Existem alguns lugares portugueses que estão associados a momentos históricos emblemáticos. Confira 12 lugares que marcaram a História de Portugal!
Portugal conta uma história de quase 900 anos. Trata-se mesmo de um dos países mais antigos da Europa. A história do nosso país inicia com a fundação do Reino de Portugal, algo que remonta ao ano de 1139.
Portugal surgiu a partir do Condado Portucalense, nascido entre os rios Minho e Douro. No ano de 1297, deu-se a estabilização das fronteiras portuguesas, um momento que permite que Portugal se apresente como o país europeu com as fronteiras mais antigas.
Ao longo da nossa longa história, muitos locais serviram de palco para momentos extremamente importantes. No presente artigo do NCultura, iremos destacar lugares que tiverem um grande peso no percurso histórico do nosso país.
12 lugares que marcaram a História de Portugal
1 – Angra do Heroísmo, capital do movimento liberal
Angra do Heroísmo pode ser considerada a capital do movimento liberal, fruto da história rica desta cidade. No ano de 1534, Angra do Heroísmo tornou-se na primeira povoação, presente no arquipélago dos Açores, a ser elevada à condição de cidade.
Foram várias as razões que contribuíram para o progresso de Angra do Heroísmo. A importância do porto de Angra do Heroísmo foi vital. Servia como escala da chamada Carreira da Índia, por isso este porto esteve centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações que se encontravam carregadas de mercadorias e de valores.
A cidade teve um papel importante em 1580, durante a crise de sucessão. Angra do Heroísmo impôs a sua posição, apoiando D. António (Prior do Crato). A cidade resistiu ao domínio castelhano. D. António estabeleceu aqui o seu governo, entre de agosto de 1580 a agosto de 1582.
Angra do Heroísmo tornou-se no centro do movimento liberal do país no século XIX. Esta cidade abraçou a causa constitucional. Foi em Angra do Heroísmo que se estabeleceu a Junta Provisória, no ano de 1828. Foi estabelecida em nome de D. Maria II de Portugal.
Angra do Heroísmo até foi nomeada capital do reino. Almeida Garrett encontrou refúgio nesta cidade durante a Guerra Peninsular. A rainha D. Maria II encontrou refúgio em Angra do Heroísmo entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa.
2 – Braga, a cidade dos Arcebispos
Braga é conhecida como a cidade dos Arcebispos. O território que hoje conhecemos como Braga é anterior ao reino português. Antes dos romanos terem invadido a Península Ibérica, já vivia por aqui a tribo dos brácaros. O imperador César Augusto decidiu rebatizar a região quando conquistou este território e designou esta terra como Bracara Augusta.
Esta cidade tornou-se na capital política e intelectual do Reino Suevo, após a conquista do Império Romano. Ele abarcava a Galiza e prolongava-se até ao rio Tejo. Posteriormente, este território foi dominado pelos godos, algo que se manteve durante mais de três séculos.
Os mouros conquistaram esta cidade em 715. No entanto, foi por pouco tempo. Os mouros renderam-se ao poderio de D. Afonso III, rei de Leão. Nessa época, Braga foi oferecida por Afonso VI de Castela, à sua filha D. Teresa, como dote no seu casamento com D. Henrique de Borgonha, Conde de Portugal.
Braga foi uma das primeiras cidades europeias convertidas ao Cristianismo. A história desta cidade encontra-se associada à história do Cristianismo em Portugal. Foi a partir da cidade dos Arcebispos que o Clero conseguiu controlar grande parte das atividades que ocorriam em Portugal.
Esta é a terceira maior cidade do país. Braga contribuiu para o crescimento económico de Portugal de forma decisiva, concentrando na sua cidade grande parte da indústria exportadora de Portugal.
3 – Chaves, cidade defensiva
Os romanos instalaram-se no território que conhecemos como Chaves durante a invasão romana na Península Ibérica. Eles ficaram instalados no vale do rio Tâmega, mais precisamente no local onde atualmente a cidade de Chaves se ergue.
Os romanos construíram fortificações pela periferia. No entanto, aproveitaram alguns dos castros já existentes. Este território foi um centro romano importante. Chaves foi uma cidade defensiva. Esta cidade viu serem erguidas muralhas com o propósito de assegurar a defesa da população.
A ponte de Trajano é uma herança desse tempo. Ela permite a travessia do rio. Os romanos fomentaram a utilização das águas quentes minero-medicinais. Este povo implantou nesta terra balneários termais. Os romanos exploraram ainda minérios e outros recursos naturais.
Os suevos também passaram por Chaves, além de outros povos, tais como visigodos e alanos. Estes eram povos oriundos do leste europeu. Estes povos puseram termo à colonização romana. Outros povos que passaram por esta cidade foram os mouros, provenientes do norte de África.
Chaves passou a integrar o país por volta de 1160. A localização de Chaves dava-lhe importância estratégia. No entanto, implica também que se tornasse numa terra vulnerável. Chaves era uma cidade fronteiriça. Portanto, estava frequentemente sujeita a ataques de invasores. D. Dinis mandou levantar o castelo e as muralhas como medida de proteção.
No dia 6 de julho de 1912, Chaves travou um combate que resultou no fim da segunda incursão monárquica. Houve uma batalha entre as forças monárquicas de Paiva Couceiro e as do governo republicano.
Existe a crença de alguns historiadores que tenha sido na cidade de Chaves que o primeiro livro em língua portuguesa tenha sido impresso. O momento terá ocorrido em 1488 e tratou-se de uma versão portuguesa da obra Sacramental de Clemente Sánchez de Vercial. Ainda em Chaves, o Tratado de Confissom (trata-se de um manual instrutório do clero) foi impresso em 1489.
4 – Coimbra, a cidade dos estudantes
Esta cidade tem uma história fascinante. Coimbra é conhecida como a cidade dos estudantes. É inegável que esta cidade tenha tido uma importância enorme na História de Portugal.
Esta cidade tem a primeira universidade do país e mesmo uma das mais antigas da Europa! Pensar nas personalidades ilustres que foram formadas desde a origem desta universidade permite-nos constatar parte da importância de Coimbra para Portugal. Esta cidade viu nascer seis reis de Portugal. Portanto, o seu contributo foi diversificado.
Coimbra é uma cidade encantadora. As suas ruas estreitas, os seus pátios, as escadinhas e os arcos medievais tornam esta cidade num destino maravilhoso. O conde D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, fizeram de Coimbra a sua residência, ainda na altura do Condado Portucalense.
Mais tarde, em 1129, o Conquistador torna-a capital do reino. D. Afonso Henriques substituiu Guimarães e colocou Coimbra nesse papel. A cidade de Coimbra foi capital até 1255, sendo Lisboa a sua sucessora.
Esta cidade deslumbrante apresentava já uma estrutura urbana no século XII. Na época, encontrava-se dividida entre a cidade alta e a baixa. Na primeira, viviam os aristocratas e os clérigos. Posteriormente, foram os estudantes a habitar este espaço geográfico. A parte baixa era a zona para o comércio, o artesanato e os bairros ribeirinhos populares.
A história da cidade passa a girar em torno da Universidade de Coimbra a partir de meados do século XVI, espaço onde surgem diversos movimentos estudantis com diferentes motivações, de cariz político, cultural e social.
Coimbra viveu tempos difíceis na primeira metade do século XIX. Durante as invasões francesas, a cidade foi ocupada pelas tropas de Junot e Massena. Posteriormente, a extinção das ordens religiosas também causou abalos na cidade.
A universidade deu início a vários projetos que mantiveram a sua utilidade, pois resistiram ao tempo e encontram-se atualmente em plena atividade, como acontece com o Orfeon Académico de Coimbra, cuja origem remonta ao ano de 1880. Trata-se do mais antigo coro do país.
A Associação Académica de Coimbra surgiu em 1887, mantendo hoje a mesma vitalidade. A Tuna Académica da Universidade de Coimbra, com origem em 1888, continua a espalhar o seu amor pela música, pela vida académica. O Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) foi fundado no ano de 1938. Trata-se do grupo de teatro universitário mais antigo da Europa que se manteve em atividade contínua.
5 – Covilhã, terra de exploradores
A Covilhã tem uma história rica a fascinante. A sua origem remonta aos tempos da romanização da Península Ibérica. A Covilhã chegou a servir como abrigo de pastores lusitanos e depois como fortaleza romana.
Mais tarde, em 1186, mais precisamente, D. Sancho I mandou erguer as muralhas do seu primitivo castelo. Ele concedeu foral de vila à Covilhã. Posteriormente, coube a D. Dinis ser o responsável por outro elemento importante para a Covilhã. Ele mandou construir as muralhas do admirável bairro medieval das Portas do Sol.
Na Idade Média, o crescimento da Covilhã era notório. Tinha-se tornado numa das principais vilas do reino. A cidade da Covilhã é conhecida como a terra de exploradores, um epíteto que se deve a ter servido de berço ao surgimento de grandes figuras que tiveram um papel determinante na Era mais importante da história de Portugal. Muitos dos exploradores que tiverem papéis a desempenhar nos grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI eram naturais da cidade ou dos arredores.
Várias personalidades que participaram em viagens de exploração emblemáticas eram da Covilhã. Pessoas da Covilhã participaram nas viagens realizadas no oceano Atlântico, outras participaram na viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia. Também houve pessoas da Covilhã a participar na chegada à América e ao Brasil e até na primeira viagem de circum-navegação da Terra.
Foi por vontade do rei D. Luís I que a Covilhã foi elevada à condição de cidade. Esse momento histórico aconteceu no dia 20 de outubro de 1870. A condição de cidade foi um prémio por via da Covilhã ter sido “uma das villas mais importantes do reino pela sua população e riqueza”.
Na época, a Covilha encontrava-se em plena expansão populacional. O setor económico da Covilhã apresentava um crescimento acentuado, devido ao papel de relevo de vários setores: na agricultura, na pastorícia, na fruticultura e na floresta. Esta cidade é um dos principais centros de lanifícios europeus há 800 anos.
6 – Elvas, cidade-fortaleza
Os primeiros povoadores de Elvas terão sido os godos e os celtas. Posteriormente, foram os árabes a conquistar Elvas. Fizeram-no em 714 e existem várias marcas na cidade que perduraram até aos nossos dias e que nos permitem assegurar a sua presença.
Mais tarde, em 1166, mais precisamente, Elvas foi conquistada aos mouros pela primeira vez, feito conseguido no reinado de D. Afonso Henriques. Posteriormente, Elvas foi reconquistada pelos muçulmanos. No entanto, acabou por ser reconquistada. É já com D. Sancho II, em 1229, que Elvas é integrada no território português.
Elvas é conhecida como a cidade-fortaleza. Uma visita a Elvas e facilmente se percebe a razão. As linhas de muralhas de Elvas e o forte de Santa Luzia tiveram um importante papel no dia 4 de janeiro de 1659. O seu papel defensivo foi vital para o desfecho da Guerra da Restauração, na Batalha das Linhas de Elvas.
Ao longo do mês, Elvas esteve cercada pelas forças castelhanas. Os espanhóis tinham a esperança de tomar Elvas em seu poder. Contudo, um exército de socorro surpreendeu-os e eles não tiveram outra solução senão bater em retirada.
7 – Guimarães, o berço da nação
Esta cidade é considerada o berço da nação. Foi nesta cidade que tudo começou. A formação da nacionalidade portuguesa tem origem nesta cidade. Os principais acontecimentos políticos e militares de 1128 tiveram lugar em Guimarães. Os acontecimentos que levariam à independência do reino e ao nascimento de uma nova nação surgiram em Guimarães.
Para lembrar a todos os visitantes de Guimarães que se está perante uma cidade de grande importância, está inscrito “Aqui nasceu Portugal” numa das torres da antiga muralha da cidade.
D. Afonso Henriques, O Conquistador, foi o primeiro rei de Portugal. Foi a partir de Guimarães que o rei planeou a conquista de todo o território nacional, conquistado a sul do rio Douro. Posteriormente, a capital do reino foi mudada para Coimbra, uma decisão feita por motivos estratégicos. Mais tarde, a capital passou a ser Lisboa. Apesar dessa alteração, Guimarães não deixou de continuar a desempenhar um papel crucial na História do nosso país.
Guimarães mantém-se como uma cidade icónica. Trata-se de uma das cidades históricas mais importantes de Portugal. O centro histórico de Guimarães foi considerado pela UNESCO como Património Mundial. As ruas e ruelas do centro histórico apresentam-nos monumentos que espelham a magnífica história da cidade, por isso Guimarães tornou-se num dos maiores centros turísticos da região.
8 – Lisboa, a cidade que sobreviveu ao Terramoto
O primeiro nome do território que atualmente é conhecido como Lisboa foi Alis Ubbo (“porto seguro”). Um povoamento fundado pelos Fenícios. Gregos e Cartagineses que passaram a ocupar esse espaço territorial não muito tempo depois. Mais tarde, tornou-se numa cidade Romana.
Os Romanos conquistaram este local, povoaram-no e deram-lhe o nome de Olissipo. Posteriormente, foi-lhe atribuído o estatuto de município. Após a queda do Império Romano, este espaço territorial passou a integrar o reino suevo da Galiza.
No presente artigo, já confirmamos que Guimarães foi a capital do reino até 1129. D. Afonso Henriques substituiu Guimarães por Coimbra, que se manteve como capital até 1255. Nesse momento, passa Lisboa a ser a capital do reino. Foi já com o rei D. Afonso III que esta cidade passou a ser a capital do Reino português. A razão para a mudança teve a ver com a localização privilegiada da cidade. Neste momento da história Lisboa, já se tinha tornado num importante núcleo económico de trocas.
No final do século XIV, começou a expansão marítima que tornou Portugal “no centro do mundo”. O poder e o enriquecimento contínuo de Portugal e da capital portuguesa trouxe várias vantagens para a cidade. O porto de Lisboa era considerado um dos mais importantes do planeta no século XV.
As naus traziam das viagens realizadas produtos muito desejados. Eles eram descarregados nos cais do Porto de Lisboa. Por isso, muitos povos foram atraídos a este local: genoveses, judeus, flamencos e maiorquinos, entre outros.
A cidade de Lisboa teve muitos acontecimentos históricos marcantes, mas nenhum deixou tantas marcas como o Terramoto. Lisboa sobreviveu a um terramoto devastador de forma notável e conseguiu erguer-se de uma forma inacreditável. Muito do mérito está associado a uma pessoa, o Marquês de Pombal.
O dia do terramoto ficou para a história de Portugal. No dia 1 de novembro de 1755, a capital ficou arrasada. O evento trágico destruiu a cidade de Lisboa quase por completo. O terramoto até causou estragos em cidades que se encontravam nas proximidades.
O Marquês de Pombal tornou-se num herói nacional. Nesse contexto extremamente delicado, coube-lhe a responsabilidade de reconstruir a cidade. Este homem conseguiu empreender uma obra de requalificação urbanística surpreendente e notável, conseguindo dar uma nova cara à capital portuguesa.
O Marquês de Pombal recorreu ao ouro proveniente de Minas Gerais. A cidade de Lisboa assumiu um novo traçado geométrico, apresentando agora vias grandes, de estilo clássico.
9 – Porto, a cidade que sobreviveu ao Cerco
A origem do espaço que hoje chamamos de Porto tem uma história bastante antiga. Segundo os historiadores, a origem do centro urbano da cidade portuense remonta à antiga idade do bronze, oito séculos a.C., mais precisamente.
A cidade do Porto está intimamente ligada à origem do nome Portugal. O nome de Portugal surgiu por via do Condado Portucalense. No entanto, este Condado assumiu esse nome devido a Portucale. Esta é uma designação antiga da cidade do Porto. Muitos desconhecem, mas antes deste espaço territorial chamar-se Porto, teve primeiro o nome de Cale, seguindo-se depois o nome Portucale.
Já o ilustre poeta Luís de Camões tinha referido que a cidade do Porto será para sempre lembrada como: “a leal cidade donde teve origem (como é fama) o nome eterno de Portugal”.
Foi na cidade do Porto que nasceu o Infante D. Henrique, no ano de 1394. Portanto, o pai dos Descobrimentos Portugueses é um portuense. A cidade do Porto viveu um acontecimento terrível que teve uma duração superior a um ano. O desafio testou ao máximo a resiliência do povo portuense.
Realizou-se um cerco brutal à cidade entre julho de 1832 e agosto de 1833. Este acontecimento surgiu devido a uma guerra civil que viveu da oposição entre dois irmãos pertencentes à família real, tratou-se de D. Pedro (D. Pedro IV de Portugal e D. Pedro I para o Brasil, o primeiro imperador deste país) e D. Miguel.
A cidade do Porto resistiu heroicamente. A valentia dos portuenses ficou para a história. A cidade tem o coração de D. Pedro IV. Este homem que foi rei em Portugal e Imperador no Brasil fez questão de colocar no seu testamento a doação do próprio coração à cidade do Porto.
Esta doação do seu coração serviu como um agradecimento genuíno, um reconhecimento extremo pela dedicação absoluta dos portuenses, pela lealdade e pelo sacrifício que estes evidenciaram durante o Cerco do Porto.
Além de leal, a cidade do Porto recebeu o epiteto de cidade Invicta. A rainha D. Maria II (filha de D. Pedro IV) fez essa atribuição fruto da entrega dos habitantes desta cidade, da sua inesgotável dedicação e da sua infinita coragem.
10 – Santarém, terra de personalidades ilustres
Esta é uma terra de personalidades ilustres. Ao longo da história, várias pessoas que nasceram ou viveram nesta cidade contribuíram para diversos momentos de grande relevância para o país.
Santarém serviu como um local de encontro de personalidades ilustres. O encontro entre pessoas de vulto fomentaram o surgimento de grandes ideias para diferentes áreas, da ciência náutica às artes e letras.
Pedro Álvares Cabral, o primeiro navegador português a chegar ao Brasil, contactou com diversas pessoas por esta cidade. Luís Vaz de Camões, o poeta lírico que é uma figura incontornável da nossa história, também passou por aqui.
O historiador dos Descobrimentos Fernão Lopes Castanheda foi outra figura relevante. Martim Afonso de Melo, que se tornou no primeiro europeu a chegar à China por mar, também foi influenciado pelos ares desta terra.
11 – Tomar, sede dos Templários
D. Afonso Henriques conquistou a região onde Tomar se encontra aos mouros. O primeiro rei português doou Tomar à Ordem dos Templários, como feudo. D. Gualdim Pais era o Grão-Mestre desta Ordem que exerceu grande influência e poder pelo mundo.
Em 1160, D. Gualdim Pais iniciou a construção do castelo e convento de Tomar. A sede dos Templários em Portugal ficaria aqui localizada. Atualmente, estes monumentos são dos mais populares da região, o ex-libris de Tomar.
Os Templários governavam a partir de Tomar, a sede desta ordem. Por aqui, se ordenavam vastas possessões do centro do Reino de Portugal. A Ordem dos Templários ficava responsável pela defesa do reino. Estavam obrigados a defender Portugal dos ataques oriundos dos mouros, a sul.
Posteriormente, o Infante D. Henrique foi designado Governador da Ordem. Há quem defenda que este momento foi bastante importante e que terá permitido que ele tivesse recursos e conhecimentos que levaram ao sucesso das suas expedições em África e no Atlântico.
A influência da Ordem dos Templários era notória nas embarcações, nas velas das caravelas que partiam nas explorações e eram pintadas com a Cruz da Ordem de Cristo. Já as missões e as igrejas cristãs além-mar mantiveram-se sob jurisdição do Prior de Tomar, até 1514.
A Igreja de Santa Maria do Olival, que sobreviveu até à atualidade, apresenta símbolos místicos Templários. Este templo foi construído como igreja-mãe, uma referência a todas as novas igrejas construídas pelos portugueses no mundo, nos Açores, na Madeira, no Brasil, na Índia e até noutros lugares em África e na Ásia.
12 – Viseu, terra de Viriato
Embora não haja certezas de que tenha realmente nascido em Viseu, não há dúvidas de que se tornou numa figura marcante da cidade. Viriato tornou-se num herói lusitano. Foi um homem que apelou à união dos povos ibéricos contra os romanos num momento crucial da histórica em que os Romanos pretendiam anexar a Península Ibérica ao seu vasto império.
Viriato não impediu que a ocupação romana na península acontecesse, mas adiou-a. Ele ajudou a vencer vários exércitos romanos, por isso ganhou o seu lugar na história. A cidade de Viseu prestou a devida homenagem ao líder dos lusitanos quando criou uma estátua em memória de Viriato.
O território que hoje conhecemos como Viseu foi elevado a diocese no século VI. No século VIII, a cidade de Viseu foi ocupada pelos muçulmanos. Durante a reconquista da península, Viseu foi alvo de ataques e contra-ataques alternados, algo comum na época e que acontecia com a maioria das povoações ibéricas. Os ataques ora eram realizados por cristãos, ora eram realizados por muçulmanos.
Antes da formação do Condado Portucalense, os condes D. Teresa e D. Henrique tiveram Viseu como residência, várias vezes. Eles concederam um foral a Viseu em 1123. O importante historiador Almeida Fernandes defendeu que D. Afonso Henriques (filho do casal) terá nascido a 5 de agosto de 1109, precisamente em Viseu.
No entanto, não existe consenso sobre esta matéria. A data e o local onde terá nascido D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, permanecerá por definir.