Fique a conhecer uma aldeia peculiar e que tem uma curiosidade fascinante. Descubra uma aldeia para sempre ligada ao comboio na região do Vouga.
O nosso país é fascinante. Portugal Continental e os Arquipélagos da Ilha da Madeira e dos Açores apresentam uma riqueza verdadeiramente notável. No nosso território, há diversos destinos maravilhosos. Existem muitos locais para conhecer em Portugal. Muitos centram a sua atenção nas cidades (nomeadamente, nas mais populares).
No entanto, há vilas e aldeias cheias de atrações imperdíveis. As experiências rurais que proporcionam podem representar tudo aquilo de que se precisa. Basta ficar uns dias nestes destinos mais rurais para nos sentirmos completamente revigorados. Há destinos perfeitos para escapadinhas, que conjugam grande beleza natural, paisagens verdejantes, um património relevante, uma história apaixonante.
A recomendação do presente artigo do NCultura é Macinhata do Vouga. Já ouviu falar? Fique a conhecer uma aldeia peculiar, que tem uma curiosidade fascinante.
Macinhata do Vouga: A aldeia para sempre ligada ao comboio no Centro de Portugal
Localização
Macinhata do Vouga encontra-se presente no norte do município de Águeda, ficando localizada na margem esquerda do rio Vouga, estendendo-se em colinas de dimensões reduzidas, que descem, suavemente, estendendo-se até às férteis margens do rio.
A aldeia Macinhata do Vouga ocupa uma área de cerca de 40 km quadrados e que confina a Norte com o município de Albergaria-a-Velha. Grande parte do território de Macinhata do Vouga é zona florestal, que se estende à Serra das Talhadas.
Nome
Acredita-se que o nome da aldeia, Macinhata, deriva de duas palavras, uma é “matiana” (que significa maçã) e a outra é “nata” (que significa nascida).
Ora, se juntarmos as duas palavras, podemos confirmar que dão origem a uma designação primitiva de “Macianata” – ou pomar de macieiras, que posteriormente foi sendo desenvolvida até à atual toponímia, Macinhata.
Esta aldeia pertenceu ao concelho de Vouga, que acabou por ser extinto pelo Decreto de 31/12/1853, ficando desde esse momento a pertencer ao concelho de Águeda.
História
A presença romana nas atuais fronteiras físicas de Portugal é evidente, sendo visível ao longo de todo o território português. Existem vestígios nas imediações da freguesia que comprovam a importância da região e que terão dado um cunho de desenvolvimento a esta aldeia portuguesa.
O Comboio
A história de Macinhata do Vouga encontra-se intimamente ligada ao comboio. A nível ferroviário a freguesia de Macinhata do Vouga é servida pela linha do Vouga – ramal de Aveiro, que liga Sernada do Vouga e a capital de distrito.
Esta aldeia mantém uma ligação estreita à linha do Vouga. Essa ligação da aldeia com a linha do Vouga encontra-se plasmada no próprio brasão da freguesia. Se tivermos a oportunidade de analisar o brasão da freguesia, podemos constatar que o mesmo ostenta os símbolos ferroviários no lugar central.
Além disso, nesta aldeia, há ainda toda uma vivência comunitária ligada a atividades relacionadas com a ferrovia. Macinhata do Vouga tem ainda o Museu Ferroviário como uma das suas principais atrações. Neste espaço, pode apreciar a riqueza do espólio das companhias ferroviárias Nacional e Vale do Vouga.
Heráldica
O símbolo da freguesia apresenta um escudo de ouro. Além disso, destaca-se uma locomotiva dos caminhos-de-ferro de negro. Esta locomotiva apresenta-se entre dois eucaliptos de verde; em chefe, um mó de púrpura; campanha ondada de azul e prata.
Destaca-se ainda a coroa mural de prata de quatro torres. No símbolo, apresenta-se o listel branco com a legenda a negro: ” MACINHATA DO VOUGA “.
O rio
Além do comboio e da linha do Vouga, há outro elemento que ganha protagonismo nesta aldeia, o rio. O rio Vouga permite unir este território. O rio Vouga no passado revelou-se um dos melhores elementos para a prosperidade da aldeia.
O progresso surgiu através do movimento fluvial de barcos mercantéis. Esses barcos subiam o rio de Aveiro ou da Murtosa.
Importância do rio
Os barcos estavam equipados com diferentes produtos. Entre eles, estava o sal. Os barcos também levavam as telhas, os tijolos, as madeiras que se revelavam bastante importantes. Eles também traziam peixe, a sardinha, o carapau, o berbigão.
Atualmente, o rio Vouga continua a ter um papel importante, com as suas cheias habituais. Este rio continua a fertilizar o “campo”. Apesar do peixe não ser tão abundante como noutros tempos, ele continua a existir. O rio reconquistou algum protagonismo em áreas relacionadas com o turismo.
Dinâmica cultural
A comunidade associativa de Macinhata do Vouga contribui bastante para o dinamismo cultural e para a animação que a aldeia apresenta.
Em Macinhata do Vouga, regista-se uma grande heterogeneidade ao nível associativo, destacando-se pelo menos uma dezena de associações que se mantêm muito ativas. Por isso, em Macinhata do Vouga realizam-se um conjunto de atividades histórico-culturais que envolvem a comunidade local.
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Atividades
Nesta região, merecem uma referência especial algumas atividades, como a cestaria, os trabalhos em ferro, a faiança e a azulejaria, que ajudaram ao longo do tempo a população.
As caraterísticas festas e romarias religiosas também acontecem na região.
Património Natural
- O Parque Fluvial de Pesca Desportiva de Sernada do Vouga
- O Ribeiro de Alombada
- O Parque de Merendas do Béco
Património Edificado
- Museu Ferroviário do Vale do Vouga.
- O Convento de Serém: Este convento de Serém está destinado a apenas doze religiosos. Este convento foi concluído em 1639.
- O Pelourinho de Serém – (século XVI).
- A Igreja: Este templo foi reconstruído em meados do século XIX. No interior da igreja, há diversas peças de valor, destacando-se São Cristóvão de calcário gótico (séc. XVI); São Gonçalo de Amarante (século XVIII); Sra. da Conceição (século XVII); Custódia de prata (séc. XVII).
- O conjunto de Capelas, nomeadamente: Béco – N. Sra. da Paz (imagem do século XVI); Moita – Santa Apolónia; Chãs – S. Bartolomeu; Mesa – S. Sebastião; Serém – Santo António e Santa Cristina (imagem do século XIV); Carvoeiro – S. Silvestre (século XV); Soutelo – Santo Antão; Sernada – Santo Amaro; Jafafe – S. Bento e Sra. da Aflição; Macinhata – Sra. Piedade e S. João; Carvalhal – N. Sra. Bom Sucesso.
Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga
Este espaço está situado no Município de Águeda. O Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga ocupa a antiga cocheira da Estação de Macinhata do Vouga, na Linha do Vouga. Curiosamente, esta é a única linha de via estreita ainda em funcionamento em Portugal.
A exposição permanente do Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga conta-nos a história desta ligação até 1990. Esta ligação unia as localidades de Viseu e Espinho, incluindo a ligação do Ramal de Aveiro.
A exposição apresentada no Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga é fortemente marcada pela presença de diversos veículos de conceção e fabrico nacional. Estes veículos foram construídos entre 1940 e 1947, mais precisamente nas Oficinas de Sernada do Vouga.
É através destes veículos que se evoca a história local, que se evoca a memória do Vale do Vouga e da sua comunidade, que se encontra associada a identidade e cultura ferroviárias até aos dias de hoje.
Entre os diversos veículos e objetos que podem ser descobertos no Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga, destacam-se peças como as Automotoras Nacionais ME 51 e ME 53, também chamadas “Auto Rail”, construídas a partir do chassis de camiões “Panhard”.
Morada: R. Padre João Gomes dos Santos, 24
Contactos: +351 234 180 120 / [email protected]
Horário: Terça-feira a domingo: 10h00-13h00 e das 14h30-17h30.
Portanto, não faltam razões para visitar esta aldeia encantadora que está muito ligada ao comboio e à linha do Vouga.
Um artigo bastante interessante, mas injusto e pouco profundo. Injusto porque se há uma aldeia eternanamente ligada ao comboio é Sernada do Vouga, onde tudo aconteceu. Aliás, ela só existe por causa dos comboios. Macinhata do Vouga é apenas uma estação, um local de passagem, que independentemente da interessante história que tenha, nada tem a ver com os comboios, a não ser um museu aí localizado por questões meramente políticas.
Pouco profundo porque qualquer investigação um pouco cuidada, já que falamos de comboios, levaria a Sernada do Vouga e não a Macinhata.
Fica o desafio.