Descubra alguns dos lugares alentejanos mais fascinantes. Conheça 8 locais escondidos para descobrir no Alentejo.
O Alentejo é seguramente uma das regiões portuguesas mais bonitas. Este destino apresenta-nos tudo o que se necessita para se ter uma estadia incrível. Facilmente se criam memórias imperdíveis no Alentejo, daquelas que irão perdurar por muitos anos, porque se tratam de vivências singulares, experiências maravilhosas.
Em vários destinos alentejanos encontram-se diversas qualidades, nomeadamente beleza natural, um património que ajuda a contar a história da região e de Portugal, uma gastronomia que é de comer e chorar por mais…
Por tudo isto, o Alentejo é um destino formidável para se visitar, perfeito para uma escapadinha. Reunimos algumas atrações imperdíveis, para que aproveite ao máximo a sua estadia. Fique a conhecer alguns dos lugares alentejanos mais fascinantes.
8 locais escondidos para descobrir no Alentejo
1 – Brotas
Brotas é uma freguesia presente no Concelho de Mora. Este destino perfeito para uma escapadinha encontra-se presente numa elevação próxima do rio Divor. Por isso, apresenta um cenário mágico.
O orago local é Nossa Senhora de Brotas. O respetivo culto data do século XV. Segundo a tradição, o culto a Nossa Senhora de Brotas teve origem na vila das Águias, mais precisamente no lugar de Brotas da Barroca, que se encontrava na época completamente inabitável, devido a revelar-se um espaço extremamente húmido e constituído por uma cova grande cercada de ribanceiras. Curiosamente, a toponímia local designou este espaço de Inferno, Inferninho e Purgatório.
A lenda local é encantadora. Os habitantes contam que um pastor guardava a sua vaca por ali. O animal por descuido escorregou e acabou por estatelar-se, morrendo, ficando no fundo dessa cova. Quando o pastor se apercebeu do sucedido, confiou à Virgem o seu desgosto. Ele encontrava-se desprovido da sua principal fonte de rendimento (a vaca) para sustentar a sua família. Por isso, implorou-lhe proteção.
O pastor começou a esfolar o animal. A Virgem Santíssima apareceu-lhe já após o homem ter cortado a pata (que se tinha partido com a violência da queda) do animal. A Virgem apelou à calma e pediu ao pastor que fosse dizer aos moradores das Águias para construir uma capela ali e disse ao pastor que assim que ele voltasse a vaca se apresentaria viva.
O pastor acreditou e assim fez e, quando regressou àquele local com os seus conterrâneos, a vaca encontrava-se a pastar como se não tivesse caído. A pata que tinha sido cortada apresentava agora uma imagem da virgem.
Entre os monumentos mais emblemáticos deste local, está a Igreja Matriz de Brotas. A Igreja de Nossa Senhora das Brotas, como também é conhecida, está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1956. O templo teve origem no século XVI. No entanto, este local já era local de peregrinação desde o século XV, devido à lenda.
Existe um conjunto de edifícios da Igreja Matriz de Brotas. Este local assemelha-se a um bairro criado para dar apoio às peregrinações dos romeiros das Irmandades de Nossa Senhora das Neves.
Nas imediações, podemos encontrar também uma fonte com uma bica e uma pia retangular. Além disso, também se encontra erguido o Santuário de Nossa Senhora das Brotas. A Torre das Águias localiza-se na povoação de Águias, freguesia de Brotas e é outra atração imperdível.
2 – Castelo de Noudar
O Castelo de Noudar é uma atração imperdível. A conclusão das obras desta fortaleza ocorreu em 1307, num contexto temporal em que se estava no reinado de D. Dinis. A sua localização era estratégica. O local foi escolhido devido à sua defesa natural.
A fortaleza medieval revelou ter um papel importante na defesa da fronteira do reino português. A proximidade com Castela fez com que o castelo fosse vital nos princípios do século XIV.
A fronteira com Castela encontrava-se definida. No ano de 1295, Noudar recebeu foral. D. Dinis tinha o objetivo de povoar o território. A necessidade de povoar o território justificou a criação do primeiro “Couto de Homiziados”. Tratava-se de um local com um regime de exceção. As pessoas perseguidas pela justiça podiam viver em paz neste lugar, desde que não saíssem dali e que tudo fizessem para proteger o território.
Alguns aglomerados de cariz familiar começaram a instalar-se fora da vila de Noudar a partir do séc. XV. Instalaram-se em pequenos montes com exploração agrícola e pecuária.
Este era um espaço de fácil acesso e que podia ser realizado o aproveitamento de uma nascente de água de excelente qualidade, a Fonte da Figueira, que se situa a apenas 250 metros a Este do castelo, sob o cerro denominado da Forca.
Nas proximidades desta fortaleza, encontravam-se boas terras para a agricultura e extensos montados para o pastoreio do gado, algo que ainda hoje contribui para a criação de um cenário particularmente encantador. No ano de 1740, Noudar apenas contava com 200 fogos (local de residência; casa; habitação) e no séc. XIX a vila é abandonada.
3 – Castelo de Valongo
Esta fortaleza é frequentemente identificada como Castelo Real de Montoito. Esta construção é uma referência do Alentejo. O Castelo de Valongo situa-se na freguesia de Nossa Senhora de Machede.
Este castelo alentejano é uma das surpresas mais bem guardadas da zona rural do concelho de Évora. O Castelo Real de Montoito, nos arredores de Montoito, fica a caminho de Reguengos de Monsaraz.
O cenário em torno do castelo é incrível. No verão, as muralhas de granito do Castelo Real de Montoito parecem flutuar num mar de espigas de trigo. A construção deste castelo remonta a 1283.
No século XV, foram realizadas algumas obras. Foram feitos alguns arranjos na torre de menagem, coberturas ogivais em tijolo, escadaria e janelas de sacada. A planta desta fortaleza é quadrada, apresentando torres nos ângulos. O castelo foi também paço senhorial.
A realidade é triste. Este castelo está nas mãos de privados e encontra-se ao abandono. Ele está destinado a ficar em ruínas, sem que ninguém faça alguma coisa. Encontra-se em estado de degradação, o que nos leva às lágrimas. Poderia ser mais um monumento a ser tratado como merece, mas é apenas mais um que é deixado ao abandono. Apesar de ter tanto potencial…
4 – Convento de São Paulo
Este convento encontra-se presente na Serra d’Ossa. O Convento de São Paulo está situado entre Estremoz e Redondo. Esta construção revela-se uma verdadeira obra de arte e encontra-se perfeitamente conservada.
No Convento de São Paulo, destaca-se a presença de uma coleção de azulejos digna de uma galeria museológica. São 54 mil os azulejos que se encontram nas paredes do Convento. Há quem defenda que se trata da maior coleção privada de Portugal.
Neste espaço, encontram-se as antigas celas dos monges, existindo ainda os seus corredores intrigantes e os encantadores fontanários, elementos que nos transportam até ao século XII.
No convento, transformado em hotel, podemos viver uma experiência perfeita. Neste convento histórico, podemos ainda passear nos seus jardins. A presença de duas piscinas que se cruzam revela-se algo verdadeiramente incrível.
Neste local, também podemos usufruir de uma experiência irresistível: provar gastronomia contemporânea de alta qualidade, com harmonização de vinhos.
O Convento de São Paulo pode revelar-se o destino perfeito para as pessoas que procuram um refúgio seguro. Trata-se de um espaço com tanta história que se revela um verdadeiro museu.
5 – Juromenha
Esta antiga vila de fronteira destina-se a ser a nova pérola do Alentejo! Juromenha encontra-se presente na extremidade nordeste do município do Alandroal. Juromenha tem a freguesia de São Brás dos Matos como vizinha (a sul), nas proximidades. Podemos por ali encontrar os municípios de Vila Viçosa, Elvas e o Território de Olivença.
Juromenha tem vários pontos de interesse. A fortaleza abandonada de Juromenha é um deles. Esta construção é impressionante. Apresenta uma dignidade fantasmagórica. As origens desta fortaleza são muito antigas.
Durante séculos, ela cumpriu a honrosa função de sentinela do rio Guadiana. A Fortaleza de Juromenha tem uma história incrível. Serviu como palco de várias batalhas.
No entanto, a fortaleza sofreu danos severos durante o terramoto de 1755. Este acontecimento implicou a necessidade de obras de reparação na Fortaleza. Mais tarde, em 1920, a Fortaleza foi abandonada perante a evolução dos meios bélicos.
Esta construção encontra-se numa localização privilegiada. Por isso, em termos paisagísticos, proporciona uma experiência singular. Apesar da Fortaleza de Juromenha se encontrar num estado degradado, reivindica protagonismo na paisagem.
Deste local, podemos usufruir de vistas privilegiadas para o Guadiana e para a outra margem do rio, para Vila Real e Olivença. Esta construção permanece um local de visita obrigatória.
No interior do recinto muralhado, podemos ainda encontrar as ruínas das duas igrejas. Tratam-se das igrejas da Misericórdia e a Matriz. Estes templos foram edificados no espaço interior da fortaleza.
Neste local, também podemos encontrar os Paços do Concelho e a respetiva cadeia. A cisterna de Juromenha é outra atração local. Trata-se de uma construção de planta retangular que teve a importante missão de abastecer a população.
6 – Messejana
Em dias de verão, podemos olhar para cima e contemplar um azul e branco, um céu com nuvens. Nesta vila encantadora, sentimos que estamos no céu, pelas cores. A Vila de Messejana apresenta-se nessas cores azul e branco. A sua beleza é verdadeiramente notável.
Esta vila tem muitas histórias que fazem querer saber mais sobre ela. Messejana é uma vila alentejana pintada em tons de azul e branco. Esta vila cativa todos os que a visitam pela sua beleza e pela simplicidade do interior alentejano. O calor das suas gentes é um dos muitos atrativos desta vila. A gastronomia local é outro ponto a favor da vila.
Esta vila deve o seu nome aos árabes. Em 1235, este território foi conquistado aos árabes pelos Cavaleiros da Ordem de Santiago de Espada. Mais tarde, recebeu a categoria de concelho, por D. Dinis. Posteriormente, seria confirmado pelo Foral Novo, que foi dado por D. Manuel I, no dia 1 de julho de 1512.
A Freguesia de Messejana integrou o Concelho de Aljustrel. Messejana chegou a apresentar 11 igrejas. Atualmente, apenas resistem a Igreja Matriz, Igreja da Misericórdia, Ermida de Nossa Senhora da Assunção e Ermida dos Santos Reis e a capela da Aldeia dos Elvas, uma construção mais recente.
Entre as atrações que se encontram em Messena, estão as ruínas do Convento Franciscano de Nossa Senhora da Piedade, as ruínas do Castelo Medieval, a Torre do Relógio e algumas casas solarengas. Há outros pontos de interesse, como o Fontanário de Alonso Gomes e o Cruzeiro da Independência.
O Museu Etnográfico é outra atração imperdível. No Museu de Messejana, encontram-se algumas preciosidades, nomeadamente: os cântaros usados por Francisco Manuel Bartolomeu (que foi o último aguadeiro de Messejana), uma sala que reconstitui o escritório de Soares Victor (um filho ilustre da terra), a reconstituição de diversas dependências das casas típicas alentejanas, especialmente as cozinhas, a despensa, o quarto de cama e a casa da costura.
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7 – Ouguela
Esta aldeia faz parte da freguesia de São João Batista. Ela integra o concelho de Campo Maior. Ouguela é uma aldeia pequena e apresenta poucos habitantes. Há menos de 100 pessoas a habitar esta aldeia!
O castelo de Ouguela é considerado o ex-libris da aldeia, uma atração local imperdível. Esta fortaleza tem muita história. O castelo é uma construção datada de 1300. Esta edificação serviu como uma das praças-fortes que defendia o Alto Alentejo das invasões castelhanas.
Ao longo da história, o castelo de Ouguela serviu de palco para diversas batalhas. Esta fortaleza esteve envolvida em diversos momentos históricos relevantes, nomeadamente na Guerra da Restauração, na Guerra da Sucessão Espanhola e na Guerra das Laranjas.
Visitar a aldeia Ouguela representa assim uma experiência incrível, relaxante, fascinante. Nesta aldeia, pode encontrar-se o refúgio perfeito para uma escapadinha de sonhos, viver dias tranquilos e fugir da agitação das grandes cidades. Não faltam encantos nesta aldeia. Explore toda a sua riqueza.
8 – Santa Clara-a-Velha
A freguesia Santa Clara-a-Velha foi integrada no concelho de Odemira no início do século XIX. Anteriormente, ela pertencia ao concelho de Ourique. Santa Clara-a-Velha chegou a integrar os vastos domínios da Ordem de Santiago de Espada.
A povoação de Santa Clara-a-Velha cresceu junto às terras férteis do vale do rio Mira. A sua paisagem predominante é a serra.
A aldeia Santa Clara-a-Velha merece uma visita atenta e demorada. Ela destaca-se pelo seu encanto, sendo branca e florida. Esta aldeia desenvolveu-se à sombra da igreja de Santa Clara de Assis, mantendo o seu caráter rural.
A fonte do Azinhal, uma construção datada de 1892 (e que foi restaurada em 1995), é uma atração local. Junto a esta construção encontra-se um parque de merendas aprazível, perfeito para momentos de convívio.
A barragem de Santa Clara, que se encontra a meros 4 quilómetros da sede de freguesia, revela-se outra atração a não perder. Esta barragem foi mandada construir pelo Estado Novo.
A albufeira estende-se por uma área de 1986 hectares. É uma das maiores da Europa. O espelho de água de Santa Clara é visto como um dos maiores pontos de interesse turístico do concelho de Odemira.
Realizar um passeio por este lago gigante é uma experiência incrível, que nos permite constatar os seus diversos encantos, conhecer os seus inúmeros recantos, os ilhéus e a paisagem de floresta como envolvência.
A Igreja de Santa Clara de Assis é outra atração. A construção deste templo data da primeira metade do século XVI. No século XVII, foi colocado o altar lateral. No século XVIII, foram colocados os altares de talha dourada e policromada.
A Igreja de Santa Clara de Assis apresenta uma arquitetura religiosa manuelina, barroca, vernácula. Esta construção enquadra-se na tipologia utilizada pela Ordem de Santiago de Espada, à qual este edifício religioso pertenceu.
A Ponte de Dona Maria é outro ponto de interesse. Esta ponte foi construída no século XVIII. Localmente, esta construção é conhecida como ponte romana por se encontrar perto de uma via romana que permitia ligar Beja ao Algarve e cujos vestígios perduram até hoje.
A Ponte de Dona Maria recebeu uma intervenção em meados do século XX que provocou uma derrocada parcial. Esta ponte foi alvo de obras de valorização em 2004.