Falar bem português é um desafio difícil. Implica estudo e concentração constantes. Conheça 9 erros de português que afetam a sua imagem e evite-os!
A nossa imagem é construída com os nossos feitos. Falar bem português, ser eloquente, ser correto, ser companheiro são características que fazem parte da construção que fazemos da nossa imagem. Ter credibilidade é difícil e é fruto de uma construção que leva o seu tempo.
Contudo, a imagem criada pode ruir com facilidade. A forma como falamos ou escrevemos também pode afetar a nossa imagem, pela positiva ou pela negativa. Estamos sempre a tempo de aprender! Confira alguns erros da língua portuguesa.
9 erros de português que afetam a sua imagem
- 1 kilo ou 1 quilo?
- Aja e haja
- Copo com água ou copo de água?
- Dispensa e despensa
- Germinadas e geminadas
- Havia ou haviam?
- Onde e aonde
- Padrasto ou padastro?
- “Z” e “S” …
1. 1 kilo ou 1 quilo?
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
Deve escrever-se quilos, pois o kilo não é uma unidade de peso. Não há kilos.
É, no entanto, uma confusão compreensível. A explicação é simples: é um acontecimento motivado pelo facto de o quilo ser uma condensação de quilograma, algo que é abreviado em “Kg”. Logo, não compramos um kilo de cenouras, mas sim um quilo.
2. Aja e haja
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
Já viu alguém escrever: “Haja com prudência para que aja sempre saúde?” Não devia ver, pois é uma frase com erros que surgem com frequência. É um erro comum haver o desconhecimento dos conceitos, o que gera confusão que leva a indesejadas gaffes.
O esquecimento do “h” no verbo haver é um erro grave, tal como é colocar o “h” no verbo agir. Este verbo não leva “h”, conjugando-se eu ajo, tu ages, ele age. Por outro lado, o verbo haver exige sempre o “h”, em todos os tempos e pessoas!
3. Copo com água ou copo de água?
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
Deve dizer-se um “copo de água” e não um “copo com água”, embora muitos, instintivamente, defendam precisamente o contrário. Mas desconhecem que este erro é feito por muitas pessoas que julgam que a preposição “de” apenas designa o material com que é feito o copo.
No entanto, a preposição “de” indica, também, o conteúdo do copo. Logo, devemos pedir “um copo de água”. Tal como devemos pedir uma “caneca de cerveja” ou outras expressões do género.
4. Dispensa e despensa
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
A “dispensa” é um termo referente ao término de uma obrigação ou, então, de uma atividade por vontade de uma determinada pessoa. É quando alguém é dispensado de algo, de alguma função ou tarefa; o final de uma situação.
A palavra “despensa” tem um significado bem distinto. É algo que muitos têm em sua casa, sendo um espaço destinado a arrumações. Na despensa, colocam-se diversos produtos, os apetrechos de limpeza.
5. Germinadas e geminadas
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
As casas só podem ser geminadas mas nunca germinadas. É um erro escrevê-lo, dizê-lo ou pensá-lo, apesar de ser algo cómico. As casas não germinam, pois não são vegetais. É apenas um lapso derivado da confusão fonética.
6. Havia ou haviam?
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
É importante perceber que a conjugação do verbo “haver” não possui plural! Assim, quando nos referimos a várias pessoas, a conjugação deve fazer-se da mesma forma que no singular, pois trata-se de um verbo impessoal. Logo, não devemos dizer “haviam muitos livros na mesa”, mas apenas “havia muitos livros na mesa”.
7. Onde e aonde
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
“Onde” é o espaço em que me situo, enquanto o termo “aonde” tem como significado “para onde”. É um erro comum trocar o sentido destas palavras. Frequentemente, lemos ou ouvimos este erro comum: “Não sei aonde deixei o telemóvel”. Errado!
Deve dizer-se “onde deixei o telemóvel”, pois não faz sentido dizer “para onde deixei a carteira”, pois não? Em sentido contrário, é mais adequado perguntar “Aonde vais?” do que “Onde vais?”.
8. Padrasto ou padastro?
O significado da(s) palavra(s) analisada(s):
O marido da mãe em segundas núpcias é o “padrasto” e não o “padastro”, como muitos defendem. As palavras são idênticas e fruto dessas parecenças a maior parte nem deteta o erro.
Mas a palavra “padastro” simplesmente não existe na língua portuguesa. A palavra certa e que deve ser sempre aplicada neste contexto é “padrasto”. Um termo que deriva de “padre” (sendo que este, por sua vez, derivou de “pater” que em latim significa “pai”).
9. “Z” e “S” …
Um dos erros mais frequentes (e simultaneamente) mais difíceis de evitar, é aquele que tem a ver com o emprego das palavras com o som “z” pois, regularmente, é representado pela letra “s”.
Contudo, há uma regra bastante simples que todos deviam conhecer: o “s”, quando está presente entre vogais, lê-se com o som “z”. Logo, devemos escrever paralisado, alisado, analisado, etc. Mas o maior problema está nas exceções à regra. É que nós “analisamos” o assunto, mas depois “sintetizamos” as conclusões, tal como “finalizamos” as tarefas. A língua portuguesa é bastante traiçoeira…
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Gosto muito da língua portuguesa. Preocupo-me por falar e escrever bem. Obrigada e até breve.
Agora só falta ensinar os lisboetas a falar. Estão tão convencidos que só os outros têm sotaque, que fartam-se de dizer barbaridades sem a mínima auto-correção. Basta ouvir um telejornal para sermos bombardeados a cada segundo com barbaridades do género de “rudução”, rusumir”, “tefone”, e muitas muitas outras.
O que mais me choca ao ler, é o empregar ” e no terminar da palavra em certas frases. Por exp.: compraram e comprarão; comeram e comerão; estiveram e estiverão; etc.
Valeu!
Valeu
Só não percebi onde está o erro da frase “Aja com prudência para que haja sempre saúde?”
@Sergio “Haja com prudência para que aja sempre saúde?”
É o que está escrito, mas você escreveu certo no seu comentário.
Houve, de facto, um lapso. Obrigado pela chamada de atenção.
Existe uma palavra que os clientes que vão à loja onde trabalho dizem quase sempre mal, 1 em cada 1000 pessoas dizem bem. “Maneável” ERRADO
“Maleável” CORRECTO OU CORRETO conforme acordo ortográfico. ; p
Olá, sou o Adilson e gostaria de ver ou ser esclarecido sobre o termo ou frase, ” foi a enterrar hoje “, obrigado.
Gostaria muito de receber as vossas dicas sobre o português
Foi especial
Foi extraordinário
Já me habituei a comparar a minha suposta proficiência linguística com os erros que todos assistimos sendo cometidos ainda que não demos por eles e que, nesta coluna, tão pertinentemente são evidenciados.
Recordo sempre a minha professora de português dos dois primeiros anos do liceu, Amarina Alberty, não só mas também por suas beleza e postura físicas as quais, muito embora ainda miúdos, já nos faziam abrir mais os olhos para as realidades, designadamente loiras. Recordo o meu primeiro medíocre da vida liceal “ganho” fundamentalmente por erros de interpretação e de significados das palavras praticados no primeiro “ponto” após o exame de admissão. Recordo, por exemplo, a palavra frondosa para a qual, “já com nove anos de idade”, não encontrei/soube o seu significado. Referência ainda hoje na minha vida, Amarina Alberty foi “A” professora que mais marcou pela positiva toda a minha vida escolar. Desde logo pelo rigor e exigência que incutiu na nossa postura “profissional” de estudantes. Curiosamente hoje e aqui, li acima o seguinte, e transcrevo: “…É quando alguém é dispensado de algo, de alguma função ou tarefa; o final de uma situação”. Mais uma vez “escutei” a voz de Amarina Alberty: “É quando não se diz!”. Como diria o senhorzinho Malta, “estou certo ou estou errado?”. Grato.