Reunindo todos os atributos de um caçador nato, o Perdigueiro Português é um companheiro afável e equilibrado. Saiba mais sobre esta raça nacional! Perdigueiro português é um animal especial. Tem caraterísticas que tornam a raça especial. Nas suas quatro patas, estão presentes os ensinamentos da tradição da caça.
Este cão é versátil, bom para todas as ocasiões. O perdigueiro português trata-se de um cão de caça talentoso, que revela uma personalidade distinta. A sua lealdade torna-se muito estimada pelo povo português.
Perdigueiro português: um parceiro fiel para a caça e família
Ficha técnica do perdigueiro português
- Grupo: 7 – Cães de parar ou cães apontadores
- Secção do grupo: 1 – Cães de parar do tipo continental
- País de origem do animal: Portugal
- Data de origem do animal: Séc. XII
- Primeira utilidade do cão: Caça
- Peso aproximado da raça: 16-27 Kg
- Altura aproximada do animal: 52-56 cm
- Cores: Amarelo e branco
- Esperança média de vida: 13 anos
Curiosidades deste animal
O Perdigueiro Português foi a raça nacional mais popular até aos anos oitenta do século passado. Contudo, nos últimos tempos, foi ultrapassado pelo Cão da Serra da Estrela. Muitos defendem que o facto do Serra da Estrela ser um cão de guarda excelente beneficiou esta raça, por causa do crescimento da sensação de insegurança que se instalou em Portugal. O Perdigueiro Português não tem esse perfil.
Aparência física do perdigueiro português
- Tem a face côncava peculiar e é relativamente parecida com a do Pointer Inglês
- As suas coxas são musculadas, compridas e largas
- As orelhas deste cão são caídas, triangulares e com pontas arredondadas
- O dorso deste animal é curto, sendo também largo e retilíneo
- Peito alto e largo, com uma boa amplitude do tórax
- Os seus dedos são bem arqueados, com espaços uniformes
Saúde do animal
No cômputo geral, o Perdigueiro Português é uma raça saudável e limpa. Esta raça tem tendência para sofrer de displasia da anca. Outro problema grave que também pode afetar esta raça, embora aconteça com pouca frequência, é a osteopatia neurotrópica.
O Perdigueiro Português é um caçador nato. Para se manter eficiente, precisa diariamente de fazer exercício físico. Caso contrário, poderá manifestar comportamentos incomuns para a raça. Este cão não necessita de grandes cuidados relativamente ao pelo. Basta apenas uma escovagem ocasional.
Temperamento do animal
O Perdigueiro Português é um caçador por excelência. Tem caraterísticas que o tornam eficiente nessas tarefas. O seu olfato apurado é famoso. Este animal tem um instinto caçador e uma capacidade de concentração acima da média. Por isso, está apto a trabalhar em qualquer tipo de terreno. Tem uma resistência a toda à prova. Este é um cão com um temperamento dócil.
Este animal está sempre disposto a agradar ao dono. O Perdigueiro Português é um cão estável e tranquilo. Por isso, tem caraterísticas que o tornam num animal de companhia excelente. Ele consegue absorver o treino com facilidade. Este animal mostra-se muito afável para com as crianças, aceitando as respetivas brincadeiras.
O Perdigueiro Português necessita mais do que uns simples passeios para se manter equilibrado, quer física, quer psicologicamente. Este animal está talhado para caçar. Precisa de muito exercício físico. Ele consegue percorrer longas distâncias. É uma raça que necessita de ser desafiada fisicamente, para se manter ocupada. Caso contrário, ficará com ansiedade e poderá fazer estragos em casa ou no jardim.
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História
O Perdigueiro Português é uma raça tão antiga que se confunde com a origem do nosso país. Este cão é um descendente do antigo Perdigueiro Peninsular. Ele foi desenvolvido pelos caçadores lusos ao longo de séculos. O Perdigueiro Português está documentado desde o momento da fundação de Portugal, o século XII.
Nesta época, os cães estavam essencialmente destinados a atuar na caça às aves. Eram então conhecidos como Podengos de Mostra. Atualmente, este tipo de cães é designado de “Perros de Muestra” em Espanha.
Devido aos seus atributos na caça à perdiz, a raça foi batizada com o nome Perdigueiro Português. Fruto do desenvolvimento tecnológico das armas de fogo foi necessário usar cães mais velozes e com um faro mais apurado, o que beneficiou esta raça.
Esta raça foi criada nos canis reais e da nobreza durante bastante tempo, especialmente no século XIV, sendo bastante usada na caça de altanaria. Trata-se de um tipo de caça que recorre a aves de rapina.
Entretanto, as dificuldades com que a plebe se deparou levaram a que se recorresse a estes cães para caçarem nas terras dos senhores feudais durante a noite. Era desta forma que podiam assegurar o seu alimento.
Este contexto levou a que o rei D. Sebastião proibisse a posse destes cães pela plebe, ainda no século XVI. O monarca penalizava com o exílio e com trabalhos forçados quem não cumprisse a lei.
Apesar do prestígio da raça ter sofrido um revés no nosso país, foi por esta altura que ela se expandiu mais internacionalmente. O Perdigueiro Português chegou ao Brasil, mas também à América do Norte, à Índia e ao Japão.
Alguns exemplares desta raça integraram o conjunto de “bens” que foram transportados na primeira nau ocidental que chegou ao arquipélago nipónico.
Mais tarde, esta raça ganhou fama em terras de sua majestade, durante o século XVIII. Com a chegada de muitas famílias inglesas à região do Porto, foi usada com o intuito de se dedicar à produção vinícola, tendo desempenhado um papel relevante no desenvolvimento do Pointer Inglês.
No século XIX, a classe burguesa colocou o Perdigueiro Português em risco de extinção. Após se confirmarem as capacidades destes cães na caça, que passou de uma atividade de subsistência para uma atividade desportiva, os burgueses precipitaram-se na aquisição destes cães, havendo o incentivo para cruzamentos indiscriminados com outras raças.
Além disso, houve a chegada de raças estrangeiras que retiraram protagonismo às raças portuguesas. No entanto, em 1920, alguns criadores (entre eles, Eurico Basto Corrêa) queriam salvar a raça e, por isso, dedicaram-se arduamente a manter a sua pureza original.