O exame de código é um momento que marca para sempre a vida de qualquer condutor. A disciplina, o esforço e as horas de estudo parecem garantir que nunca mais se esquecem as regras da estrada. Mas a realidade prova o contrário: com o tempo, muitas dessas informações vão ficando para trás, enterradas na rotina diária.
Um dos exemplos mais preocupantes está na sinalização vertical, onde pequenos detalhes podem fazer toda a diferença entre conduzir legalmente ou enfrentar uma multa dolorosa. Dois sinais em particular continuam a gerar confusão entre milhares de condutores: o D6 e o H20a.

O sinal D6: um erro que pode custar até um ano sem conduzir
O D6 determina a existência de uma via reservada a transportes públicos. Essa faixa, conhecida como “via Bus”, existe para facilitar a circulação dos autocarros, garantindo rapidez, eficiência e cumprimento de horários.
Mas muitos condutores, por esquecimento ou simples distração, acabam por entrar nessas vias como se de uma faixa comum se tratasse. O preço? Multas entre 60 e 300 euros, menos dois pontos na carta de condução e até inibição de conduzir até um ano, caso a infração seja considerada grave ou reincidente.
Um gesto aparentemente inofensivo pode assim transformar-se num pesadelo burocrático, financeiro e pessoal.

O sinal H20a: a falsa sensação de “não tem problema”
O H20a indica uma paragem de veículos de transporte coletivo de passageiros. Aqui, o erro mais comum é parar “só por um minuto” para deixar alguém ou estacionar provisoriamente. Contudo, a lei é clara: estas zonas são exclusivamente dedicadas aos transportes coletivos, e ocupar esse espaço, mesmo por instantes, pode ser considerado infração grave.
Mais do que uma questão de multa, trata-se de respeitar a dinâmica da cidade: um carro mal estacionado numa paragem de autocarros atrasa dezenas de passageiros, congestiona o trânsito e multiplica a frustração de todos os que dependem dos transportes públicos.
As exceções: quando é permitido usar a via Bus
Embora a regra geral seja clara, existem situações em que é possível circular legalmente nestas vias:
- Emergência médica ou outra situação de perigo iminente.
- Acesso a garagens ou zonas privadas diretamente ligadas à via.
- Mudança de direção, quando não existe alternativa viária.
- Desde abril de 2025, os motociclos passaram também a poder utilizar estas vias, numa medida que visa aumentar a mobilidade e reduzir a pressão sobre as restantes faixas de rodagem.
Estas exceções são, contudo, exceções. Fora delas, arriscar entrar numa via Bus é abrir a porta a um processo contraordenacional com consequências sérias.
Esquecer o código pode sair muito caro
Quantas vezes já aconteceu conduzir automaticamente, sem pensar, confiando apenas na rotina? É precisamente nesse momento que os erros mais graves acontecem. O esquecimento de sinais básicos, como o D6 e o H20a, é mais comum do que se pensa, mas pode trazer danos financeiros elevados e penalizações duras na carta de condução.
Um condutor que ignore um destes sinais não só compromete a própria carteira, mas também prejudica a fluidez do trânsito urbano e, em última instância, coloca vidas em risco. Basta imaginar uma ambulância ou um autocarro preso porque alguém decidiu ignorar as regras.
Conduzir é um ato de responsabilidade permanente
As regras da estrada não terminam no dia em que se passa no exame de código. Conduzir é, acima de tudo, um compromisso com a segurança coletiva. A atualização constante dos conhecimentos e a atenção redobrada à sinalização são deveres cívicos de todos os condutores.
Mais do que evitar multas, trata-se de garantir respeito, segurança e fluidez no espaço urbano. Esquecer sinais pode parecer uma falha pequena, mas, na prática, significa colocar em risco não apenas a própria vida, mas também a de todos os que partilham a estrada.
Conclusão: pequenos sinais, grandes responsabilidades
O sinal D6 e o sinal H20a são exemplos claros de como detalhes esquecidos podem transformar-se em problemas sérios, explica o Notícias ao Minuto. Multas pesadas, perda de pontos e até a inibição de conduzir são apenas algumas das consequências que aguardam quem desvaloriza a sinalização rodoviária.
A melhor forma de evitar estas situações é simples: manter-se informado, atento e consciente de que conduzir é um ato de responsabilidade coletiva. Cada sinal ignorado é um risco — para o condutor, para os passageiros e para todos os que dependem de um trânsito seguro e organizado.