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O património existente em Portugal nem sempre é valorizado. O nosso país reúne um conjunto fantástico de atrações. Apesar das belas praias, do clima, da gastronomia, das pessoas… serem boas razões para visitar este território, os estrangeiros também se deixam encantar pelo património português.
Existem algumas construções que estão ligadas a algumas curiosidades que as tornam ainda mais especiais. Sabia que o nosso país tem a maior nora e o aqueduto com mais arcos do planeta? Saiba tudo sobre esse assunto, aqui, no NCultura!
Portugal tem o aqueduto com mais arcos do mundo
Aquedutos portugueses
Lisboa reúne um conjunto ímpar de atrações. É no distrito lisboeta que se encontram mais aquedutos no país.
Existem pelo menos 42 aquedutos em Portugal. Entre estes, estão 15 aquedutos construídos para abastecimento público de água. Há ainda 26 aquedutos destinados para abastecimento privado.
Contudo, Pedro Inácio, autor da obra “Património Cultural da Água – Roteiro de Aquedutos”, defendeu à agência Lusa que os aquedutos destinados para abastecimento privado têm algumas condicionantes: “em alguns momentos do seu trajeto tinham de respeitar que houvesse concessão para chafarizes públicos.”
O livro
Há livros que nos podem dizer muito sobre algo em específico. É o que acontece com o livro de Pedro Inácio. Pedro é o autor da obra “Património Cultural da Água – Roteiro de Aquedutos”.
Esta obra tem integrado o mais completo roteiro de aquedutos já publicado no nosso país. No livro, destaca-se ainda um capítulo especial, que é dedicado ao Jardim do Cerco, situado em Mafra. Foi neste espaço que o rei João V, o Magnânimo, mandou plantar árvores e plantas provenientes de todo o mundo.
Aquedutos de Lisboa
O aqueduto com mais arcos ou a mais alta nora é o grande destaque do património cultural da água que se encontra no nosso país. Lisboa é o distrito em Portugal com mais aquedutos.
No total, são 12 exemplares destas construções que se encontram destinadas ao transporte e distribuição de água. Não é na capital que se encontra o aqueduto com mais arcos.
O primeiro aqueduto
Segundo defende o especialista Pedro Inácio, não foi na capital portuguesa que surgiu o primeiro. O autor da obra “Património Cultural da Água – Roteiro de Aquedutos” defende que “o aqueduto dos Arcos, em Setúbal, é aquele que os estudos apontam como tendo sido o primeiro a ser construído em Portugal.”
Este aqueduto terá entrado em funcionamento no ano 1500. Não é em Setúbal que se encontra o aqueduto com mais arcos do mundo.
O trabalho rigoroso
O autor da obra “Património Cultural da Água – Roteiro de Aquedutos” fez um levantamento de dados impressionante que permite conhecer a fundo os aquedutos presentes em Portugal.
Essas informações preciosas permitiram a Pedro Inácio, o autor da mesma, apresentar na sua obra, “várias curiosidades”. O grande destaque vai para o aqueduto com “maior número de arcos do mundo”. Sabe onde fica?
O aqueduto com mais arcos
O grande destaque vai para o aqueduto de Vila do Conde. Este aqueduto apresenta um número de arcos verdadeiramente impressionante. São 999 arcos que se encontram presentes ao longo da sua extensão, que culmina no Mosteiro de Santa Clara.
Pedro Inácio defendeu que “praticamente é o aqueduto que se projetava, na sua totalidade, só e apenas em arcos”, terminando no Mosteiro de Santa Clara, ainda em Vila do Conde. Mosteiro ao qual, diz o conservador do Museu da Água, “há quem chame simbolicamente o arco mil”.
O maior aqueduto
O aqueduto do Alviela tem 114 quilómetros de extensão. Ele foi construído em 1880 com o objetivo de reforçar o abastecimento de água da cidade de Lisboa. Este é o maior aqueduto gravítico de Portugal. O aqueduto do Alviela traz a água desde Alcanena, recorrendo à gravidade como única força motriz.
O aqueduto com o arco mais alto do mundo
O famoso aqueduto das Águas Livres encontra-se na cidade de Lisboa. Este fantástico aqueduto destaca-se por ter o mais alto arco do planeta. Este aqueduto foi construído em pedra.
O aqueduto das Águas Livres tem 65 metros de altura, contabilizados desde a antiga ribeira de Alcântara num percurso que vai até ao passeio, local por onde se pode atravessar o aqueduto, que vai desde Campolide até ao parque florestal de Monsanto.
O Aqueduto das Águas Livres
Este aqueduto foi construído através do surgimento de um imposto denominado Real de Água (lançado sobre bens essenciais, tais como o vinho, o azeite e a carne), o que ajudou a que houvesse fundos para esta construção.
Este aqueduto das Águas Livres é considerado uma das obras de engenharia do século XVIII mais emblemáticas. A sua construção ocorreu durante o reinado de D. João V. Foi em 1731, que o rei deu instruções para a sua construção. No entanto, o Aqueduto de Águas Livres só foi inaugurado em 1748.
Além disso, o aqueduto sofreu obras frequentes que levaram a que fosse sucessivamente alargado até ao ano de 1799. António Cannevari, Manuel da Maia e Carlos Mardel foram alguns dos responsáveis por este projeto megalómano.
Um aqueduto museu
Após ver as suas obras concluídas em 1799, o Aqueduto das Águas Livres demonstrou toda a sua utilidade ao longo de quase dois séculos. O aqueduto só foi completamente desativado em 1973.
Um pouco mais tarde (mais de uma década depois), o Aqueduto de Águas Livres foi aberto ao público, em 1986. O Museu da Água abriu e colocou à disposição um programa deveras interessante, que até permite visitas ao interior do Aqueduto.
Informações úteis:
Museu da Água
Morada: Início na Fonte da Água Livre, perto de Carenque
Telefone: 218 100 215
Mais informações, aqui.
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Um aqueduto alentejano especial
No Alentejo, há outro aqueduto. Em Elvas, há uma construção deste género com “quatro níveis de arcos, com maior extensão a nível mundial”. Segundo o auto do livro, os quatro níveis de arcos perfazem 1.113 metros.
A maior nora
Já o aqueduto presente em Serpa destaca-se por outras razões. Pedro Inácio defende que esta construção tem “a maior nora para abastecimento de água da Península Ibérica, com 20 metros de altura.”
Um aqueduto distinto
Num território que tem quatro aquedutos que se encontram classificados como património da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), nomeadamente Évora, Tomar, Elvas e Mafra, interessa também registar o caso do aqueduto de Santa Clara, presente em Coimbra, que foi construído com o objetivo de fazer o abastecimento de água do Mosteiro de Santa Clara. Contudo, este aqueduto tem uma curiosidade.
A curiosidade
Segundo a explicação dada por Pedro Inácio, “devido a erros de cálculo nunca chegou a funcionar”. Por isso, este aqueduto nunca realizou a função para o qual estava destinado.
Este aqueduto acabou por ser “parcialmente derrubado” sem ter conseguido levar a água ao seu destino. Essa demolição aconteceu na sequência da construção do itinerário complementar local (IC2).
Bom trabalho, como posso obter a obra completa