Conduzir numa rotunda parece simples, mas há um detalhe que muitos condutores continuam a ignorar — e que pode custar até 300 euros de multa. A lei portuguesa é clara: é obrigatório usar o pisca direito ao sair de uma rotunda, mesmo quando não há outros veículos por perto. Este gesto, que deveria ser instintivo, é muitas vezes esquecido, mas a sua importância vai muito além da multa. É uma questão de segurança, civismo e respeito pelas regras de trânsito.
Um hábito que muitos desvalorizam
Em Portugal, o uso do pisca ao sair da rotunda é um dos erros mais comuns entre condutores experientes. Muitos consideram desnecessário sinalizar quando a estrada parece livre, mas é precisamente esse descuido que pode causar travagens bruscas, confusões e colisões evitáveis.
Ao indicar a manobra, quem segue atrás ou aguarda para entrar consegue antecipar intenções e agir em conformidade. Não é apenas um ato mecânico — é comunicação entre condutores e um elemento vital da segurança rodoviária.
O que diz o Código da Estrada
A legislação é inequívoca. O artigo 21.º do Código da Estrada determina que todas as manobras, incluindo a saída das rotundas, devem ser sinalizadas com antecedência suficiente e o sinal deve manter-se até a manobra terminar.
Já o artigo 14.º-A especifica as regras de circulação dentro das rotundas, reforçando a obrigatoriedade de indicar a saída com o pisca direito.
Na prática, a regra resume-se a isto:
- Pisca à direita ao sair da rotunda;
- Pisca correspondente sempre que há mudança de via dentro da rotunda.
Cumprir esta norma não é apenas cumprir a lei — é agir com responsabilidade e prever o comportamento dos outros para evitar surpresas desagradáveis.
Multas que podem chegar aos 300 euros
Ignorar o pisca pode sair caro. O artigo 21.º, n.º 3, do Código da Estrada prevê uma coima entre 60 e 300 euros por falta de sinalização adequada.
É uma contraordenação leve, mas pode ganhar gravidade se for associada a outras infrações, como manobras perigosas ou desrespeito pela prioridade. Para muitos condutores, é uma multa fácil de evitar — basta um simples movimento de mão que demonstra prudência e civismo.
Como sinalizar corretamente
A saída correta de uma rotunda depende da faixa utilizada e da saída pretendida:
- Primeira saída: o condutor deve circular pela faixa da direita e acionar o pisca antes de sair;
- Saídas seguintes: deve usar a via interior, deslocar-se gradualmente para a direita após a saída anterior à desejada e só então acionar o pisca direito.
Estes pequenos gestos facilitam a circulação e reduzem drasticamente o risco de acidentes, especialmente em rotundas movimentadas.
E o pisca à esquerda?
Muitos condutores acreditam, erradamente, que é obrigatório usar o pisca à esquerda enquanto se circula dentro da rotunda. No entanto, o Código da Estrada não exige esse comportamento. O pisca deve ser usado apenas para indicar saídas ou mudanças de via. Acionar o pisca à esquerda durante toda a circulação pode gerar confusão entre os restantes condutores, tornando o trânsito menos previsível e mais propenso a erros.
Mesmo sem trânsito, a regra mantém-se
O uso do pisca é obrigatório mesmo quando a rotunda está vazia. A lei não depende do número de carros na estrada, mas sim da necessidade de criar hábitos consistentes de segurança.
De acordo com o Postal, este princípio garante uniformidade de comportamentos, permitindo que cada condutor saiba o que esperar dos outros — em qualquer hora do dia, em qualquer cidade, em qualquer rotunda.
Um gesto simples que evita problemas
Usar o pisca é mais do que uma obrigação legal: é um ato de cortesia e de consciência cívica. Sinalizar a saída da rotunda é contribuir para estradas mais seguras, previsíveis e harmoniosas. É um gesto rápido, quase automático, mas que pode salvar vidas e evitar acidentes.
Cumprir esta regra é respeitar os outros, proteger-se a si próprio e reforçar a cultura de segurança nas estradas portuguesas. Porque conduzir bem não é apenas saber manobrar — é saber comunicar, antecipar e respeitar.