A língua inglesa é o idioma mais falado no mundo, com mais de mil milhões de falantes. Mas será que é a língua oficial dos Estados Unidos da América?
De acordo com a Enciclopédia Britannica, uma plataforma de dados dedicada à educação, fundada do Reino Unido, um estudo realizado em 2020 revelou que a língua inglesa é o idioma mais falado no mundo, com mais de mil milhões de falantes a nível planetário.
Contudo, o inglês não é a língua oficial dos Estados Unidos da América. Vamos, então, saber porquê.
Qual é a língua oficial dos Estados Unidos da América?
O idioma inglês é a principal opção, em quase todos os países onde este idioma não é a língua materna, para ser uma segunda língua falada. Esta eleição do inglês como segunda língua fez com que atualmente este idioma se tornasse na língua franca global, ou seja, é a língua escolhida para a comunicação entre pessoas que não partilhem o idioma nativo.
Conforme a plataforma de dados já acima citada, o mandarim é a segunda língua mais falada no mundo, com também mais de mil milhões de falantes espalhados pelo planeta e o terceiro idioma é o hindu, língua oficial da Índia, com 637 milhões de falantes na sua totalidade.
O que é uma língua oficial e para que é que ela serve?
Cerca de 180 países possuem uma língua oficial. No entanto, mas de 100 destas nações adotam múltiplas línguas oficiais. A título de exemplo temos a Bolívia, destacando-se por ter na totalidade umas inacreditáveis 37 línguas oficiais, entre as quais está o espanhol e muitas outras línguas de origem indígena. Estas 37 línguas oficiais da Bolívia constituem atualmente um record mundial.
A principal função e escolha de uma língua oficial é, essencialmente, tornar a comunicação clara entre o povo e os governos. Um país com uma língua oficial tem mais facilidade em constituir e definir leis, direitos e deveres, assim como muitos outros aspetos fundamentais para a evolução do próprio país.
A designação de uma língua oficial facilita a gestão e administração de um país, assim como pode fomentar a coesão nacional e territorial, preservando desta maneira a cultura e a identidade de uma nação.
A história da língua inglesa
A língua inglesa nasceu ou surgiu nos reinos anglo-saxónicos da Inglaterra e, posteriormente, espalhou-se para o que se tornaria na Escócia. A língua inglesa desenvolveu-se ao longo dos séculos e foi influenciada por outras línguas, como as germânicas ou até o próprio latim, devido à presença romana no Reino Unido durante vários séculos.
É de salientar que o inglês foi uma língua predominante nas colónias do novo mundo, nomeadamente as colónias americanas ao longo do século XVIII. Contudo, a maioria da população local continuava a comunicar-se nas suas línguas maternas.
A miscigenação dessas colónias era tal que, além das línguas indígenas e do inglês, se podia ouvir falantes de português, alemão, francês, sueco, italiano, norueguês, entre várias outras.
Miscigenação e multiculturalidade
A natureza multicultural e a miscigenação que aconteceu nos Estados Unidos da América, povoado por emigrantes oriundos de vários países e que falavam diversas línguas, originou assim um dilema ao escolher a língua oficial para esta recente nação.
Recorde-se que, quando John Adams propôs no Congresso Continental de 1780 que o inglês fosse eleito como língua oficial dos Estados Unidos da América, a sua proposta foi imediatamente recusada por ser, e passamos a citar: “antidemocrática e uma ameaça à liberdade individual”.
Este episódio de John Adams no congresso reflete a multiplicidade e a diversidade de línguas faladas no novo mundo, tendo o congresso confirmado o compromisso em preservar a liberdade linguística na história inicial dos Estados Unidos da América.
Desde então, nenhum idioma foi estabelecido como oficial nos Estados Unidos da América.
Contudo, nas últimas décadas, senadores como J.D. Vance, de Ohio e de Kevin Cramer, de Dakota do Norte, tentaram instituir a língua inglesa como idioma oficial nos Estados Unidos da América, apresentando um projeto de lei com esse propósito.
Resultados dos censos
Dados recentes do censo, instigado pelo receio infundado de que a língua inglesa estivesse em declínio, indicaram-nos que 78,3% da população norte-americana fala unicamente o idioma inglês, embora o número de falantes tenha diminuído em comparação com os anos de 2013 a 2017 em que 78,8% da população falava exclusivamente o idioma. É claro que este idioma é o mais preponderante no país.
É notória a conclusão de que as línguas estão em constante evolução e, como prova disso, um grupo de linguistas observou recentemente mudanças na forma como se fala nos Estados Unidos da América, destacando também os novos sotaques que estão a surgir, devido à influência da multiculturalidade entre os falantes de espanhol e inglês.
Em contrapartida, salientaram a diminuição do sotaque clássico do sul do país.