Em mapas antigos, é possível confirmar a presença de aldeias e vilas portuguesas desaparecidas! Conheça 8 aldeias portuguesas que já não existem.
O tempo passa e tudo vai mudando, o que hoje se forma, amanhã é destruído e desaparece. Os mapas de hoje são bem distintos dos mapas de antigamente. Várias são as aldeias e vilas que existiram noutros mapas e que simplesmente já não existem. Podemos dizer que foram varridas do mapa.
O seu desaparecimento pode ter diferentes razões. Há aldeias que foram destruídas para se construírem outras coisas. Há aldeias que foram inundadas, após a construção de barragens, entre outras soluções. Estas mudanças abruptas podem ter sido polémicas, pois as populações nem sempre acharam boa ideia fazer essa saída.
O processo nem sempre foi fácil, nem pacífico. Contudo, atualmente, não passam de memórias de outros tempos. Certo é que aldeias e vilas que outrora serviram de morada para centenas de pessoas, atualmente já não servem de morada para ninguém, a não ser para os peixinhos…
8 aldeias portuguesas que já não existem
- Monforte de Rio Livre
- Vilar da Amoreira
- Faia
- Vilarinho da Furna
- Foz do Dão
- Barca do Bispo
- Breda
- Aldeia da Luz
- Aceredo (Espanha)
1 – Monforte de Rio Livre
Monforte de Rio Livre era uma vila que teve foral em 1273 e que chegou a ser sede de concelho de Portugal. Esta vila esteve presente onde agora se encontra a freguesia de Águas Frias, Chaves. No entanto, o concelho Monforte de Rio Livre foi extinto no dia 6 de novembro de 1853.
2 – Vilar da Amoreira
Esta localidade pertencia à freguesia de Portela do Fojo e encontrava-se no concelho de Pampilhosa da Serra. Com o encerramento das comportas da barragem do Cabril (no rio Zêzere), em fevereiro de 1954, Vilar da Amoreira viu o seu destino ser traçado.
Desta forma, uma das aldeias mais pitorescas da zona conheceu o seu fim. A barragem do Cabril é uma das maiores barragens portuguesas. Esta barragem dá origem a uma das maiores reservas de água doce de Portugal.
3 – Faia
Esta aldeia desapareceu na década de 1960. O fim da aldeia da Faia foi ditado pelas águas do rio Távora. Após a barragem do Vilar ter sido construída, a aldeia foi varrida do mapa. A população teve de abandonar o local, o que levou ao nascimento de uma nova aldeia.
Ao fazer a deslocação das margens para o monte, a população ficou mais longe do leito do rio e assegurou a sua sobrevivência. Foi nesse terreno que encontrou novas parcelas para cultivar e construir.
O Centro Interpretativo foi construído em 2013 e tem como objetivo perpetuar as memórias da antiga povoação e recordar as suas vivências. Este espaço museológico revela como era a aldeia da Faia antes e depois da construção da barragem do Vilar.
O Centro Interpretativo é um espaço que serve de encontro com a memória e permite a partilha da história desta aldeia que se encontra submersa.
4 – Vilarinho da Furna
Esta aldeia será uma das mais famosas que teve o mesmo destino de todas as outras, desapareceu.
Vilarinho da Furna encontra-se presente no sopé da Serra Amarela, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. Pouco resta de Vilarinho da Furna, como também é conhecida esta aldeia submersa.
Atualmente, a aldeia encontra-se escondida sob as águas do rio Homem. As águas deste rio engoliram Vilarinho da Furna, em 1971. O seu desaparecimento deve-se à construção da barragem local.
5 – Foz do Dão
Foz do Dão era uma antiga aldeia da freguesia de Óvoa, em Santa Comba Dão, que desapareceu do mapa quando se construiu a barragem da Aguieira, a qual entrou em funcionamento, em 1981.
Após a submersão da aldeia, os seus habitantes foram realojados na aldeia da Nova Foz do Dão. Esta aldeia era a única na freguesia de Óvoa que tinha igreja e cemitério, daí a sua importância para a população.
De entre o antigo património, destacava-se também a Ponte Salazar, em arco, inaugurada na década de 1930, atravessada pela Estrada Nacional 2. Existe ainda uma pequena ilha com vegetação, junto ao local onde se situava a aldeia a que se dá o nome de Foz do Dão.
Quando o nível de água da albufeira está baixo, as ruínas de um jazigo do cemitério novo, que ficava num plano mais elevado, são os únicos vestígios visíveis.
6 – Barca do Bispo
Da aldeia de Barca do Bispo pouco se sabe. Esta aldeia ficou inundada em 1955. Um fim que se deveu à construção da barragem da Bouçã. As águas do rio Zêzere trataram de submergir esta aldeia sobre a qual existe pouca informação.
José Gaspar Domingues autor da obra “Castelo – A Terra e suas Gentes” deixou-nos algumas palavras sobre esta aldeia. Na sua monografia, José Gaspar descreve: “(era um) aldeamento situado na margem esquerda do rio Zêzere, numa zona de extenso areal, onde grande parte da população do concelho da Sertã ia a banhos, tanto mais que um enorme açude fora construído no leito do rio. Na margem existia um moinho e uma casa pertença do prelado, assim como uma enorme embarcação que transportava pessoas e animais para a outra margem”.
7 – Breda
A aldeia de Breda chegou a ter 19 casas e 66 habitantes. Breda encontrava-se presente na freguesia de Sobral, em Mortágua. Esta aldeia foi sendo abandonada com as pessoas a irem à procura de uma vida melhor.
Em finais da década de 1970, já se encontrava totalmente abandonada. Por isso, não houve grandes problemas quando a aldeia ficou submersa em 1980. Antes de desaparecer do mapa, procedeu-se primeiro a uma operação. A maior parte das casas e estruturas foi demolida.
Quando a água da albufeira desce para níveis mais baixos, ainda é possível confirmar o estado da aldeia, da qual apenas existem restos de paredes e muros.
8 – Aldeia da Luz
A vida dos habitantes desta aldeia nunca mais foi a mesma depois do dia 16 de novembro de 2002. Esta aldeia que estava presente no concelho de Mourão (no Alentejo) conheceu o seu fim. O final deveu-se às águas do rio Guadiana. A aldeia ficou submersa, mas a população tinha sido movida para uma nova aldeia que tinha sido inaugurada com a devida antecedência.
9 – Aceredo (Espanha)
Aceredo era uma pequena aldeia presente na Galiza, que contava com cerca de 40 casas e apenas tinha uma centena de habitantes. Esta não é uma aldeia portuguesa. No entanto, Aceredo ficou submersa devido a Portugal.
Foi devido à construção da barragem do Alto-Lindoso, em Ponte da Barca, que Aceredo conheceu o seu fim. O momento ocorreu no ano de 1992 e levou a que os habitantes desta aldeia se tivessem de despedir das suas casas.