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Início Língua Portuguesa

4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

(Re)leia alguns poemas deste escritor que antecipou o Modernismo em Portugal. São 4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde.

Teresa Santos Por Teresa Santos
02/11/2019
em Língua Portuguesa, Poemas e Poesia
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poemas de Cesário Verde

4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

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(Re)leia alguns poemas deste escritor que antecipou o Modernismo em Portugal. São 4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde.

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José Joaquim Cesário Verde nasceu em 1855, em Lisboa, e morreu tuberculoso em 1886, na mesma cidade que o viu nascer. Tendo desaparecido muito jovem, com apenas 31 anos, Cesário dedicou grande parte da sua vida à literatura, embora tenha também trabalhado em negócios familiares.

Segundo alguns autores, Cesário pertence já à Modernidade, sendo um dos seus primeiros intérpretes. Talvez por apresentar uma linguagem um tanto ou quanto à frente do seu tempo, a obra do poeta não foi reconhecida enquanto viveu, sendo pouco valorizada ou compreendida.

Para muitos, Cesário antecipou o trabalho de muitos nomes do Modernismo, como o de Fernando Pessoa, logo à cabeça.

poemas únicos e marcantes
4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

Eu que sou feio, sólido, leal

Eu que sou feio, sólido, leal,

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A ti, que és bela, frágil, assustada,

Quero estimar-te, sempre, recatada

Numa existência honesta, de cristal.

 

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Sentado à mesa de um café devasso,

Ao avistar-te, há pouco fraca e loura,

Nesta babel tão velha e corruptora,

Tive tenções de oferecer-te o braço.

 

E, quando socorrestes um miserável,

Eu, que bebia cálices de absinto,

Mandei ir a garrafa, porque sinto

Que me tornas prestante, bom, sudável.

 

«Ela aí vem!» disse eu para os demais;

E pus me a olhar, vexado e suspirando,

O teu corpo que pulsa, alegre e brando,

Na frescura dos linhos matinais.

 

Via-te pela porta envidraçada;

E invejava, – talvez que não o suspeites! –

Esse vestido simples, sem enfeites,

Nessa cintura tenra, imaculada.

…

Soberbo dia! Impunha-me respeito

A limpidez do teu semblante grego;

E uma família, um ninho de sossego,

Desejava beijar o teu peito.

 

Com elegância e sem ostentação,

Atravessavas branca, esbelta e fina,

Uma chusma de padres de batina,

E de altos funcionários da nação.

 

«Mas se a atropela o povo turbulento!

Se fosse, por acaso, ali pisada!»

De repente, parastes embaraçada

Ao pé de um numeroso ajuntamento,

 

E eu, que urdia estes frágeis esbocetos,

Julguei ver, com a vista de poeta,

Um pombinha tímida e quieta

Num bando ameaçador de corvos pretos.

 

E foi, então que eu, homem varonil,

Quis dedicar-te a minha pobre vida,

A ti, que és ténue, dócil, recolhida,

Eu, que sou hábil, prático, viril.

poemas de Cesário Verde
4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

De tarde

Naquele «pic-nic» de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.

 

Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.

 

Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão de ló molhado em malvasia.

 

Mas, todo púrpuro, a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas.

poemas de Cesário Verde
4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

Deslumbramentos

Milady, é perigoso contemplá-la

Quando passa aromática e normal,

Com seu tipo tão nobre e tão de sala,

Com seus gestos de neve e de metal.

 

Sem que nisso a desgoste ou desenfade,

Quantas vezes, senguindo-lhes as passadas,

Eu vejo-a, com real solenidade,

Ir impondo toilettes complicadas!…

 

Em si tudo me atrai como um tesoiro:

O seu ar pensativo e senhoril,

A sua voz que tem um timbre de oiro

E o seu nevado e lúcido perfil!

 

Ah! Como me estonteia e me fascina…

E é, na graça distinta do seu porte,

Como a Moda supérflua e feminina,

E tão alta e serena como a Morte!…

 

Eu ontem encontrei-a, quando vinha,

Britânica, e fazendo-me assombrar;

Grande dama fatal, sempre sozinha,

E com firmeza e música no andar!

 

O seu olhar possui, num jogo ardente,

Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;

Como um florete, fere agudamente,

E afaga como o pêlo dum regalo!

 

Pois bem. Conserve o gelo por esposo,

E mostre, se eu beijar-lhe as brancas mãos,

O modo diplomático e orgulhoso

Que Ana de Áustria mostrava aos cortesãos.

 

E enfim prossiga altiva como a Fama,

Sem sorrisos, dramática, cortante;

Que eu procuro fundir na minha chama

Seu ermo coração, como a um brilhante.

 

Mas cuidado, milady, não se afoite,

Que hão-de acabar os bárbaros reais;

E os povos humilhados, pela noite,

Para a vingança aguçam os punhais.

 

E um dia, ó flor do Luxo, nas estradas,

Sob o cetim do Azul e as andorinhas,

Eu hei-de ver errar, alucinadas,

E arrastando farrapos – as rainhas!

poemas de Cesário Verde
4 únicos e marcantes poemas de Cesário Verde

Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;

Nem posso tolerar os livros mais bizarros.

Incrível! Já fumei três maços de cigarros

Consecutivamente.

 

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:

Tanta depravação nos usos, nos costumes!

Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes

E os ângulos agudos.

 

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora

Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;

Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes

E engoma para fora.

 

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!

Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.

Lidando sempre! E deve conta à botica!

Mal ganha para sopas…

 

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;

Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,

Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,

Um folhetim de versos.

 

Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta

No fundo da gaveta. O que produz o estudo?

Mais uma redacção, das que elogiam tudo,

Me tem fechado a porta.

 

A crítica segundo o método de Taine

Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa

Muitíssimos papéis inéditos. A Imprensa

Vale um desdém solene.

 

Com raras excepções, merece-me o epigrama.

Deu meia-noite; e a paz pela calçada abaixo,

Um sol-e-dó. Chovisca. O populacho

Diverte-se na lama.

 

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,

Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.

Independente! Só por isso os jornalistas

Me negam as colunas.

 

Receiam que o assinante ingénuo os abandone,

Se forem publicar tais coisas, tais autores.

Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores

Deliram por Zaccone.

 

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,

Obtém dinheiro, arranja a sua “coterie”;

E a mim, não há questão que mais me contrarie

Do que escrever em prosa.

 

A adulaçãao repugna aos sentimento finos;

Eu raramente falo aos nossos literatos,

E apuro-me em lançar originais e exactos,

Os meus alexandrinos…

 

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!

Ignora que a asfixia a combustão das brasas,

Não foge do estendal que lhe humedece as casas,

E fina-se ao desprezo!

 

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.

Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,

Oiço-a cantarolar uma canção plangente

Duma opereta nova!

 

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.

Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,

Conseguirei reler essas antigas rimas,

Impressas em volume?

 

Nas letras eu conheço um campo de manobras;

Emprega-se a “réclame”, a intriga, o anúncio, a “blague”,

E esta poesia pede um editor que pague

Todas as minhas obras…

 

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?

A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?

Vejo-lhe a luz no quarto. Inda trabalha. É feia…

Que mundo! Coitadinha!

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Etiquetas: cesário verdepoesia
Teresa Santos

Teresa Santos

Com formação em Humanidades, tem na investigação e na escrita a sua principal atividade. (exclusivamente responsável pelo conteúdo textual).

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