Costumes peculiares e surpreendentes que marcaram esta época tão intrigante. Descubra os mistérios e curiosidades dos inacreditáveis hábitos da Idade Média. Na Idade Média, as pessoas tinham hábitos que agora nos deixariam horrorizados. Muitas pessoas falam frequentemente que gostariam de viajar no tempo para conhecerem a realidade de outras eras.
Elas esquecem-se de que falam de forma ligeira de algo que pura e simplesmente desconhecem. A verdade é que as rotinas seriam bem diferentes, da alimentação à higiene pessoal… Por isso, uma viagem no tempo até à Idade Média não seria tão agradável como um passeio por um parque temático. Muita gente ficaria enojada ou estarrecida.
Os inacreditáveis hábitos da Idade Média
Atualmente, a alimentação é bastante importante na sociedade portuguesa. Além do interesse pela gastronomia nacional, da necessidade de haver higiene, há cada vez mais nutricionistas a apelar ao consumo de comida saudável.
Outro detalhe que gera interesse está na origem dos produtos que chegam à nossa mesa. A preocupação com os cuidados de saúde é fundamental.
Na Idade Média viviam de uma forma completamente diferente. Viver nessa época implicava envolver-se em tradições e costumes que espelham um modo de vida distinto. A experiência de viajar no tempo permitia-nos ficar a conhecer muitos hábitos estranhos, nomeadamente alguns hábitos alimentares.
Alimentação
Segundo os especialistas, a alimentação nesses tempos era pobre, muito diferente da que atualmente se faz. Entre os produtos mais consumidos na Idade Média estavam o javali, o veado e o porco. Estes animais eram assados no espeto. No entanto, somente os mais ricos tinham capacidade financeira para consumir carne e peixe com frequência.
A alimentação, durante a Idade Média, era sobretudo composta por legumes, grãos e alimentos semelhantes. O investigador Koen Deforce conseguiu descobrir que, na região onde se encontra a Bélgica, a dieta local incluía diversos vegetais de folhas verdes, nomeadamente a acelga e o espinafre, destacando-se ainda a presença de flores em vinagre, alcaparras, ervas e especiarias e folhas de beterraba.
Um dos pratos mais populares da época era a torta de umbigo. Este prato era composto pelas vísceras, pelo coração, pelo fígado, pela bexiga, pelos rins e pelas tripas de um animal silvestre, por exemplo, um esquilo ou um corvo. Na altura, a “sopa de toninha” era uma iguaria bastante apreciada, assim como as enguias. No entanto, entre os petiscos mais estranhos para quem viajasse no tempo estavam os gatos.
Segundo os especialistas, o gato gordo podia ser decapitado e, posteriormente, podia ser esfolado e enterrado por um dia. No entanto, posteriormente, podia ser desenterrado e, então, ir a assar na fogueira. Este procedimento podia ser realizado com outros animais, nomeadamente com os cisnes, embora estes tenham penas e não pelo, como os gatos.
De acordo com os historiadores, a alimentação dos europeus nessa época retratava diversas culturas. Durante a Idade Média, os hábitos alimentares variavam de região para região.
Koen Deforce foi responsável por um estudo publicado na revista científica Quaternary International. Segundo este investigador, o pólen era uma das coisas que mais se consumia nessa época.
Chegou-se a esta conclusão devido aos restos de pólen que as fezes fossilizadas (coprólitos) apresentavam. Tratavam-se de amostras provenientes do período entre os anos de 1100 e 1700. Estes elementos que foram estudados foram descobertos em fossas, latrinas e antigos sanitários de antigos castelos de um espaço territorial que integra atualmente a Bélgica.
A obtenção destes resultados deve-se à constatação do facto do pólen apresentar uma única camada exterior que possibilita a sua passagem pelo trato digestivo sem que fique danificado.
A higiene
Na Idade Média, o quotidiano era bastante distinto do que acontece atualmente. Devido às condições de vida bastante precárias, as experiências desagradáveis eram diversas. A falta de cuidados de higiene era evidente. Por exemplo, fazer as necessidades fisiológicas na época medieval seria uma experiência bem frustrante para alguém do nosso tempo.
Ora, como não havia sanitas com descarga ou papel higiénico à mão, as pessoas tinham de improvisar… Por isso, fazia-se a limpeza com o que se tivesse à mão. Numa casa comum, podia-se ter água por perto. Na Natureza, podia usar-se a água do rio.
Este foi um desafio que foi superado de formas distintas ao longo do tempo. Os antigos gregos, por exemplo, limpavam-se com a ajuda de uma pedra. Mais tarde, os romanos recorriam a uma esponja na ponta de uma vara. Nas casas de banho públicas, as esponjas estavam sob um banco comprido.
Este utensílio era usado pelas pessoas que faziam as suas necessidades. A maioria dessas casas de banho tinha vários buracos, lado a lado, para possibilitar que os utilizadores pudessem conversar. Após ser usada, a esponja era passada por água, para estar disponível para o próximo utilizador.
O penico estava presente em muitas das casas da época medieval. Este elemento estava guardado no quarto e, geralmente, seria colocado perto da cama ou por baixo dela. Após o penico ficar cheio, ele seria despejado do lado de fora da casa ou esvaziado na fossa, diretamente.
Em determinados locais, o conteúdo do penico era simplesmente despejado fosse pela janela, fosse pela porta. Atualmente, as gaivotas ou pombas podem oferecer presentes indesejados. Contudo, na época medieval, havia outros perigos. Por isso, convinha olhar para cima durante a passagem por um castelo. Era uma prudência que podia evitar lidar com surpresas desagradáveis.
Na época, nas paredes, havia uma estrutura que consistia numa espécie de cabine, que se apresentava suspensa sobre um fosso. A vista de cima era proporcionada pelo buraco no assento. Geralmente, este elemento era feito de pedra ou de madeira.
Nessa época, as pessoas mais abastadas usavam uma “cómoda”, um móvel que consistia numa caixa de madeira com assento e uma tampa. Esta estrutura cobria uma vasilha (que podia ser feita de porcelana ou de cobre).
Este recipiente presente na estrutura servia para acolher os resíduos libertados. Algumas das estruturas até eram acolchoadas ou cobertas com veludo.
Curiosidade
Sabia que o primeiro sistema de descarga terá sido inventado no ano de 1596. Na época, o sistema consistia numa cisterna elevada e num cano de reduzidas dimensões pelo qual a água corria. Desta forma, os dejetos eram descarregados.
No entanto, o desenvolvimento do projeto das descargas só terá começado verdadeiramente em 1860. Thomas Crapper foi o inventor. Posteriormente, os sistemas de esgoto começaram a ser implementados. Estes elementos tiveram um papel importante, porque permitiram proporcionar melhores condições de higiene à população, o que levou a uma redução significativa das doenças comuns na época.
Posteriormente, foram sendo realizadas outras invenções que permitiram uma evolução constante, como o papel higiénico que começou a ser comercializado e facilitou muito a limpeza das zonas íntimas.