Há moedas de cêntimo e de euro que podem valer muito. Saiba onde avaliar e vender moedas antigas que tenha em sua casa.
As moedas podem ter valor económico, mas também histórico e artístico. Por isso, são um item muito procurado por colecionadores e numismatas.
No caso português, há muitas moedas com muito valor e história. O euro foi introduzido no dia 01 de janeiro de 1999, substituindo assim o escudo a 28 de fevereiro de 2002. Até lá, a moeda portuguesa circulou não só por Portugal, como pelo mundo.
Saiba onde avaliar e vender moedas antigas
Por vezes, o valor das moedas pode ser surpreendente, sejam elas nacionais ou estrangeiras, cêntimos, centavos ou euros.
É frequente termos em casa algumas moedas antigas, herança de pais, de avós ou até de bisavós que, muitas vezes, não imaginamos o valor que podem ter. Há que saber reconhecer o seu valor, pois algumas podem render milhares de euros.
Aspetos que influenciam o valor das moedas
Para determinar o valor que uma moeda pode ter, há que ponderar vários aspetos, como a sua antiguidade e raridade, as quais influenciam bastante o valor que as moedas podem atingir.
Por exemplo, quanto mais raro for o cunho da moeda, maior será o seu valor. Ou seja, quanto menos exemplares da moeda tenham sido produzidos, distribuídos e emitidos, mais valor ela terá.
Além disso, importa que a moeda seja autêntica e se encontre em bom estado de conservação. Outro fator importante é se a moeda pertence a uma variedade rara ou se tem um erro de cunhagem.
Portanto, há que tomar precauções, pois há quem se possa mostrar interessado em comprar, mas não em pagar o preço justo. Assim como também há quem venda ninharias sem valor a preços bem altos.
Critérios de valorização
Existem diversos critérios de valorização de uma moeda, sendo essas caraterísticas que permitem determinar o valor comercial de uma moeda. Por exemplo, a autenticidade da peça, a respetiva tiragem, o seu estado de conservação e o metal em que as moedas foram cunhadas.
Outros critérios que podem fazer variar a respetiva cotação das moedas são a forma e o local onde as moedas são ou foram transacionadas. Em baixo, segue uma lista com a valorização indicativa de moedas da República Portuguesa, feita de acordo com o seu estado de conservação.
As siglas
Fique ainda a conhecer as siglas que são atribuídas ao estado de conservação e ao tipo de acabamento das moedas.
Os estados de conservação de duas moedas do mesmo ano podem fazer com que elas apresentem diferentes valores. Mesmo que apresentem o mesmo valor facial, sendo feitas no mesmo metal e com o mesmo tipo de acabamento, há moedas que apresentam um estado de conservação distinto.
Eis diferentes formas de classificar uma moeda, segundo o respetivo grau de conservação e desgaste:
FDC (Flor de cunho)
Esta moeda não circulou e, por isso, não apresenta quaisquer riscos, não revela desgaste, nem sinais de limpeza química.
SOB (Soberba)
Esta moeda também não circulou, apresenta a patine original, podendo apenas apresentar pequenos riscos do contacto com outras moedas, riscos que terão ocorrido durante o fabrico e transporte da moeda.
BELA
Este tipo de moeda apresenta apenas um desgaste ligeiro nos pontos mais altos do relevo.
MBC (Muito Bem Conservada)
Estas moedas apresentam pequenas marcas de circulação, revelando apenas pequenos riscos ou mossas, podendo revelar algum desgaste nos pontos mais altos do relevo das moedas.
BC (Bem Conservada)
Estas moedas circularam e apresentam riscos ou mossas. São moedas com um desgaste do relevo considerável, embora as legendas, gravuras e data sejam bem visíveis.
REG (Regular)
Esta é uma moeda muito circulada, que apresenta grandes sinais de desgaste. Apesar disso, é possível ver nelas as legendas e a data.
MC (Mal Conservada)
Esta moeda encontra-se muitíssimo gasta. Não existindo dúvidas sobre o seu valor facial e a sua data, estas moedas apresentam-se quase ilegíveis na gravura, nas legendas e na data.
Como saber o valor das suas moedas?
Assim, o ideal é que consulte sempre um especialista (numismata) ou vá até a uma loja de moedas/antiguidades para avaliar as suas moedas e perceber exatamente quanto é que elas valem e que pode pedir por elas.
Outra fonte de informação disponível são os sites dedicados a leilões e a numismática. Aí pode verificar se há moedas idênticas às suas e a que preço estão a ser leiloadas. Além disso, pode encontrar listas com os preços de diferentes moedas antigas.
Alguns exemplos destes sites são:
Contextualização histórica
A história da moeda cruza-se com a história do próprio país.
D. Afonso Henriques proclamou a independência de Portugal, depois da Batalha de Ourique em 25 de julho de 1139.
Nessa altura, o monarca adotou o dinheiro, moeda que foi usada em Portugal de 1179 a 1433. Posteriormente, D. João I (1385-1433) cria uma nova moeda, o novo real (branco), que valia 70 soldos, o mesmo que 840 dinheiros.
O sucessor de D. João I, D. Duarte I, criou o real preto, em cobre, o qual valia um décimo de um real branco, ou seja, 7 soldos.
O Cruzado
D. Afonso V (1438-1481) foi o responsável pela introdução do cruzado, uma moeda de ouro que valia 400 réis. A sua designação remetia para a cruz da padroeira de Portugal e tinha a imagem de St. George, no reverso.
D. João II (1477-1495) também introduziu uma nova moeda de prata, a qual valia 324 reais branco, mas cujo valor se foi alterando com D. João III (1521-1557), quando passou a valer 400 réis, com D. Pedro II (1683-1706), quando passou a valer 480 réis e com D. João IV (1640-1656), quando passou a valer 750 réis.
Século XIX
Avançando um pouco no tempo, em 1837, foi criado o sistema decimal para a cunhagem das moedas. Inicialmente, em cobre e, a partir de 1882, em bronze para 3, 5, 10 e 20 réis.
Havia ainda as moedas de prata para 50, 100, 200, 500 e 1000 réis e o ouro para moedas de 1000, 2000, 2500, 5000 e 10.000 réis.
Mais tarde, as moedas de 50 e 100 réis foram emitidas em cuproníquel e, depois, foi usado o padrão-ouro com uma proporção de 1.000 réis = 1,62585 gramas de ouro fino.
Século XX
A Implantação da República e o fim da Monarquia também operaram mudanças na moeda. A 22 de maio de 1911, tinha fim o real e começava a circulação do escudo, de que muitos se lembraram. À época 1 escudo valia 1.000 réis.
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