Quem nunca experienciou aquele momento constrangedor em que nos esquecemos do que íamos falar? Conheça as razões por trás deste fenómeno comum.
Todas as pessoas já tiveram a experiência de ir falar sobre algo e, subitamente, ficarem desorientados, tendo esquecido o rumo do raciocínio que realizava. Esse é um acontecimento mais comum do que se pensa.
A ciência conseguiu explicar por que razão de repente uma pessoa se esquece de algo que estava a querer dizer. Alguns estudos foram realizados por cientistas e os investigadores chegaram a conclusões que permitem esclarecer este assunto.
Porque nos esquecemos do que íamos falar?
É bastante frequente durante uma conversa lembrarmo-nos de algo e levar o rumo do raciocínio para uma direção e, depois, subitamente, esquecermo-nos completamente do que íamos dizer.
Simplesmente, temos uma branca e ficamos envergonhados, porque simplesmente já não recordamos o que estávamos mesmo quase a dizer. Ora, mesmo sendo algo bastante comum, que acontece frequentemente à generalidade das pessoas, podemos questionar por que razão tal acontece. Há investigadores que se centraram nesta pergunta. Fruto do seu trabalho, podemos dizer que a ciência tem resposta para esta questão. Quer saber qual é, não quer?
A explicação científica
Segundo os neurocirurgiões, esse momento insólito de um esquecimento repentino acontece devido a uma perda súbita do fluxo de pensamento. Estes especialistas defendem que, quando estamos perante uma situação inesperada, é mais comum surgirem estes esquecimentos.
Eles devem-se a uns lapsos de comunicação benignos. Por isso, não devemos ter grandes preocupações, porque não estão associados a qualquer problema de saúde mais grave, a uma demência ou a um problema de memória.
Alerta: tenha em conta que se estes lapsos de memória estiverem relacionados com alterações de humor e/ou depressão podem ser sinal de algo mais grave, especialmente se forem demasiado frequentes e se estiverem associados a coisas básicas, nomeadamente palavras e acontecimentos banais. Trata-se de um acontecimento com outro potencial. Por isso, nesse caso, deve consultar um especialista, para avaliar a situação.
Um estudo científico
Na revista Nature Communications, foi publicado um trabalho de investigação que revelou conclusões sobre esta matéria. Segundo esta investigação científica, temos mais dificuldade em seguir a sequência do nosso discurso/raciocínio sempre que somos interrompidos por sons ou nos assustamos. O cérebro é capaz de enviar sinais capazes de interromper o movimento do corpo quando estamos em perigo. Quando esses momentos de sons súbitos ou sustos acontecem, é como se o corpo enviasse ao cérebro sinais elétricos que param o fluxo do pensamento.
Reação do especialista
Adam Aron é um reputado neurocientista da Universidade da Califórnia. O investigador afirmou sobre este assunto: “Um acontecimento inesperado parece fazer-nos esquecer aquilo em que estávamos a pensar”.
O especialista ainda aprofundou o tema, dando a explicação de que a razão para tal acontecer se encontra no núcleo subtalâmico (STN), um conjunto de neurónios que se situa no mesencéfalo e que leva ao suspender do pensamento.
O neurocientista Aron acrescentou o seguinte: “A ideia radicalmente nova por detrás do estudo é que o mecanismo de travagem acionado pelo cérebro quando temos que parar fisicamente o nosso corpo, é o mesmo que é ativado para nos fazer interromper o fluxo de pensamentos.”
Explicação
Segundo os cientistas, o processo de interrupção do fluxo do pensamento revela-se uma forma evolutiva desenvolvida pelo ser humano para reagir às ameaças do meio envolvente.
Desta forma, tal acontece quando o cérebro bloqueia os pensamentos para que nos concentremos apenas em tudo aquilo que pode representar um perigo para nós.
No entanto, nem sempre aquilo que o cérebro perceciona como sendo um perigo ou uma ameaça, realmente representa esse papel. O cérebro pode interpretar mal o meio envolvente e lançar os alarmes sem existir uma razão, um perigo real.
Acontecimentos
Existem vários acontecimentos que podem gerar esse efeito. O surgimento de um barulho forte ou inesperado servirá para ficarmos alerta. Por exemplo, uma simples porta que bate com o vento ou uma pessoa que eleve o seu tom de voz podem ser razões para acontecer o esquecimento súbito.
Frequentemente, estes acontecimentos ou outros originam esses efeitos, porque estão relacionados com momentos de distração súbita, o que leva a esquecer-nos daquilo que estamos prestes a dizer. Este é um processo comum em muitas pessoas e não tem a ver necessariamente com falta de foco ou de concentração.
Aprenda a descansar:
- Porque é que, frequentemente, não se lembra do que sonha?
- 8 alimentos a evitar antes de dormir que originam insónias
- Descubra a melhor posição para dormir e melhore o seu sono
Conclusão
Apesar desta ser uma reação frequente e normal, importa ter em conta que pode fortalecer a sua memória e a sua capacidade de concentração. Por exemplo, pode recorrer a atividades que fomentem essa habilidade, nomeadamente:
- leitura;
- jogos;
- exercícios cognitivos;
- tocar instrumentos musicais;
- meditação;
- exercícios físicos;
- ver filmes.
Além disso, no momento em que ocorra um esquecimento súbito, deve usar a estratégia de procurar retomar o fio condutor da conversa que tinha apresentado, para facilitar a recordação do rumo do raciocínio. Isso ajudará a recordar-se daquilo que ia dizer.