Esta terça-feira traz instabilidade, aguaceiros e trovoadas — mas prepare-se, porque o calor escaldante está a chegar e vai prolongar-se até julho.
Um início de semana instável: trovoadas, granizo e vento forte
Esta terça-feira, o tempo em Portugal continental será marcado por forte instabilidade atmosférica, com destaque para a ocorrência de aguaceiros intensos, trovoadas e até granizo em diversas regiões do país. O cenário meteorológico adverso deve-se à aproximação de uma perturbação em altitude, que já começou a afetar o estado do tempo desde segunda-feira.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu aviso amarelo para os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Castelo Branco e Coimbra, entre as 06h00 e as 21h00 desta terça-feira. Este aviso indica a possibilidade de aguaceiros fortes, quedas de granizo, rajadas de vento e trovoadas localizadas, o que representa risco para atividades ao ar livre e para a circulação rodoviária.
O aviso amarelo é o menos grave de uma escala de três níveis, mas continua a representar perigo potencial, sobretudo para quem depende do clima para trabalhar — agricultores, pescadores, operários da construção civil, ou até viajantes e turistas em deslocação.
Descidas de temperatura… mas só por pouco tempo
Após uma subida de temperatura sentida na segunda-feira, o tempo muda o tom esta terça-feira: os termómetros voltam a descer, registando valores abaixo da média para esta altura do ano, especialmente no Norte e Centro do país. Mais a sul, no entanto, ainda se sentirá algum calor, embora de forma menos intensa.
As poeiras em suspensão, trazidas pelas massas de ar vindas do Norte de África, também continuam presentes na atmosfera, mas a tendência será de redução progressiva ao longo do dia, segundo o portal meteorológico LusoMeteo.
Uma reviravolta a caminho: prepare-se para temperaturas acima dos 40 °C
Mas atenção: esta frescura será breve. Já a partir de quarta-feira, com a mudança na direção do vento — que passará a soprar do quadrante Oeste-Noroeste —, os céus vão abrir-se e as temperaturas vão disparar em todo o território nacional.
“Voltamos a ter um fluxo que favorece o transporte de massa de ar quente e seca do interior da Península Ibérica e Norte de África”, explicou Paula Leitão, meteorologista do IPMA.
Este fluxo irá criar condições ideais para o desenvolvimento de uma nova onda de calor, que poderá durar até ao final de junho e estender-se até aos primeiros dias de julho.
Calor extremo no Alentejo e Centro Interior
As previsões indicam que regiões como o Alentejo, Castelo Branco e Portalegre poderão atingir — ou mesmo ultrapassar — os 40 graus Celsius. Será uma vaga de calor de verão rigoroso, daquelas que testam os limites do corpo e da mente.
Além disso, as noites tropicais vão manter-se, com temperaturas mínimas que não descem dos 20 graus, dificultando o descanso e aumentando o risco de desconforto térmico, sobretudo nas grandes cidades e nas zonas com baixa ventilação natural.
Cuidados a ter: o calor pode matar
A Direção-Geral da Saúde alerta, nestes períodos, para o risco de desidratação, exaustão térmica e agravamento de doenças crónicas. Deve-se evitar a exposição solar nas horas de maior calor, manter-se bem hidratado e prestar atenção a idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.
Também os incêndios rurais tornam-se uma preocupação real, dado que o calor intenso e a vegetação seca são a combinação perfeita para a deflagração de fogos, especialmente nas zonas do interior.
Conclusão: entre o céu em fúria e o calor abrasador
Portugal vive esta semana um contraste radical: de trovoadas e aguaceiros repentinos a uma vaga de calor escaldante que promete pôr o país a ferver. A instabilidade de hoje é apenas o prelúdio de um verão que se adivinha agressivo — um verdadeiro teste de resistência ao clima imprevisível que se vive cada vez mais na Península Ibérica.
Esteja atento aos avisos do IPMA, prepare-se para um dia tempestuoso — mas, acima de tudo, prepare-se para o calor que aí vem. Porque a tempestade pode passar depressa, mas o calor… veio para ficar.
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