Descubra a origem do uso do termo alfacinhas aos habitantes de Lisboa. Uma curiosidade que será do agrado de todos os portugueses.
A cidade de Lisboa não foi sempre a cidade mais importante do país. No entanto, a sua localização privilegiada fez com que fosse adquirindo maior influência, vindo a tornar-se capital de Portugal.
Esta é uma cidade com muita história e com diversas curiosidades. Os portugueses estão habituados a associar os lisboetas ao termo carinhoso “alfacinhas”. Mas, afinal, a que se deve esta designação? Qual é origem deste apelido?
Descubra a origem do uso do termo “alfacinhas” para identificar determinados lisboetas. Uma curiosidade que será do agrado de todos em Portugal.
Porque é que chamam alfacinhas aos habitantes de Lisboa?
Os “alfacinhas”
Os lisboetas são apelidados de alfacinhas há muito tempo. Como surgiu esta designação? De onde vem o nome “alfacinhas”? O termo “alfacinhas” está associado aos lisboetas, embora haja bastantes parecenças com o alimento verde que se coloca frequentemente numa salada, a alface.
Influência
O escritor Almeida Garrett ficou para a história como um dos nomes mais importantes da Literatura portuguesa. Uma das suas obras mais emblemáticas é “Viagens na Minha Terra”. A dada altura, o autor português refere o seguinte:
“Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço.
Desta forma, o termo “alfacinhas” virou apelido. Ficou popularizado por este momento, após ser colocado numa obra que se eternizou. No entanto, essa não foi a origem do uso do termo “alfacinhas” para designar os lisboetas.
Passado
Os lisboetas já eram referidos como “alfacinhas”, antes da obra, algo que o escritor Almeida Garrett já conhecia.
Embora não existam estudos que comprovem a origem do uso deste termo a ficar como apelido dos lisboetas, há teorias que recorrem a momentos históricos que permitem justificar essa ligação.
Uma teoria
Existe uma teoria que está centrada num momento histórico em que as colinas da cidade de Lisboa estavam cheias de plantações de alface. Isso já acontecia no séc. VIII d.C. Portanto, aconteceu ainda na altura da ocupação árabe.
Por isso, terão sido os árabes os primeiros a plantar as alfaces que se tornaram importantes para a região. Se tivermos em conta que a palavra árabe “Al-Hassa” designava a alface, percebe-se o uso deste termo português. Assim, após ter sido transformado em “alface”, em português, este termo está na origem dos alfacinhas.
Outra teoria
Há outros historiadores que defendem outra teoria. Defendem que o termo “alfacinha” foi usado pelas populações das terras circundantes à capital. Foram estes que atribuíram esse apelido aos lisboetas.
Segundo a lenda, tal deve-se a uma resposta, uma vez que os lisboetas apelidaram estas populações de “saloios”. Portanto, as populações das terras circundantes à capital apelidaram os lisboetas de “alfacinhas”, como uma “moeda de troca”.
A razão
A designação de “alfacinhas” deve-se ao facto dos lisboetas domingueiros terem tido o hábito de passear por essas terras circundantes, usando um laço ao pescoço. Nesse contexto histórico, a partir do séc. XIX, havia um confronto estético.
Os “saloios” eram confrontados com laços (farfalhudos) que lhes faziam lembrar alfaces ao pescoço dos lisboetas. A Aldeia da Mata Pequena serve como um exemplo do que era uma aldeia saloia na época. Esta aldeia está próxima de Mafra, encontrando-se a pouco mais de 30 minutos da capital.
Uma última teoria
Estas são duas teorias válidas, mas há outra teria que tenta justificar este apelido dos habitantes de Lisboa. Nesta teoria, os historiados defendem que os lisboetas são alfacinhas, porque não saiam muito da cidade de Lisboa. Os lisboetas comportavam-se como autênticas alfaces. Parecia que estavam presas à (sua) terra.
Conclusão
Não é possível saber qual é a verdadeira origem do nome. É impossível saber ao certo onde se encontra a verdade. Estas são três teorias válidas, mas não é de excluir que a origem desta designação “alfacinhas” para identificar lisboetas seja uma outra, não mencionada aqui.
Contudo, atualmente, os lisboetas são identificados como “alfacinhas”. Já faz parte da sua cultura. Isso é irrefutável. Seguem como alfacinhas com orgulho, em si mesmos e na sua bela cidade.
Conheça 10 “segredos” de Lisboa que todos os amantes da cidade devem conhecer
1 – O Cristo Rei foi esculpido à mão
O monumento demorou 10 anos a ser construído, entre 1949 a 1959. Foram usadas 40 mil toneladas de betão para a construção do Cristo Rei. Muitos desconhecem que a figura foi esculpida à mão na própria estrutura, que se encontra a mais de 100 metros do chão. Para isso, usaram-se moldes de gesso.
2 – Dois D. Sebastiões
Em maio de 2016, foi noticiada a queda da estátua de D. Sebastião, no Rossio. No entanto, o que talvez poucos saibam é que existe uma estátua exatamente igual na Sala Museu do Instituto Oftalmológico Gama Pinto. Trata-se da estátua que serviu de molde à estátua da Estação do Rossio.
3 – A ponte Vasco da Gama consegue suportar rajadas de vento de 250 km/h
Os engenheiros tentaram criar uma ponte robusta aquando da sua construção. Queriam uma ponte forte, capaz de enfrentar intempéries e catástrofes. Por isso, esta ponte consegue suportar rajadas de vento de 250 km/h.
A ponte Vasco da Gama foi concebida para resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o que originou o terramoto de Lisboa de 1755.
4 – Lisboa como capital
Lisboa não foi sempre capital de Portugal. Foi só com o rei D. Afonso III que Lisboa passou a ser a capital do Reino. Nessa época, Lisboa já se tinha tornado num núcleo económico de trocas importante, fruto da sua localização privilegiada.
Lisboa tinha nesse momento dois mercados centrais de hortaliças: a Praça da Ribeira e a Praça da Figueira. Estas duas praças revelaram-se muito importantes para a cidade.
5 – Rua da Betesga
Quando falamos na expressão «meter o Rossio na Rua da Betesga». A rua da Betesga é usada neste contexto no sentido de ser um espaço estreito e apertado. Esta rua presente em Lisboa tem cerca de 10 m de comprimento, por isso trata-se de uma das ruas mais pequenas de Lisboa. Colocar o Rossio nesta rua é impossível.
6 – Jean-Paul Sartre e Simone Beauvoir
Um ano após a Revolução dos Cravos ter acontecido, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir visitaram o país. Não só a capital, mas fizeram questão de passar por Lisboa. Eles queriam conhecer a terra onde ocorreu essa revolução pacífica.
7 – O prédio mais estreito da capital
Todas as cidades terão o seu edifício mais estreito. Em Lisboa, o edifício mais estreito fica nos números 195 e 197 da rua da Atalaia. Este prédio é detentor deste título desde 2008, momento em que foi demolido o outro edifício mais estreito (de apenas 1,60 m de largura). Este exemplar até tem 2 portas. No entanto, tem apenas cerca de 2 m de largura.
8 – As 7 colinas
Lisboa ficou conhecida como a cidade das “sete colinas”. Esta designação deve-se à existência de: Monte, Penha de França, Graça, Castelo, São Pedro de Alcântara, Santa Catarina e Estrela.
A primeira referência às sete colinas de Lisboa aparece no “Livro das Grandezas de Lisboa”. O autor desta obra foi Frei Nicolau de Oliveira, que a realizou no século XVII.
9 – O primeiro nome
No território que é atualmente conhecido como Lisboa, foi fundada uma cidade pelos Fenícios. Nessa época histórica, o povoamento local era chamado Alis Ubbo (que significa “porto seguro”). Mais tarde, mas não muito tempo depois, foram Gregos e Cartagineses a ocuparem esse território.
10 – O Elevador de Santa Justa é também conhecido por Elevador do Carmo
Os lisboetas começaram a apelidar o Elevador de Santa Justa de Elevador do Carmo. Tal acontece por este ligar a Rua do Ouro, na Baixa Lisboeta, ao Largo do Carmo. Através deste meio de transporte, é possível ir de uma rua à outra e essa associação das ruas permite explicar melhor aos turistas os caminhos a tomar.