Sabia que algumas das árvores mais antigas do mundo estão em Portugal? Conheça três exemplares incríveis que resistiram ao tempo e contam histórias milenares. As árvores podem durar muito tempo. Muitas delas são patrimónios vivos que apresentam uma longevidade admirável. Há diversas árvores portuguesas que teimam em resistir à passagem do tempo. Três exemplares nacionais encontram-se entre as árvores mais antigas do planeta. Por isso, têm vários séculos de existência, o que lhes permitiu testemunhar diversos acontecimentos.
Estas árvores são guardiãs da história que apresenta belezas ancestrais. No presente artigo, iremos identificar três árvores que desafiam o tempo. São tesouros naturais que se mostram enraizados na história. Cada dia que passa é um feito que demonstra a sua superação.
Curiosidade
A árvore mais antiga do mundo vive nas Montanhas Brancas, na Califórnia, Estados Unidos da América. Este exemplar é um pinheiro da espécie “pinus longaeva”, com 5067 anos.
Para evitar atos de vandalismo, a localização exata deste pinheiro é mantida em segredo pelo Serviço Florestal dos EUA. Entre as árvores mais antigas está um exemplar situado no Chile. Trata-se de um cipreste-da-patagónia com 3627 anos.
Portugal tem três das árvores mais antigas do mundo
Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, em Portugal há exemplares antigos das mais diversas espécies. Entre eles, três oliveiras destacam-se. Elas têm idades compreendidas entre os 2000 e os 3500 anos. A árvore portuguesa mais antiga tem 3357 anos (no presente ano de 2023) e está situada em Cascalhos.
Portugal tem ainda a azinheira com maior projeção de copa da Europa. Encontra-se presente em Lugar das Matas, Santarém. O nosso país tem ainda o carvalho mais antigo da Península Ibérica em Calvos, Braga, com 500 anos.
Na Mata Nacional de Vale de Canas, Coimbra, está o eucalipto mais alto da Europa. Tem 72 metros e muita história para contar e sobreviveu ao grande incêndio de 2005. A classificação é feita pela Autoridade Florestal Nacional (AFN), sendo restrita a espécies do continente.
Essa classificação é feita com base na longevidade, no porte, no desenho e na raridade das árvores em análise, mas também em motivos históricos e culturais.
Oliveira de Reguengos de Monsaraz
Esta oliveira com 2450 anos e está presente em Reguengos de Monsaraz. É considerada a 3ª árvore mais antiga de Portugal. Foi uma equipa de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que datou uma das oliveiras situadas no recinto do Hotel Horta da Moura, em Reguengos de Monsaraz.
Esse momento surgiu com a ajuda de um método científico inovador desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Esse trabalho foi realizado em parceria com a empresa Oliveiras Milenares. A conclusão dos especialistas permitiu datar esta árvore com 2.450 anos.
O comunicado de imprensa emitido na ocasião refere: «A oliveira de Monsaraz, cujo tronco precisa de sete homens para o abraçar, recebeu a certidão de idade num ato público decorrido na aldeia típica, localizada no concelho de Reguengos de Monsaraz».
“Portugal”
Esta oliveira tem 2.850 anos, chama-se Portugal e é considerada a 2ª árvore mais antiga. Ela está localizada em Santa Iria de Azóia (Loures) e ainda dá azeitonas!
Oliveira do Mouchão
Segundo a Autoridade Florestal Nacional, a árvore mais antiga de Portugal é uma oliveira presente no concelho de Abrantes. Esta árvore tem 3357 anos (no presente ano de 2023). Por isso, é a mais antiga de Portugal. Esta árvore não se consegue abraçar individualmente. São necessários cinco homens para abraçar o seu tronco.
A Oliveira do Mouchão está situada em Cascalhos, na freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, estando presente no ranking do ICNF de Árvores Monumentais de Portugal. Foi considerado um exemplar contemporâneo de Cristo.
Antigamente, existia ali um grande olival que por lá permaneceu até meados do século XX. Contudo, atualmente, só resta apenas uma oliveira. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu o método de datação em parceria com a empresa Oliveiras Milenares. Este projeto tem como mentores os investigadores José Luís Louzada e Pacheco Marques do departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista.
A população local ficou bastante agradada por contar com a presença de Arvoredo de Interesse Público. Foi criado um grupo nas redes sociais que visa assinalar outros exemplares, o grupo Rota das Oliveiras Milenares de Mouriscas.
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O método
O método usado pela UTAD e pelo grupo Oliveiras Milenares (que financiou o projeto da investigação) está registado desde 2011. O método consiste num “modelo matemático que envolve parâmetros dendrométricos (dimensão e forma) do tronco das árvores, com os quais a idade está bem correlacionada, mesmo que estas se apresentem ocas no seu interior”.
O investigador José Luís Lousada seguiu um novo método de datação de oliveiras, não destrutivo. Este é um investigador auxiliar com agregação do Departamento florestal da UTAD.
Foi no dia 28 de setembro de 2016 que o investigador José Luís atribuiu o certificado à Oliveira do Mouchão. O investigador defendeu que “esta árvore apresentava em abril de 2016 um perímetro base de 11,2 metros, um perímetro à altura do peito de 6,5 metros e uma altura de tronco até às primeiras pernadas de 3,2 metros, tendo-lhe sido estimada uma idade de 3350 anos”.
Segundo explicou o investigador José Luís Lousada, este modelo de investigação “não obriga ao abate de árvore nem à extração de uma amostra de madeira, não provocando assim quaisquer lesões na árvore que comprometam a sua sanidade”.
Caro Márcio,
Seria bom corrigir, no capítulo sobre a Oliveira do Mouchão, a afirmação de que « a árvore mais antiga de Portugal é uma oliveira presente no concelho de Loures.» Quando diz que ela tem 3350, aliás em 2023 já 3357, está-se a referir à Oliveira do Mouchão. Por qualquer razão fez uma confusão, o que não faz mal desde que se corrija. Eu próprio sou autor de um livro sobre essa árvore, intitulado “Oliveira do Mouchão: monumento vivo”, editado pelo Município de Abrantes.
Com os melhores cumprimentos