Levantar dinheiro e ver o valor desaparecer da conta sem que as notas saiam da máquina é uma situação angustiante que deixa qualquer pessoa em estado de choque. Mas, ao contrário do que tantas vezes se teme no momento, a perda não é definitiva. Há procedimentos claros, prazos definidos e direitos que garantem a reposição do montante.
Este guia explica, de forma simples e prática, porque acontece, como agir e como assegurar que o dinheiro regressa à conta o mais depressa possível.
Quando o multibanco não entrega o dinheiro
É um cenário que pode acontecer a qualquer pessoa: o cartão é aceite, a operação decorre normalmente, ouve-se o mecanismo a trabalhar, e tudo indica que o levantamento está prestes a concluir.
Mas o inesperado acontece — nenhuma nota sai da ranhura, a transação encerra e, segundos depois, a conta aparece debitada como se a entrega tivesse ocorrido.
Embora pareça um erro grave, trata-se, na maioria dos casos, de uma simples falha de funcionamento. Os terminais multibanco operam com gavetas internas que organizam, verificam e selecionam as notas.
Se o sistema detetar anomalias — notas coladas, deformadas, rasgadas ou inconsistências nos sensores — a máquina recolhe automaticamente as cédulas para a gaveta de rejeição e cancela a operação.
Interrupções de energia, falhas de software ou quebras momentâneas de comunicação podem igualmente interromper o processo a meio, impedindo a entrega das notas apesar do débito temporário.
O que acontece ao dinheiro debitado
Mesmo quando o levantamento falha, todas as operações ficam registadas nos sistemas bancários. É por isso que, na maioria dos casos, o valor é devolvido automaticamente, sem necessidade de reclamação formal.
Prazos habituais de reposição:
- Caixa do próprio banco: a correção é geralmente feita em menos de 24 horas.
- Caixa de outro banco: o processo pode demorar até cinco dias úteis, devido à necessidade de comunicação entre sistemas diferentes.
- Casos excecionais: quando os registos não coincidem ou há inconsistências técnicas, a análise é feita manualmente e pode demorar mais tempo.
Há situações em que o erro só é identificado durante a contagem física do dinheiro — por exemplo, quando o sistema regista a entrega, mas as notas ficam presas. Nesses cenários, o banco apenas corrige o problema mediante reclamação formal do cliente.
Como agir: passo a passo
Perante a frustração, o essencial é manter a calma e seguir um procedimento simples:
- Guardar o talão da operação, se existir — é uma prova valiosa.
- Confirmar a movimentação na app ou homebanking para verificar se o débito foi registado.
- Contactar o apoio ao cliente do banco, indicando data, hora, local e o identificador da máquina.
- Anotar o número da caixa multibanco, visível num autocolante ou no próprio talão.
- Aguardar o prazo de reposição automática, que resolve a maioria das situações sem necessidade de mais passos.
Falha técnica ou fraude?
Quase sempre, trata-se de um erro técnico, sem qualquer ligação a esquemas fraudulentos. Contudo, se surgirem movimentos suspeitos, pessoas a manipular o terminal ou equipamentos estranhos acoplados à máquina, deve ser feito bloqueio imediato do cartão e comunicação urgente ao banco.
A importância de guardar comprovativos
Os especialistas em segurança bancária são unânimes: guardar comprovativos, comunicar o incidente o mais cedo possível e acompanhar o processo são as chaves para garantir uma resolução eficaz. Caso a instituição financeira não proceda à correção, o Banco de Portugal dispõe de mecanismos de mediação que protegem o cliente em conflitos deste tipo, refere a VortexMag.
Conclusão
Ver um levantamento falhar pode causar ansiedade, mas o sistema bancário português possui mecanismos robustos de registo e controlo que garantem a devolução do dinheiro. Informar-se, agir de forma correta e conhecer os prazos permite transformar um episódio de frustração numa situação resolvida com rapidez e segurança.




