Quinta-feira, Junho 12, 2025
NCultura Notícias
  • Início
  • Língua Portuguesa
    • Português
    • Poemas e Poesia
  • Histórias
    • História de Portugal
    • Curiosidades
    • Pessoas
    • Opinião
  • Receitas
    • Aperitivos e Petiscos
    • Receitas de Carne
    • Receitas de Peixe
    • Receitas Rápidas
    • Receitas Vegetarianas
    • Sopas
    • Bolos e Sobremesas
    • Truques e Dicas
  • Lifestyle
    • Moda e Beleza
    • Animais de Estimação
    • Limpeza e Arrumação
  • Viagens
    • Destinos e Viagens
    • Monumentos
  • Pensamentos
    • Pensamentos e Frases do Dia
    • Mensagens
  • Zodíaco
    • Horóscopo
    • Signos
  • Notícias
Sem resultados
Ver todos os resultados
NCultura Notícias
  • Início
  • Língua Portuguesa
    • Português
    • Poemas e Poesia
  • Histórias
    • História de Portugal
    • Curiosidades
    • Pessoas
    • Opinião
  • Receitas
    • Aperitivos e Petiscos
    • Receitas de Carne
    • Receitas de Peixe
    • Receitas Rápidas
    • Receitas Vegetarianas
    • Sopas
    • Bolos e Sobremesas
    • Truques e Dicas
  • Lifestyle
    • Moda e Beleza
    • Animais de Estimação
    • Limpeza e Arrumação
  • Viagens
    • Destinos e Viagens
    • Monumentos
  • Pensamentos
    • Pensamentos e Frases do Dia
    • Mensagens
  • Zodíaco
    • Horóscopo
    • Signos
  • Notícias
Sem resultados
Ver todos os resultados
NCultura Notícias
Sem resultados
Ver todos os resultados
Publicidade
Início Notícias

Entre Troia e Melides o sol sai barato, mas a sombra custa uma fortuna

Entre Troia e Melides, o acesso ao mar tornou-se um luxo, excluindo os portugueses do seu próprio litoral.

Márcio Magalhães Por Márcio Magalhães
11/06/2025
em Notícias
1
Entre Troia e Melides o sol sai barato, mas a sombra custa uma fortuna

Entre Troia e Melides o sol sai barato, mas a sombra custa uma fortuna

FacebookTwitterPinterestWhatsApp
Publicidade
Publicidade

Artigos Relacionados

Tempestade solar histórica pode fazer auroras visíveis em Portugal — mas o risco também é real

Tempestade solar histórica pode fazer auroras visíveis em Portugal — mas o risco também é real

Junho 2, 2025
5 de julho de 2025: a profecia que está a aterrorizar o Japão e o mundo

5 de julho de 2025: a profecia que está a aterrorizar o Japão e o mundo

Maio 26, 2025
É oficial! Já são conhecidos os vencedores dos melhores pães de Portugal

É oficial! Já são conhecidos os vencedores dos melhores pães de Portugal

Maio 13, 2025
Alarme europeu para insetos gigantes com picadas dolorosas que podem chegar a Portugal

Alarme europeu para insetos gigantes com picadas dolorosas que podem chegar a Portugal

Maio 11, 2025

O azul do Atlântico entre Troia e Melides parece, à primeira vista, um convite irrecusável. Uma frente marítima de cortar a respiração, com 45 quilómetros de praias douradas a perder de vista. Mas essa promessa de liberdade esbarra, na prática, em barreiras bem concretas. A paisagem é pública, mas o acesso é cada vez mais um privilégio reservado a quem pode pagar. Um luxo com portagem emocional para quem sempre viu o mar como seu.

Publicidade
Publicidade

Entre o mar e o muro invisível

O que era, em tempos, um refúgio popular, tornou-se num labirinto de entraves. Um levantamento recente do Expresso revela que 80% da costa entre Troia e Melides tem acesso condicionado: há falta de caminhos públicos, ausência de sinalização e estacionamento quase inexistente. Por muito que a areia esteja ao alcance da vista, a sensação é de exclusão. O mar está ali, mas o povo não o pode tocar.

O ferry de Setúbal para Troia, outrora passagem simples, tornou-se um filtro económico. Hoje, uma viatura com condutor paga €21, mais €5,50 por cada passageiro. Em duas décadas, os preços quadruplicaram e o número de passageiros caiu para menos de metade. Para uma família, uma ida à praia pode significar €50 só em transporte. Para muitos, como Ana Rodrigues, residente em Setúbal, isso significa desistir:

“Quando era adolescente, íamos a Troia com os amigos, de mochila às costas e toalha no ombro. Agora, é quase impossível.”

Entre Troia e Melides o sol sai barato, mas a sombra custa uma fortuna
Entre Troia e Melides o sol sai barato, mas a sombra custa uma fortuna

Uma canção de denúncia e uma costa em silêncio

A voz de revolta ecoa também na arte. A cantora A Garota Não, setubalense de raiz, denuncia esta realidade na canção Ferry Gold, onde critica a “privatização ordinária da península de Troia” e o desrespeito pelas dunas que antes protegiam os pés dos veraneantes e agora são muralhas para impedir a passagem. Em entrevista, não hesita em acusar o turismo de luxo de impor uma nova forma de segregação social.

Publicidade
Publicidade

A teoria é clara: as praias são públicas por lei. Mas na prática, resorts, empreendimentos e vedações ergueram-se como trincheiras. A natureza foi fatiada, e o direito ao mar tornou-se uma miragem burocrática e económica.

Políticos entre o silêncio e a promessa

A indignação já chegou ao poder local. Em 2023, os presidentes das câmaras de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal apelaram ao Governo para que o acesso fosse democratizado. Uma das propostas era a inclusão das travessias do Sado no passe Navegante, uma medida simbólica de justiça social. A Autoridade da Mobilidade concordou e recomendou renegociação da concessão. Mas até hoje, nada mudou. O passe mensal da Atlantic Ferries custa €99,30 — um valor impensável para muitos trabalhadores e estudantes da região.

O presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes (PCP), recusou dar entrevista, alegando que não aceita ser alvo de “instrumentalização jornalística”. O silêncio tornou-se mais ensurdecedor do que qualquer resposta. Já o candidato do PS, Luís Vital Alexandre, não hesita em apontar o dedo à inação da autarquia, defendendo um plano sério de mobilidade com parques de estacionamento e discriminação positiva para os residentes do concelho.

As praias que existem, mas não se tocam

Mais a sul, entre o resort Pestana e o projeto “Na Praia” (propriedade da herdeira da Zara), o cenário repete-se. O acesso ao areal é apenas possível através dos próprios empreendimentos. A APA reconhece que haverá, eventualmente, um acesso pedonal público junto ao Pestana — mas, por enquanto, só veículos de emergência podem usá-lo. A cerca de madeira do “Na Praia” estende-se por três quilómetros. Ninguém passa. Ninguém estaciona. Ninguém entra.

Publicidade
Publicidade

Desde 2002, a proliferação de projetos PIN (Potencial Interesse Nacional) eliminou 76% da Reserva Ecológica Nacional em Grândola. A associação ZERO denunciou o processo como um claro favorecimento de interesses privados. O geógrafo Sérgio Barroso vai mais longe: “Estes empreendimentos nunca deveriam ter sido licenciados sem garantir acessos públicos. É a apropriação de um bem coletivo.”

Leia também:
  • As quatro praias portuguesas que estão entre as melhores da Europa
  • A mística de ser tripeiro
  • O naufrágio do São João Baptista: quando o mar engoliu o tesouro de um império
  • As 10 atrações turísticas mais dececionantes do mundo

 

Caminhos de areia, pegadas de exclusão

Mesmo onde não há resorts, o acesso é precário. Até à Comporta, estaciona-se na berma, caminha-se entre pinhais, atravessam-se dunas fragilizadas. A bióloga Maria Santos, da associação Dunas Livres, alerta para o risco ecológico:

“Perdemos uma luta inglória contra resorts de luxo. Os milhões dos PIN valeram mais do que os ecossistemas. Precisamos de passadiços, transportes sustentáveis e respeito por este património natural.”

Nas praias mais famosas — Comporta, Carvalhal, Pego —, o drama muda de tom, mas mantém a exclusão. Uma sombra pode custar entre €70 e €200 por dia. Um hambúrguer ultrapassa os €20. Estar ali é um sinal de estatuto, não um direito universal.

O Programa da Orla Costeira Espichel-Odeceixe é claro: apenas 20% da costa tem acesso livre. O resto? Vedações, cancelas, seguranças, tarifas. É o mar que vê, mas que já não se sente.

Conclusão: Um país à beira-mar (mas não à beira do povo)

Portugal é um país moldado pelo mar. Os nossos antepassados partiram das nossas praias para descobrir o mundo. Hoje, o mundo compra essas praias, e os portugueses são empurrados para trás, como se o sal da terra já não lhes pertencesse.

O que se passa entre Troia e Melides é mais do que um caso local. É um espelho da desigualdade crescente, da forma como o espaço público é silenciosamente privatizado, e de como a natureza é sacrificada em nome do luxo.

O mar é de todos. O direito a um dia de praia não devia ser um luxo, mas um direito. Que futuro queremos? Um litoral murado a betão e silêncio, ou um país onde todos possam molhar os pés e a alma?

É tempo de voltarmos a conquistar o que já era nosso: a areia, o mar e a dignidade de sermos livres à beira deles.

Publicidade
Publicidade
Etiquetas: praias portuguesasTroia e Melides
Márcio Magalhães

Márcio Magalhães

Um Mestrado em Ensino não fazia prever o percurso consolidado e bem sucedido no marketing digital e na produção de conteúdos, com publicação regular de artigos em diversas plataformas. (exclusivamente responsável pelo conteúdo textual)

Próximo
As impressionantes mansões de Cristiano Ronaldo espalhadas pelos quatro cantos do mundo

As impressionantes mansões de Cristiano Ronaldo espalhadas pelos quatro cantos do mundo

Comentários 1

  1. Antonio Pereira says:
    19 horas atrás

    Os nossos políticos estão a vender o nosso País em proveito próprio,agora a costa alentejana, antes a proibição dos portugueses a pesca do atum na costa Algarvia, o que vira a seguir
    Os políticos estão acima da lei, são eles que as fazem, os casos prescrevem, não é ninguém condenado.

    Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Recipe Rating





Publicidade

Subscrever Blog via email

Indique o seu endereço de email para subscrever este site e receber notificações de novos artigos por email.

Publicidade
NCultura Notícias

© 2024 ncultura
Contacte-nos em [email protected]

Navegar

  • Estatuto Editorial
  • Autores
  • Quem Somos
  • Política de Privacidade

Siga-nos

Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Início
  • Língua Portuguesa
    • Português
    • Poemas e Poesia
  • Histórias
    • História de Portugal
    • Curiosidades
    • Pessoas
    • Opinião
  • Receitas
    • Aperitivos e Petiscos
    • Receitas de Carne
    • Receitas de Peixe
    • Receitas Rápidas
    • Receitas Vegetarianas
    • Sopas
    • Bolos e Sobremesas
    • Truques e Dicas
  • Lifestyle
    • Moda e Beleza
    • Animais de Estimação
    • Limpeza e Arrumação
  • Viagens
    • Destinos e Viagens
    • Monumentos
  • Pensamentos
    • Pensamentos e Frases do Dia
    • Mensagens
  • Zodíaco
    • Horóscopo
    • Signos
  • Notícias

© 2024 ncultura
Contacte-nos em [email protected]

 

Loading Comments...