Ao longo da nossa história, muitas foram as mulheres portuguesas que demonstraram elevadas qualidades. Descubra 10 das mulheres mais marcantes da História de Portugal. Portugal é um país que conta com quase 900 anos de História. Ao longo deste percurso histórico, foram muito mais enaltecidos os feitos dos homens do que os feitos das mulheres.
Contudo, na nossa História, existiram muitas mulheres a merecer os maiores louvores. D. Teresa é uma delas, Inês de Castro é outra figura feminina que nunca será esquecida, mas há mais…
10 das mulheres mais marcantes da História de Portugal
D. Teresa (1078*-1130)
D. Teresa foi mãe de D. Afonso Henriques. Se este foi o pai da Pátria, será que esse facto faz de D. Teresa a “avó” de Portugal? D. Teresa desempenhou um papel importante na política do seu tempo e a história deu-lhe uma imagem injusta por ter estado do lado “errado”.
Contudo, a filha de Afonso VI, rei de Leão e Castela e imperador da Hispânia, ficou associada uma “lenda negra” e maldosa que visou reduzir a sua importância histórica. A verdade é que D. Teresa demonstrou grande caráter depois de ter perdido D. Henrique, o seu marido.
D. Teresa contribuiu para a prosperidade do condado Portucalense, procurando protagonismo da Reconquista Cristã da Península Ibérica.
* A data mencionada não é certa, havendo quem defenda que o ano de nascimento é 1080.
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Rainha Santa Isabel (1269*-1336)
Foi canonizada pelo Papa Urbano VIII em 1625, tendo sido associada ao milagre das rosas, realizado pela sua homónima tia-avó da Hungria. Aquela que ficou como a Rainha Santa apresentou em vida um importante legado político e social, ficando este alicerçado nas ideias de paz e caridade.
– D. Isabel de Aragão foi importante para a assinatura do Tratado de Alcanizes (1297), pela sua influência conciliadora.
– A Rainha Santa arbitrou o conflito entre Castela e Aragão (1304), em conjunto com D. Dinis, o marido, revelando grande habilidade diplomática.
– Na guerra civil que opôs D. Dinis ao filho de ambos, D. Afonso IV, desempenhou um papel de intermediária.
* A data mencionada não é certa, havendo quem defenda que o ano de nascimento é 1271.
Inês de Castro (1325-1355)
A história de amor entre Pedro e Inês ficará para sempre nos livros de História, pois o desenlace trágico é memorável e comovente. Um amor proibido que inspirou poetas, tornando-se num mito: D. Inês foi rainha depois de morta, depois de ter sido assassinada a pedido do rei, que era pai de D. Pedro…
Deuladeu Martins (figura do século XIV)
A lenda de Deuladeu Martins, a heroína que ficou imortalizada no brasão de Monção, ensina-nos uma importante lição: Deuladeu Martins fez das fraquezas forças e desempenhou um importante papel ao animar a resistência de uma comunidade contra um poderoso inimigo.
Deuladeu foi mulher do capitão-mor da vila minhota e, na ausência do marido, assumiu o comando dos defensores, durante as guerras que colocavam D. Fernando e Henrique II de Castela.
Na segunda metade do século XIV, num momento em que um exército castelhano vindo da Galiza cercou Monção, Deuladeu demonstrou astucia, bravura e resiliência. Numa altura em que a fome apertava, Deuladeu mandou fazer pães que foram cozidos com a última farinha que restava, atirando os mesmos do alto das muralhas para o inimigo. Foi uma jogada brilhante que permitiu enganar o inimigo, pois os castelhanos acreditaram que Monção vivia com fartura e assim o cerco não seria eficaz.
D. Filipa de Lencastre (1360-1415)
D. Filipa de Lencastre obteve uma educação esmerada e, depois de se casar com D. João I, Portugal beneficiou dos seus “perfeitos costumes”, como Fernão Lopes lhes chamou. Os seus filhos foram fortemente influenciados.
D. Leonor (1458-1525)
Foi a fundadora da maior rede de assistência social do país. A rainha D. Leonor foi a Fundadora das Misericórdias, há mais de cinco séculos. Ficou viúva aos 37 anos, tendo ficado o seu irmão D. Manuel I como novo rei.
Foi uma das pessoas mais ricas do país, mas usou a sua fortuna a fundar obras de assistência aos pobres e doentes. Além das Misericórdias, fundou hospitais, albergarias, conventos e igrejas.
D. Filipa de Vilhena (?*-1651)
D. Filipa foi informada da conspiração marcada para 1 de dezembro de 1640. Em defesa da nação, incitou os seus dois filhos a participarem na revolta contra o domínio espanhol. Serviu como exemplo de uma mãe capaz de fazer o sacrifício maior, pois pela liberdade da pátria estava disposta a perder os seus filhos.
D. Filipa entregou as armas a D. Jerónimo de Ataíde e a D. Francisco Coutinho, seus filhos, e exortou-os a lutarem pela restauração da independência de Portugal.
* A data de nascimento é desconhecida.
Marquesa de Alorna (1750-1839)
Esta figura maior da cultura portuguesa conspirou pela liberdade. A Marquesa de Alorna foi exilada. Um exemplo de uma mulher que testemunhou alguns dos acontecimentos mais trágicos da história do país e não se vergou.
A poetisa e escritora não cedeu ao despotismo do Marquês de Pombal, nem à tirania de Pina Manique. Também não se vergou à autoridade do pai ou à vontade do marido e aos caprichos dos amantes.
D. Carlota Joaquina (1775-1830)
A rainha D. Carlota Joaquina tornou-se uma das mulheres mais detestadas da História de Portugal, pela ousadia de desempenhar um papel ativo na política, num mundo por homens dominado.
Como esteve sempre do lado dos vencidos, não teve o reconhecimento merecido. Pior, tentaram dar-lhe uma imagem negativa, de muito feia e ignorante, além de ninfomaníaca, adúltera e fanática.
Ela pretendeu conquistar o poder e não conseguiu. Perdeu em 1805, na “Conspiração dos Fidalgos”, contra o marido; perdeu entre 1808 e 1814, na tentativa de se tornar rainha das colónias espanholas do Rio da Prata, num momento em que o pai (Carlos IV de Espanha) e o irmão (Fernando VII), se encontravam presos por Napoleão; perdeu quando decidiu apostar no filho mais novo, D. Miguel, e na causa absolutista contra os liberais.
Carolina Beatriz Ângelo (1877-1911)
Carolina foi a primeira mulher a praticar cirurgia. A primeira médica a operar fez uma operação sob a orientação de Miguel Bombarda, tendo o acontecimento sido realizado no Hospital de S. José, em Lisboa.
Foi ainda pioneira do feminismo sufragista. Carolina foi a primeira mulher a exercer o direito de voto em Portugal. Em maio de 1911, Carolina requereu a inscrição como eleitora para a Assembleia Constituinte, por ser chefe de família (era viúva e mãe). Inicialmente o seu requerimento foi recusado, mas ganhou a causa depois de recorrer. Carolina faleceu com apenas 33 anos, poucos meses depois de ter votado.
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