicioso.
A questão e a resposta
Júlio ficou fascinado logo à primeira dentada. Todos ficaram maravilhados, surgindo a questão: “Que nome dar à iguaria?”
Daniel não tinha pensado nessa parte, mas queria servir o prato já no dia seguinte. Júlio revelou numa entrevista que aproveitou o momento para sugerir: “Naquele momento baixou a minha maldade toda [risos marotos] e comecei a pensar: como isto era uma coisa bem picante e muito agradável… Por que não chamar-lhe francesinha?”
À partida a ligação podia não fazer muito sentido, mas ela existia — pelo menos segundo Júlio Couto. “Na altura as mulheres portuguesas eram muito conservadoras, mas as francesas não, eram bem mais liberais e confiantes”, relatou. Ora na sua cabeça, a junção de ideias foi simples: as “catraias francesas” faziam-lhe lembrar as características do prato e ficou assim. “Depois deste batismo não serviu de nada tentar chamar-lhe outra coisa qualquer.”
Sucesso
O que é certo é que o nome fez sentido e o proprietário gostou dele. O sucesso do prato foi quase imediato. Em pouco tempo, o restaurante recebia imensas pessoas, que até faziam fila para entrar e provar a iguaria.
A francesinha tinha um sabor intenso, encontrando-se perfeitamente alinhada com a tradição dos típicos sabores nortenhos. O sucesso foi tanto que muitos foram os espaços que pretenderam imitar a francesinha de Daniel.
Na época era servida com pão bijou, mas hoje é habitual ser servida em pão de forma. Os funcionários foram trocando de restaurantes e levando consigo a receita. O molho foi aprimorado, houve um que foi para Gaia, para o café Mocaba, e as francesinhas rapidamente começaram a ser servidas também em Gaia.
Super curioso! À espera desta jstificacão há anos! Obrigado.