Conheça alguns dos nomes mais incomuns e peculiares. Descubra aldeias com nomes incomuns em Portugal. No nosso país, existem aldeias com muitas atrações, imponentes castelos, igrejas com história, pontes, entre outros monumentos. Há ainda aldeias que se apresentam num espaço geográfico de grande beleza natural. Depois, há aldeias que se distinguem por outra qualidade, o nome.
Há até aldeias que apresentam nomes picantes. No entanto, preferimos procurar aldeias com nomes mais dignos. Estas povoações até podem ter outros atrativos. No entanto, é a designação da aldeia que lhes traz fama.
Muitos fotografam a placa que indica a localização da aldeia, um gesto que fica logo como parte das suas atrações. Fique a conhecer algumas aldeias que se destacam pelo seu nome invulgar.
10 aldeias com nomes incomuns em Portugal
1 – Tapada dos Pés (Vila Velha de Ródão)
Esta designação é estranha. Tapada dos Pés é uma aldeia próxima de Sarnadas de Ródão. O nome insólito desta aldeia deve-se a uma razão algo obscura. A origem deste nome remonta ao tempo em que um homem se perdeu por aquelas bandas. Este homem estava perdido e andava às voltas nos montes… Assim ficou até ser surpreendido pela escuridão da noite.
O problema é que naquele local abundavam as feras. Por isso, o homem acabou por ser atacado por lobos. Estes ferozes animais devoraram o corpo do homem num trago, apenas sobraram os pés da vítima, que ficaram dentro das botas. Por isso, aquele local é conhecido como a Tapada dos Pés.
2 – Aldeia de Ul
Esta aldeia encontra-se presente em Oliveira de Azeméis, no Distrito de Aveiro, que integra a Área Metropolitana do Porto, da Região Norte. O nome da aldeia Ul tem muito história. Este é um nome céltico.
Segundo os historiadores, a origem do nome parece dever-se ao étimo “uria”, que significa ribeiro. O termo “Ul” é um topónimo utilizado para designar a aldeia, a freguesia e o rio que a banha, que se situa no lado norte. Ul é conhecido como o nome mais pequeno de uma freguesia portuguesa.
A aldeia de Ul vive entre o presente e o passado, sem perspetivar muito o futuro. Esta aldeia revela grande riqueza histórica. A história de Ul é encantadora e encontra-se espelhada nas tradições que os seus habitantes respeitam e nas marcas arqueológicas que foram encontradas no território da aldeia e nas proximidades.
3 – Esfrega (Proença-a-Nova)
Esta aldeia tem um nome insólito. Segundo se conta na terra, o nome Esfrega está relacionado com um fidalgo. Este homem um dia visitou a aldeia. No entanto, a visita não correu bem. O fidalgo deu um valente trambolhão naquele local. Foi uma valente ‘esfrega’, como diziam as gentes da terra. Por isso, desde então que a aldeia passou a ser conhecida como a aldeia da Esfrega.
4 – Albergaria das Cabras (Arouca)
Esta localidade encontra-se presente na freguesia de Nossa Senhora da Assunção, que integra o concelho de Arouca. O Albergaria das Cabras é obra e graça de D. Mafalda.
Segundo consta, foi a primeira rainha de Portugal que mandou construir um albergue neste local com o propósito de acolher pessoas doentes. O albergue foi colocado junto à atual igreja matriz.
Contudo, como há outros abrigos do género em povoações vizinhas, as pessoas daquele tempo não estiveram com meias-medidas. Por isso, aproveitaram o facto de se reconhecer que muitas pessoas que ali moravam se dedicavam à criação de caprinos para batizar o abrigo como “o das cabras”. Foi feito pela necessidade de distinguirem este dos demais albergues…
Desde então, passou-se de albergue “o das cabras” para Albergaria das Cabras. A “inspiração” de uns foi azar de quem ficou para sempre com esse nome inscrito na certidão de nascimento. Tudo graças ao espírito pragmático de alguém pouco inspirado.
5 – Cabeças Velhas (Almodôvar)
Segundo reza a lenda, quando caía a noite, uma bruxa saía do seu esconderijo. Num determinado dia, alguns homens decidiram seguir a bruxa para constatarem algo horripilante: esta mulher tirava a cabeça de uma velha do saco. A cabeça apresentava-se cheia de moscas enormes.
Posteriormente, a mando da bruxa, os insetos foram à procura de alimento. Revoltados, os homens mataram todas as moscas. Por isso, sem a ajuda dos insetos, a bruxa acabou por morrer. Foi, por isso, que esta terra ficou conhecida pelo nome de Cabeças Velhas.
6 – Pé de Cão (Torres Novas)
Pé de Cão é uma aldeia localizada na freguesia de Olaia, no concelho de Torres Novas, que se situa no distrito de Santarém. O nome desta aldeia é estranho e há duas histórias que se ligam à origem do nome Pé de Cão. Embora, nenhuma das histórias seja tida como a verdade.
Segundo alguns historiadores, o lugar seria inicialmente uma quinta com vinhas e pinhais. Esta propriedade era guardada por um cão muito grande. O dono deste cão vivia numa outra quinta, em Vargos.
Num determinado dia, alguém perguntou por ele, na sua residência, e responderam-lhe que se encontrava ao pé do cão. Por isso, a terra da quinta ficou com esse nome.
Outros especialistas na matéria defendem outra tese. Estas pessoas defendem que por aqui costumavam passar contrabandistas. Numa linguagem de código, deixaram no lugar a pata de um cão para marcarem encontro. Por isso, o pé de cão ficou na origem do nome da aldeia.
7 – Bexiga (Paialvo)
Esta aldeia fica na freguesia de Paialvo, que está presente no concelho de Tomar. Nesta aldeia, encontram-se cerca de 20 habitações. Curiosamente, pelo menos 17 já foram assaltadas. Por isso, quase todas as casas de Bexiga já foram assaltadas nos últimos tempos. A aldeia é maioritariamente idosa. Por isso, encontra-se em sobressalto com esta vaga de assaltos.
No que diz respeito à origem do nome desta aldeia, desconhecemos a sua justificação. No entanto, sabemos que é anterior à onda de assaltos. Apesar desse desconhecimento, certo é que este clima de violência é de fazer esvaziar a bexiga…
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8 – Pousaflores (Ansião)
Existem duas explicações para o nome Pousaflores. Este é o nome de uma freguesia do concelho de Ansião. O nome Pousaflores poderá dever-se aos antigos foles dos moleiros, que ali eram pousados para poderem descansar.
Pousaflores também pode dever-se a um antigo conto muito conhecido. Segundo o conto antigo, havia um rei que ficou confuso no momento em que uma das suas filhas lhe informa que o ama tanto como o sal é essencial à comida.
Ora, o rei não reconhece grande valor à comparação. No entanto, posteriormente, serviram-lhe um banquete de comida sem sal. Só nesse momento ele entende a mensagem. Por isso, perdoa a filha. O rei fez dela senhora de Pouso da Flor que, posteriormente, evoluiu para Pousaflores.
9 – Porto de Vacas (Pampilhosa da Serra e Ilha Graciosa)
Curiosamente, o nome Porto de Vacas encontra-se em duas terras. Há dois exemplos. Uma encontra-se em Pampilhosa da Serra. O nome diz respeito ao porto que servia a barca pública, espaço onde antigamente se fazia o transporte de pessoas e de animais entre as margens do rio Zêzere.
Na ilha Graciosa (Açores), encontramos o outro exemplar de Porto de Vacas. Segundo os historiadores, o nome está relacionado com as festas em honra do Divino Espírito Santo. Este lugar tem este nome devido a uma tradição secular.
No porto, fazia-se o desembarque das vacas abatidas. Estas estavam destinadas às festas, para se realizar lá o consumo da carne. Meses antes do evento, as vacas que eram deixadas longe de terra, ficavam a engordar num ilhéu, antes do momento de serem ‘sacrificadas’.
10 – Palhaça (Oliveira do Bairro)
O nome desta aldeia tem origem nas tradicionais palhoças, nome dado às capas de palha, fabricadas a partir de junco (por exemplo). As palhoças serviam de proteção aos pastores. A termo palhoça, com o passar do tempo (e algum regionalismo pelo meio…), chegou à forma de Palhaça.