A partir de 2026, milhares de pensionistas vão finalmente sentir no bolso uma mudança que parecia há muito adiada. Um suplemento especial — atribuído a quem prestou serviço militar obrigatório — vai sofrer um aumento significativo, aprovado no Parlamento após uma reviravolta inesperada que alterou por completo o destino da proposta.
Para muitos, este reforço não é apenas um número no recibo mensal: é um gesto de justiça há muito reivindicado.
Um aumento que muda vidas: o que vai acontecer em 2026 e 2027
Depois de semanas de negociações tensas e votações imprevisíveis, o Orçamento do Estado acabou por aprovar a subida do suplemento especial. A atualização será aplicada de forma faseada:
- 50% do aumento entra em vigor em 2026
- Os restantes 50% serão aplicados em 2027
Este modelo progressivo visa equilibrar o impacto orçamental sem comprometer o reforço destinado aos beneficiários.
Quem vai beneficiar? Subidas expressivas para diferentes tempos de serviço
O aumento incide sobre o suplemento especial associado ao tempo de serviço militar, um mecanismo que compensa os meses ou anos prestados ao país em funções obrigatórias e muitas vezes de risco.
Os novos valores são os seguintes:
- Até 11 meses de serviço:
de 75 € para 112,5 € - Entre 12 e 23 meses:
de 100 € para 150 € - Dois anos ou mais de serviço:
de 150 € para 225 €
Esta subida representa uma valorização histórica deste suplemento, que durante décadas se mostrou desadequado face ao contributo exigido aos jovens que serviram o país.
Complemento especial também sobe: um salto de 3,5% para 10,5%
A mudança não se limita ao suplemento base. O complemento especial de pensão — calculado com base nos anos de serviço militar — sofre uma alteração profunda. A percentagem por cada ano passa:
- de 3,5% para 10,5% da pensão
Tal como o suplemento, este aumento será igualmente faseado entre 2026 e 2027.
Para muitos pensionistas, este valor adicional representa um reforço permanente, acumulável e capaz de fazer uma diferença real no orçamento mensal.
A reviravolta parlamentar que mudou tudo
A proposta do PS tinha sido inicialmente rejeitada, mas um episódio invulgar alterou o rumo da votação:
O Chega pediu a correção do sentido de voto, permitindo que a medida fosse aprovada com apoio maioritário.
O PSD e o CDS votaram contra; a IL absteve-se.
Apesar disso, a proposta avançou — e com ela uma solução aguardada por milhares de beneficiários.
Segundo o Notícias ao Minuto, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, assegurou que o reforço era “justo e responsável”, estimando um custo total de cerca de 20 milhões de euros distribuídos ao longo de dois anos.
Justiça social e reconhecimento tardio
Para muitos dos beneficiários, este aumento não é apenas um alívio financeiro: é uma forma de reconhecimento.
Durante a prestação do serviço militar:
- houve quem estivesse longe da família,
- quem enfrentasse situações de risco,
- quem tivesse sequelas físicas ou emocionais,
- quem perdesse oportunidades profissionais civis.
Ao longo do tempo, sentiram que a compensação oferecida pelo Estado não acompanhou o impacto real daquele serviço.
Agora, com este reforço, muitos veem finalmente reconhecido aquilo que consideram uma dívida moral do país.
Impacto direto no dia a dia de milhares de pensionistas
Num contexto marcado por inflação persistente, aumento dos custos de vida e reformas frequentemente insuficientes, cada euro conta.
Este reforço vai permitir que muitos pensionistas:
- paguem medicamentos com maior tranquilidade,
- consigam gerir despesas energéticas,
- mantenham uma alimentação mais equilibrada,
- enfrentem imprevistos sem comprometer o orçamento.
Especialistas sublinham que, para pensionistas com rendimentos baixos, aumentos aparentemente modestos podem alterar profundamente a gestão financeira mensal.
Mais do que um aumento: um sinal político e social
Além do impacto individual, esta medida tem um significado político claro, refere o Postal.
Mostra que o país está disposto a olhar para trás e corrigir desigualdades que perduraram por demasiado tempo.
Mostra também que, apesar das divergências, ainda há espaço na Assembleia da República para consensos sobre justiça social.
E, acima de tudo, transmite aos pensionistas abrangidos uma mensagem que muitos aguardavam há décadas:
o seu contributo não foi esquecido.
Conclusão: um marco para 2026 e um novo ciclo de reconhecimento
Com a entrada em vigor do reforço já em 2026 e a consolidação total em 2027, Portugal dá um passo importante no tratamento dos seus pensionistas mais vulneráveis, em particular daqueles cujo percurso de vida foi moldado pelo serviço militar.
Para milhares, será o início de uma nova fase: mais estabilidade, mais dignidade, mais reconhecimento.




