Um destino perfeito para quem procura um pouco de história, cultura e gastronomia. Viseu deu-nos a conhecer Viriato, um herói lusitano que não pode ser esquecido.
Ao longo da nossa história, muitos foram os homens que se destacaram por feitos incríveis. Muitos dos heróis portugueses tiveram o devido destaque nos livros que contam os momentos mais marcantes da História de Portugal. O nosso país conta com um passado fascinante, que se estende ao longo de quase 900 anos de história.
No entanto, antes de Portugal ser fundado, muitos acontecimentos relevantes aconteceram no território que atualmente identificamos como português. No espaço que hoje designamos como Viseu viveu um homem que merece ser recordado.
Conheça melhor a cidade de Viseu que deu a conhecer Viriato, um herói lusitano que não pode ser esquecido.
Viseu: A cidade do herói lusitano no Centro de Portugal
Quem foi Viriato?
Segundo os historiadores, este herói terá vivido no século II a. C. Viriato foi líder do povo Lusitano, mais precisamente entre 148 e 139 a.C. Tratava-se de um homem com excecionais capacidades de liderança. Este herói lusitano foi um símbolo da resistência ao invasor romano. Ele apenas foi vencido devido a uma traição dos aliados.
Ele viveu esta fase numa época em que os romanos conquistavam a Península Ibérica. O poderio deste povo impunha a sua força e conseguiu submeter todas as civilizações que conquistava sob o seu domínio.
Viriato foi um chefe militar lusitano que liderou o povo contra o domínio dos romanos numa época em que Roma chegou a exercer o seu domínio na Península Ibérica.
O historiador Diodoro defendeu a tese de que Viriato, chefe dos Lusitanos por volta do ano de 148 a. C., contagiou o povo e incentivou-o a combater. Viriato tornou-se mesmo um dos chefes mais importantes.
O líder do povo lusitano conseguiu conquistar progressivamente várias zonas estratégicas, nomeadamente: Segóbriga, a Mancha e a Bética. Por isso, a partir de 143 a. C., este homem revelou-se uma preocupação para Roma e para os Romanos.
Viriato e Serviliano tinham estabelecido um acordo de paz. No entanto, quando Quinto Servílio Cepião passou a assumir o comando, ele voltou a abrir as hostilidades, defendendo que Roma ficou desonrada com o acordo estabelecido. Essa era a mesma posição do Senado.
O plano A de Viriato foi tentar, primeiro com Marco Popílio Lenate (governador da Hispânia Citerior), assegurar a paz duramente conseguida. No entanto, ele fez exigências consideradas humilhantes por Viriato.
Por isso, Viriato não teve alternativa senão recorrer ao plano B. Foi “forçado” a virar-se para Cepião. Desta forma, o chefe lusitano enviou três amigos como seus embaixadores, Minuro, Áudax e Ditalco.
Ora, quando Minuro, Áudax e Ditalco regressaram da sua missão, não só falharam na missão de trazer a paz, como foram eles a assassinar Viriato. Desta forma, o chefe lusitano, faleceu no ano de 139 a. C..
O sucessor de Viriato foi Táutalo. Contudo, o novo chefe lusitano teve uma liderança sem longevidade; durou pouco. Com a morte de Viriato, a vontade de independência dos Lusitanos tinha-se enfraquecido, irremediavelmente!
Cava de Viriato
A Cava de Viriato revela-se um dos maiores enigmas da arqueologia portuguesa (talvez o maior…).
A Cava de Viriato foi um acampamento militar romano. Ele encontrava-se situado na cidade de Viseu. Erradamente, a tradição levou a atribuição deste campo a Viriato. Contudo, não há qualquer semelhança com as habituais fortificações lusitanas, que são os castros.
Esta estrutura defensiva romana apresenta uma forma de polígono regular. A Cava de Viriato é uma construção de grandes taludes de terra, que se encontram ladeados de fosso. A existência primitiva de 4 grandes portas permite-nos chegar à conclusão de que se encontrava ordenado, segundo dois eixos ortogonais.
Ao longo do tempo, foram muitos os eruditos e historiadores que se debruçaram sobre a Cava de Viriato e que tentaram deslindar a cronologia e a função deste monumento tão enigmático.
O mistério sobre este monumento fascina os estudiosos desde o século XVII. Ele ainda se mantém por resolver, quase quatrocentos anos após a primeira descrição historiográfica.
Estátua de Viriato
Independentemente da cronologia da Cava, há uma ligação de Viriato a Viseu. A Cava não é do tempo de Viriato, apesar do nome. Atualmente, muitos investigadores tendem a atribuir a sua origem ao século X. No entanto, a ligação Viriato-Viseu mantém-se e foi consagrada no monumento criado e destinado a homenagear Viriato.
A estátua do líder lusitano foi realizada por Mariano Benlliure, em 1940. O grande escultor espanhol foi o autor deste monumento que ficou instalado junto à Cava. A estátua de Viriato tornou-se um ex-libris da cidade de Viseu. Esta é a imagem que atualmente se associa a Viriato.
História de Vissaium
Vissaium era o nome romano do espaço territorial que hoje associamos à cidade de Viseu. Esta cidade romana foi capital de ciuitas, provavelmente dos Interannienses, referida por Plínio entre as ciuitates stipendiariae da Lusitânia. Ele é mencionada, da mesma forma, numa inscrição na ponte de Alcântara.
Vissaium foi uma cidade romana fundada na época de Augusto. Vissaium ocupou um morro onde se encontrava instalado um importante povoado da Idade do Ferro, isto tendo por base os vestígios já descobertos.
Esta ciuitas com sede em Viseu (Vissaium) teve o domínio sobre um extenso território:
- A sul, no Mondego, confinaria com a splendidissima ciuitas, com capital em Bobadela (Oliveira do Hospital);
- A norte, estenderia o seu território provavelmente até às serras de Arada e Leomil, além das quais se encontravam as ciuitates dos Paesuri (Cárquere, Resende), Coilarni (Lamego) e Arabrigenses (Paredes da Beira, São João da Pesqueira);
- A oriente, tocava extremos, talvez a serra da Lapa, com a ciuitas dos Aravi (Marialva, Meda)
- E, mais a sul, nomeadamente nos contrafortes da bacia de Celorico da Beira (contudo, não muito distante dos atuais limites distritais entre Viseu e Guarda), com Lancienses Transcudani (Mileu, Guarda);
- A ocidente, estendia-se até às alturas da serra do Caramulo, como o terminus augustalis do Guardão (Tondela) poderá atestar, confrontando nessa linha de cumeada com a de Talabriga (Cabeço do Vouga, Águeda).
A importância de Vissaium
Na Época Romana, Vissaium teve uma posição estratégica. A sua localização geográfica permitia-lhe revelar-se uma cidade importante. Servia como um ponto de encontro de estradas que permitiam ligar várias cidades do norte da Lusitânia.
Vissaium servia como um verdadeiro nó viário central. Era para esta cidade romana que convergiam as estradas que partiam de todas as ciuitates em seu redor. Na época, seriam talvez 9 as ligações diretas.
Vissaium até foi ponto de passagem da estrada imperial que, vinda de Mérida e Cáceres, permitia fazer a travessia do Tejo na ponte de Alcântara e que, posteriormente, cruzando a serra da Estrela, rumava a Braga.
A centralidade estratégica de Vissaium refletia-se na extensão da sua malha urbana. Os principais testemunhos da arquitetura privada da época correspondem a prováveis insulae. Esses elementos são encontrados na Rua da Prebenda, Rua do Comércio, Rua e Praça D. Duarte, Rua do Carvalho, e Loteamento do Quintal.
O papel de lugar central de Vissaium também seria refletido na monumentalidade da cidade romana, sendo visível nos principais edifícios públicos. Entre esses edifícios, destacava-se o fórum. No entanto, também é observável na muralha, rodeando uma área considerável para uma cidade do norte da Lusitânia.
Momentos marcantes de Viseu
- O 1º foral destinado a Viseu foi concedido no ano de 1123.
- No dia 10 de janeiro de 1392, D. João I emitiu a carta que permitiu a criação da Feira Franca de Viseu. A nova feira franca anual teria a duração de um mês. O seu início era no dia de Santa Cruz (3 de maio).
- Ainda no reinado de D. João I, a data foi alterada para o dia de São Jorge (23 de abril), tendo a Feira sido transferida para Vila Nova (na área da Cava de Virato). Contudo, atualmente, a feira realiza-se no Pavilhão Multiusos de Viseu (e toda a área circundante), sempre durante o mês de agosto.
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Principais atrações
Viseu é uma cidade bastante antiga, com uma história fascinante. No território da cidade, não faltam locais históricos, existindo muitos monumentos interessantes. Eis uma lista com algumas das atrações imperdíveis:
- Cava de Viriato / Estátua de Viriato
- Muralhas de Viseu Porta do Soar, Porta dos Cavaleiros
- As igrejas de Viseu
- Igreja da Misericórdia
- Igreja da Ordem Terceira de Viseu
- Sé de Viseu (Catedral de Santa Maria)
- Convento de São João de Tarouca
- Museu Nacional Grão Vasco
- Museu Almeida Moreira
- Museu do Quartzo
- Rossio
- Estátua do Rei Dom Duarte
- Casa do Miradouro
- Casa da Ribeira
- Funicular de Viseu
Praça D. Duarte, Viseu
Esta praça é um espaço mítico da cidade de Viseu. Facilmente uma pessoa se perde nos encantos desta praça do centro histórico da cidade. Ela proporciona a todos os seus visitantes uma experiência particularmente agradável. A Praça D. Duarte revela o modo de vida desta cidade beirã.
A Sé Catedral é uma atração que se encontra nas proximidades desta praça emblemática. Esta praça homenageia o Rei D. Duarte. O monarca português nasceu na cidade de Viseu. A estátua que se encontra presente na Praça D. Duarte foi construída em 1955.
Festas e romarias: A Feira de São Mateus
A maior festa da cidade e Viseu é, sem dúvida, a Feira de São Mateus.
Feriado Municipal: 21 de setembro (São Mateus)