Conheça o que a revista espanhola Condé Nast Traveler disse sobre alguns dos melhores queijos de Portugal.
A Condé Nast Traveller é uma revista internacional famosa. Esta revista tem grande reputação na área das viagens. A Condé Nast Traveller ajuda viajantes de todo o mundo a escolherem destinos de férias memoráveis, além de dar dicas preciosas sobre diversos países.
Esta revista publicou um artigo que dá a conhecer queijos portugueses de grande qualidade. Conheça o que a revista espanhola Condé Nast Traveler disse sobre os melhores queijos de Portugal.
7 dos melhores queijos de Portugal, segundo a Traveler
A Fonte
A Condé Nast Traveller defendeu no artigo “Portugal: La clave de la felicidad en 7 quesos” que a gastronomia portuguesa joga sempre na primeira divisão. Além disso, referiu que “os seus queijos querem juntar-se a essa liga.”
Queijos portugueses
A gastronomia portuguesa é frequentemente reduzida a bacalhau e pastéis de Belém. Esta é a conclusão tirada pelo jornalista David Díaz, autor do artigo. No entanto, David destaca que é por falta de atenção.
O autor do artigo da revista Condé Nast Traveler destaca refeições como “arroz com polvo ou lulas, os carapaus do Alentejo que poderiam muito bem ressuscitar os mortos.” Contudo, no artigo também é defendido que o nosso país é uma nação de queijos muito bons.
Apesar da sua grande tradição de queijos, os queijos de Portugal não têm a fala internacional que estes produtos merecem. Todos os amantes de queijos irão viver experiências imperdíveis.
7 queijos de Portugal elogiados pela Condé Nast Traveller!
1 – Queijo de Azeitão
Este é um dos queijos de referência no panorama gastronómico de Portugal. Há quase dois séculos na história da produção deste queijo. Existem provas que fazem assegurar essa antiguidade.
Tudo terá começado quando um pastor originário de Monsanto decidiu instalar-se em Azeitão. Este pastor trouxe consigo as suas ovelhas bordaleiras. Foi nesta terra que ele começou a fazer este tipo de queijo, tal como era feito na sua região de origem.
Foi nesta terra que ele deu origem a um queijo tipo bolo de pequenas dimensões (este queijo pesa pouco mais de 250 gramas). Para se fazer o Queijo de Azeitão, é necessário um tempo de maturação que fica entre 40 e 60 dias.
Este é um queijo cru de leite de ovelha muito cremoso. O Queijo de Azeitão apresenta um sabor forte e um pouco picante. Este queijo pode ser comido espalhado ou em pedaços, nomeadamente se estiver muito frio.
A casca deste queijo fica, geralmente, coberta com mofo. No entanto, segundo David, “eles (os portugueses) sempre raspam para que seja perfeitamente comestível.”
O Queijo de Azeitão tem a sua própria Denominação de Origem Protegida. Algumas queijarias acumulam dezenas de prémios ano após ano, incluindo algumas medalhas de ouro dos World Cheese Awards.
A Queijos Santiago, localizada na Malveira, serve de exemplo de uma queijaria de sucesso.
2 – Queijo Serra da Estrela
A origem deste queijo remonta aos tempos romanos. O queijo da Serra da Estrela é o mais antigo de Portugal. Este é também um dos queijos portugueses mais reconhecidos. A primeira queijaria a ser documentada data do século XIII. Esta queijaria situava-se na Serra da Estrela, mais precisamente no concelho de Celorico da Beira.
Este queijo é produzido na região da Beira Interior e em Celorico da Beira. O Queijo da Serra da Estrela tem a sua própria ‘catedral’ do queijo. Encontra-se naquilo a que chamam o Solar do Queijo. Este espaço é um verdadeiro museu do Queijo da Serra da Estrela. Neste museu, é possível fazer um passeio pela história desta iguaria.
No artigo de David, é ainda feita uma comparação com um queijo espanhol “Embora seja muito semelhante à nossa Torta del Casar (geograficamente eles são vizinhos) é um queijo mais compacto, com muita personalidade, mais macio que o Torta del Casar e com um toque mais pronunciado de acidez.”
3 – Queijo Terrincho
Este peculiar queijo branco é feito na região de Trás-os-Montes. Nesta região, a ovelha terrincha pasta livremente nos prados verdes alentejanos que restam neste recanto português.
O leite desta ovelha terrincha é essencial para a produção deste queijo cujo processo de cura é artesanal. Este queijo tem um período de cura que chega aos três meses, dando origem ao que é identificado como Queijo Velho.
O resultado deste processo é delicioso. Trata-se de um queijo com um sabor vibrante. Este queijo combina com quase tudo. As suas qualidades particulares fizeram com que ele merecesse a sua própria Denominação de Origem Protegida, algo que acontece desde 1996. Uma das variedades mais conhecidas deste queijo é o Terrincho curado de centeio.
4 – Queijo de Évora
Este queijo feito em Évora será um dos favoritos de todos os que são amantes de emoções fortes. Conquistará logo com a primeira mordida. Para se fazer este queijo alentejano, é necessário usar leite de ovelha merino cru e coalho vegetal.
O tamanho deste queijo pode ser bastante pequeno, mas o seu sabor é grande. Geralmente, este queijo pesa cerca de 150 gramas.
O processo de maturação e envelhecimento deste queijo pode estender-se por mais de um ano. Este processo faz com que a casca fique amarela e que o Queijo de Évora apresente uma textura bastante compacta.
O sabor do queijo de Évora é picante e muito intenso. Por isso, este queijo é perfeito para qualquer aperitivo salgado que anteceda um cozido alentejano. Este queijo não é o tipo de queijo que seja do agrado de todos. Trata-se de um queijo que é um pouco salgado.
5 – Queijo Rabaçal
Queijo Rabaçal é considerado uma das joias de Coimbra. Este queijo é produzido muito perto da cidade dos estudantes, no Rabaçal, mais precisamente. Esta é uma terra com muitos prados.
Noutros tempos, este local foi um complexo residencial romano. Há cerca de dois séculos, as pequenas queijarias desta região fabricavam um queijo especial. O Queijo Rabaçal é feito com uma mistura de leite de ovelha com uma pequena porção de leite de cabra.
Este queijo é ligeiramente amanteigado e apresenta no paladar um toque picante que torna o Queijo Rabaçal num produto irresistível. O toque picante do Queijo Rabaçal deve-se à erva Santa María. Trata-se de um aromático selvagem que cresce neste lugar. O cheiro desta erva lembra-nos o cheiro de tomilho.
O Queijo Rabaçal encontra-se em qualquer restaurante de Coimbra que se preze. Este queijo harmoniza muito bem com os vinhos verdes portugueses. Por isso, este queijo é uma aposta segura.
Leia também:
6 – Queijo de São Jorge
Segundo o autor deste artigo da revista Condé Nast Traveler, “Portugal é um país de queijo de ovelha e por vezes de queijo de cabra, mas se viajarmos para os Açores encontramos um queijo de vaca sideral”. David refere-se ao Queijo de São Jorge.
Este queijo é feito na ilha de São Jorge. A origem deste queijo remonta ao século XV. Portanto, é feito desde o início da colonização, praticamente.
O Queijo de São Jorge necessita de uma maturação não muito superior a dois meses. No artigo da revista, surge ainda uma comparação. Segundo David, “há quem consiga desenhar uma semelhança com o cheddar amarelo, mas a realidade é que este magnífico queijo tem muito mais nuances, como a sua comichão e salinidade.”
Este é um queijo muito saboroso. As pessoas da terra atribuem às pastagens da ilha a razão para o Queijo de São Jorge apresentar esse sabor peculiar. O leite deste queijo vem de vacas que pastam livremente. A consistência firme deste queijo torna-o num produto perfeito para comer com torradas e frutas.
Além disso, os Açores têm outro queijo de qualidade feito na ilha do Pico. Nesta ilha, também fazem o seu próprio queijo. Ele é designado como queijo do Pico e também é merecedor de elogios.
7 – Queijo de Serpa
O Queijo de Serpa encontra-se na parte do Baixo Alentejo, entre planícies e vestígios romanos. Este queijo é feito com leite de ovelha. O cheiro deste queijo de ovelha é forte e intenso.
Para se conseguir uma filtragem perfeita da coalhada, na preparação deste queijo são usados panos de lã dobrados até 40 vezes. Segundo David, no momento da produção do queijo, são realizados “quatro movimentos relacionados às crenças religiosas da área, são usados para cortar a coalhada, de modo que essa tradição artesanal do queijo se torna um ritual.”
O Queijo de Serpa é muito peculiar, sendo até possível reconhecer este queijo pelo seu cheiro e pelo pano que o cobre. É bastante comum encontrar o Queijo de Serpa nos petiscos e pequenos-almoços que são servidos nos hotéis chiques do Algarve.
Em Portugal, existem muito mais queijos do que os que aqui foram mencionados. Muitos desses queijos apresentam a sua Denominação de Origem Protegida a nível europeu. David Díaz recomenda que se explore a riqueza dos nossos queijos, defendendo: “Tendo em conta que os portugueses costumam fazer queijos num formato bastante pequeno, já poderá ter uma ligeira ideia de quantos pode trazer para casa no seu regresso. Bom apetite!”