Uma nova decisão da Ryanair está a incendiar as redes sociais e a gerar indignação entre passageiros frequentes: a companhia vai aumentar o prémio pago aos funcionários por cada mala fora das regras. O valor da multa pode chegar aos 75 euros, e o clima nos aeroportos está a aquecer.
A Ryanair, conhecida por bilhetes baratos, regras rígidas e zero contemplações, acaba de anunciar uma medida que promete agitar (ainda mais) a experiência de embarque dos seus passageiros. O CEO Michael O’Leary confirmou que vai aumentar o incentivo financeiro dado aos funcionários que detetem malas fora das dimensões permitidas.
Se até aqui cada colaborador recebia 1,50€ por cada “mala fora da lei”, o valor pode aumentar já nos próximos meses. O objetivo? Aumentar a vigilância, forçar o cumprimento das regras e reduzir atrasos — mesmo que isso custe a paciência de quem viaja.
Um plano declarado: “Eliminar o flagelo das malas sobredimensionadas”
Em comunicado oficial, a companhia low-cost não deixa espaço para dúvidas: está a lançar uma autêntica operação de combate às bagagens que ultrapassam os limites estipulados.
“Estamos determinados em eliminar o flagelo das malas sobredimensionadas, que atrasam o embarque e são injustas para os passageiros que cumprem as regras”, diz a Ryanair.
Michael O’Leary, o controverso líder da companhia, reforça a mensagem com o seu habitual tom direto:
“Estamos a considerar aumentar o bónus. Queremos acabar com os abusos.”
Malas fora do tamanho? Prepara-se para pagar – e bem
As regras da Ryanair são claras e apertadas: cada passageiro pode levar gratuitamente uma mala de mão com até 10kg e dentro das dimensões permitidas. Tudo o que ultrapasse essas medidas está sujeito a uma taxa adicional — que pode chegar aos 75€, aplicada no check-in ou à porta de embarque.
E agora, com este novo incentivo aos funcionários, os olhos estarão mais atentos do que nunca. É como se cada mala fosse um bilhete de lotaria — para a empresa, não para o passageiro.
Um prémio para quem vigia e a fatura para quem falha
Ao oferecer um prémio por cada passageiro apanhado com excesso de bagagem, a Ryanair transforma os seus funcionários em fiscais pagos ao desempenho. Esta “comissão” sobre as infrações insere-se numa lógica de controlo apertado de custos e eficiência operacional. Segundo O’Leary, esta prática permite que a companhia “continue a oferecer voos baratos”. Mas críticos dizem que está a criar um ambiente punitivo e desconfortável, onde os passageiros são tratados como suspeitos até prova em contrário.
Passageiros avisados: “Cumpram as regras ou pagam”
A mensagem da transportadora não podia ser mais clara:
“Por favor, cumpram com as nossas regras generosas de bagagens ou vão ser cobrados no check-in ou na porta de embarque.”
A estratégia, apesar de polémica, encaixa na lógica da empresa: regras rígidas para manter os preços baixos. Ainda assim, a indignação não pára de crescer, sobretudo entre quem se sente injustamente visado por pequenos desvios nas medidas da bagagem.
Reação dividida: eficácia ou perseguição?
Enquanto alguns passageiros apoiam a medida, argumentando que quem cumpre as regras não tem nada a temer, muitos outros denunciam um clima de caça às bruxas nos aeroportos. Há quem acuse a companhia de usar as regras da bagagem como uma armadilha lucrativa, forçando pagamentos inesperados a poucos minutos do embarque.
Nas redes sociais multiplicam-se os testemunhos de passageiros surpreendidos por medições rígidas ou funcionários inflexíveis. E a polémica promete não ficar por aqui.
Conclusão: regras mais duras, viagens mais tensas
A Ryanair reforça o seu perfil intransigente e aposta tudo na disciplina dos seus passageiros. O novo bónus promete transformar o embarque num verdadeiro campo minado — onde cada centímetro pode custar caro.
Se vai viajar em breve com a companhia, avisa o Postal do Algarve, verifique e meça bem a sua mala. Porque agora, mais do que nunca, cada centímetro conta… e cada falha pode sair-lhe do bolso.
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