Durante décadas, o Multibanco foi símbolo de inovação e orgulho nacional. Criado em Portugal, este sistema revolucionário tornou-se uma referência mundial, sendo ainda hoje um dos mais completos e seguros do planeta. Porém, à medida que o mundo se encaminha para um futuro cada vez mais digital, muitos questionam: será que o Multibanco vai acabar? A resposta é clara — não vai desaparecer, mas vai transformar-se profundamente. O sistema que marcou gerações prepara-se para uma nova era, mais tecnológica, mais integrada e mais próxima do cidadão digital.
O início de uma nova era — o Multibanco não vai acabar, vai evoluir
Nos últimos anos, tem-se notado uma redução no número de caixas automáticas por todo o país. Em muitas aldeias, já não há um Multibanco na esquina da pastelaria, e mesmo nas cidades há locais onde as máquinas desapareceram silenciosamente.
Ao mesmo tempo, multiplicam-se as falhas ocasionais e as queixas de indisponibilidade. É natural que muitos pensem que o sistema está a ser desativado. Mas o que está realmente a acontecer é uma transição tecnológica, não uma extinção.
O Multibanco está a evoluir para uma nova geração de terminais inteligentes, conhecidos como Smart ATMs, concebidos para responder às necessidades do século XXI.
Estes equipamentos não se limitam a entregar notas — são autênticos balcões digitais de serviços financeiros, capazes de integrar operações com o MB Way, autenticação biométrica e até funcionalidades governamentais.
As novas “Smart ATMs”: tecnologia ao serviço do cidadão
A SIBS, entidade responsável pelo sistema Multibanco, já iniciou a substituição das máquinas tradicionais por estas novas versões inteligentes. Os Smart ATMs prometem mais rapidez, segurança e uma experiência mais intuitiva, com funcionalidades que aproximam o sistema das práticas digitais mais modernas:
- Pagamentos por QR Code, rápidos e sem contacto;
- Autenticação biométrica, incluindo impressão digital e reconhecimento facial;
- Depósitos imediatos, dispensando os envelopes de papel;
- Integração com MB Way e aplicações bancárias;
- Um ecrã tátil moderno, com interface semelhante à de um smartphone.
O velho Multibanco, de botões duros e ecrã verde, está a dar lugar a uma geração de máquinas que refletem o futuro da banca portuguesa.
O MB Way: o novo rosto do Multibanco digital
Nenhuma transformação seria completa sem mencionar o MB Way, o braço digital do Multibanco. Esta aplicação mudou profundamente a relação dos portugueses com o dinheiro. Hoje é possível transferir, pagar, criar cartões virtuais e até levantar dinheiro sem tocar numa caixa física.
O crescimento do MB Way tem, contudo, um efeito colateral: a diminuição da dependência das caixas automáticas. Quanto mais o sistema digital se expande, menos necessário se torna o Multibanco tradicional. Mas isso não significa o seu fim — significa que o Multibanco está a adaptar-se, transformando-se numa rede híbrida que une o mundo físico e o digital.
Multibanco do futuro: um balcão de serviços digitais
O objetivo da SIBS é claro — transformar o Multibanco num ponto físico de ligação entre bancos, Governo e cidadãos. As novas máquinas terão funções muito mais abrangentes:
- Levantamentos sem cartão, apenas com QR Code;
- Consulta de saldos e movimentos de várias contas bancárias;
- Acesso a documentos digitais, com autenticação via Chave Móvel Digital;
- Emissão de comprovativos eletrónicos e serviços de pagamento público.
Em breve, o Multibanco deixará de ser apenas um terminal de dinheiro — será um balcão inteligente que aproxima a administração pública das pessoas.
O desafio das zonas rurais
Nem tudo, porém, é progresso imediato. O desaparecimento de caixas automáticas em zonas rurais levanta um problema real de inclusão financeira. Centenas de máquinas foram desativadas nos últimos anos, sobretudo em localidades com menor densidade populacional, onde a utilização é escassa e a manutenção cara.
Para colmatar este problema, a SIBS e várias autarquias estudam soluções inovadoras, como caixas partilhadas entre bancos ou postos móveis — carrinhas equipadas com terminais que percorrem aldeias mais isoladas. Apesar disso, a transição digital continua a deixar para trás quem não dispõe de acesso à internet ou a smartphones, um desafio que Portugal terá de enfrentar com políticas de proximidade.
Mais segurança, menos burlas
A nova geração de caixas Multibanco trará também um salto significativo em segurança. Os sistemas de deteção de fraude serão mais inteligentes, os cartões suspeitos poderão ser bloqueados automaticamente e os clientes receberão alertas em tempo real através das suas aplicações bancárias. Embora as burlas nunca desapareçam completamente, o Multibanco do futuro será muito mais difícil de manipular ou enganar.
O símbolo de um país que não pára de inovar
De acordo com a Leak, o Multibanco não é apenas uma máquina. É um símbolo de confiança, modernidade e engenho português. Desde os anos 80, fez parte da vida de milhões de cidadãos — no dia-a-dia, nas pequenas compras, nas urgências e até nas viagens. Agora, prepara-se para entrar numa nova fase: mais moderna, mais digital, mas com o mesmo propósito — facilitar a vida das pessoas e manter Portugal na vanguarda da inovação financeira.
O Multibanco não vai acabar. Vai renascer — mais forte, mais inteligente e mais próximo do futuro.