Ao longo da sua história, Portugal viveu alguns momentos brilhantes. Descubra a importância dos Templários nos Descobrimentos portugueses.
Os Descobrimentos representaram uma Era que colocou Portugal e os portugueses no centro do mundo. Os Descobrimentos portugueses trouxeram um protagonismo para o país que ele nunca tinha tido.
Portugal tornou-se numa nação com importância mundial, aliando a sua reputação internacional a um poder económico que permitiu que alguns reis fizessem algumas excentricidades.
Muitos o desconhecem, mas nessa época de grandes conquistas, Portugal serviu-se dos preciosos préstimos dos Templários, que revelaram preciosos conhecimentos sobre a arte da guerra.
Os Templários e a sua importância nos Descobrimentos portugueses
Os templários
Portugal conta com quase 9 séculos de história, enquanto os Templários (da Ordem do Templo) conheceram a sua extinção há cerca de 700 anos. Eles surgiram na sequência
de um acontecimento, quando Jerusalém foi tomada pelos exércitos da segunda Cruzada à Palestina, algo que aconteceu em 1099.
Posteriormente, cerca de duas décadas mais tarde, nove cavaleiros oriundos da França e da Borgonha juntaram-se. Hugo de Payens, da Borgonha, foi o mestre fundador desta irmandade que pretendia proteger os peregrinos, deixando-os livres de perigos, pois, no percurso realizado entre o porto de Acre e Jerusalém, diversos perigos poderiam ser encontrados.
Todos os elementos da irmandade assumiram os votos monásticos de pobreza, de castidade e de obediência. A Ordem Militar do Templo foi fundada no ano de 1120, em França, mais precisamente na região de Champagne, no contexto da realização do Concílio de Nablus.
Posteriormente, a Ordem tornou-se numa das ordens militares mais importantes da Europa Cristã medieval. Seguiu-se uma fase de crescimento, apresentando a irmandade uma numerosa representação. A irmandade foi reconhecida enquanto ordem monástico-militar pelo concílio de Troyes, identificando-se como Milícia dos Pobres Cavaleiros de Cristo.
Mais tarde, foram recebendo algumas construções, entre elas, a Mesquita do Rochedo.
A imagem da Mesquita do Rochedo foi vista como um imaginário Templo de Salomão, sendo desta forma que os cavaleiros começaram a ser chamados de Cavaleiros do Templo de Salomão ou, simplesmente, Templários.
Poder, influência e perseguição
A Ordem do Templo teve um papel fundamental na reconquista cristã e na formação do reino, pois contribuiu para que fosse realizado o povoamento dos territórios conquistados aos Mouros, além de os controlar.
Em 200 anos, a Ordem foi enriquecendo e colecionando terras, castelos, poder e influência. Ora, por isso mesmo, a Ordem do Templo acabou por ser submetida a uma perseguição trágica que levaria à sua extinção.
Os Templários e o Rei D. Dinis
Os Templários estiveram em Portugal e tiveram um papel decisivo no desenvolvimento do nosso país. Num tempo em que “Os Templários” se encontravam a ser extintos noutras nações, o Rei D. Dinis preferiu protegê-los, conseguindo evitar a sua extinção, apontando um novo caminho para essa irmandade, transformando os cavaleiros em frades.
Os templários deram uma ajuda importante na Era dos Descobrimentos, contribuindo com os seus conhecimentos em diferentes áreas, da logística à ciência. O primeiro mestre da nova Ordem que nasceu em solo português foi o Infante D. Henrique!…
A importância dos conhecimentos dos templários
A Ordem do Templo cooperava com os exércitos dos reis e senhores cristãos, tal como acontecia com outras ordens militares (a de Santiago, a de Calatrava, a do Hospital e a de Avis, por exemplo).
Eram ordens militares e funcionavam como exércitos de elite, que se encontravam bem treinados e motivados. A sua participação fazia decidir o sentido da vitória nas batalhas. Elas revelam utilidade nas cruzadas contra os diferentes inimigos, ajudando a reconquistar os territórios de antigo domínio cristão.
Assim, ajudaram a recuperar terras que tinham sido conquistadas pelos muçulmanos. O seu apoio no cerco de Santarém e de Lisboa revelou-se decisiva, permitindo a Portugal recuperar o Reino dos Algarves.
Recompensas
Os templários, na sua origem, fizeram os votos monásticos de pobreza, de castidade e de obediência. No entanto, estavam longe de ser pobres, pois eram fortemente recompensados pelos seus méritos militares.
Era comum existir a atribuição de bens aos templários. Por isso, eles recebiam terras, castelos e muitas outras regalias. O seu poder económico ajudou a que fossem cada vez mais poderosos e influentes.
A importância dos Templários em Portugal
Os Templários mudaram de nome, mantendo os seus bens e estrutura organizativa. D. Dinis salvou os Templários, mudando-lhes o nome, pois passaram a ser “Ordem de Cristo”.
A Ordem de Cristo, mais tarde, encontrou-se envolvida num dos acontecimentos mais marcantes da história de Portugal, as viagens marítimas. Foi com o Infante D. Henrique que Portugal se tornou no primeiro império global da humanidade.
A liderança deste homem, que era um dos mais famosos Grão-Mestres da Ordem de Cristo, ajudou a tornar Portugal numa nação pioneira na construção da globalização. A Ordem de Cristo tutelou todo o processo dos descobrimentos dos caminhos marítimos inéditos, ajudando (no século XV) à conquista de novos territórios e ao conhecimento de povos até então desconhecidos…
Acontecimentos marcantes
A Dinastia de Avis, iniciada com o Rei D. João I, apostou numa política expansionista extraeuropeia. Eis alguns acontecimentos importantes:
A conquista de Ceuta em 1415.
O Arquipélago da Madeira em 1419. Foi o primeiro território descoberto oficialmente no Atlântico.
Seguiu-se uma série de viagens que culminaram com a navegação de toda a costa africana.
Fez-se a passagem do temível Cabo das Tormentas.
Em 1498, chegou-se à Índia por via marítima.
Seguiu-se a descoberta oficial do Brasil, em 1500.
Estas viagens representaram acontecimentos históricos que permitiram estabelecer a primeira grande rede imperial moderna sob domínio português.
Templários e o papel da Ordem de Cristo
O processo de expansão terrestre e marítima teve como importante ideal a universalização do Cristianismo. Vários documentos revelam que esse ideal serviu como base motivadora e legitimadora fundamental deste processo de expansão.
A construção do Império foi feita com o apoio da Igreja. Assim, Portugal contribuiu para a edificação das bases da Igreja Católica nos novos mundos que iam sendo descobertos, contando com a preciosa colaboração dos missionários de diversas ordens.
A Ordem de Cristo assumiu a tutela deste processo de edificação da Igreja. Fê-lo ao longo de muitos anos, em diferentes novos territórios. A Madeira serviu como primeira grande rampa de lançamento, um teste a esta política expansionista.
A Diocese do Funchal (edificada em 1514) foi a maior diocese do mundo, aquando da sua criação. Ela representou a primeira diocese bem-sucedida, num território ultramarino que se encontrava sob domínio português.
Durante décadas, dependeu da Ordem de Cristo, sendo que detinha jurisdição sobre todos os territórios descobertos (e a descobrir) num espaço geográfico que integrava três continentes.
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